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REVISTA DA ARMADA | 564







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                              ACADEMIA DE MARINHA – ACADEMIA NACIONAL

                              DE BELAS-ARTES



          A Academia de Marinha honra-se de, ao longo dos anos, ter conseguido construir e cimentar relações com as suas congéneres do
          mundo civil, relações essas que lhe permitem de forma mais aberta e multidisciplinar cumprir a sua missão de aprofundar e divulgar
          tudo a que ao Mar diga respeito.

          SESSÃO CULTURAL CONJUNTA                            quotidiano,  procurando  traçar  uma  evolução  do  design desde
                                                              os primórdios da humanidade até aos dias de hoje. Avançando
           A Academia Nacional de Belas-Artes é um dos parceiros com   e recuando no tempo, explorou alguns dos principais marcos da
          quem a Academia de Marinha tem desenvolvido uma intensa co-  história da disciplina: o Movimento Arts and Crafts; o Werkbund
          operação. E no dia 1 de junho voltou a haver uma Sessão Conjun-  alemão (negação do artesanato); e a Bauhaus.
          ta, desta vez dedicada à Visão no Design Náutico – História, Arte   O orador realizou também uma incursão sobre a sua carreira de
          e Ecoeficiência.                                    mais de 5 décadas.
           Contando com a participação de 4 oradores, esta Sessão procu-  Encerrando a Sessão, a Professora Natália Correia Guedes, Pre-
          rou colocar em evidência a forte ligação que existe entre a Ma-  sidente da Academia Nacional de Belas-Artes enfatizou as liga-
          rinha e a disciplina do Design, explorando os pontos de contato   ções que as duas Academias têm vindo a construir, alicerçadas
          entre estas duas realidades e as suas especificidades.  numa relação secular entre os artistas e a Marinha, complemen-
           Assim, a primeira comunicação esteve a cargo do  COM Lo-  tando-se mutuamente.
          pes Moreira, que apresentou à audiência o projeto de um na-
          vio militar, focando-se na experiência do orador no processo de
          conceção e construção dos NPO da Classe Viana do Castelo. A                Colaboração da ACADEMIA DE MARINHA
          apresentação teve 4 partes – definição de design; ciclo de vida de
          um navio; projeto; conclusões - ligadas e apresentadas à luz da
          «Espiral de projeto», método de organização e divisão das fases
          do design – conceptual; preliminar; contratualização e detalhe.
           Em cada fase são estudadas e implementadas as características
          a que os navios necessitam responder, ou seja, o Projeto é parte
          do ciclo de vida dos navios, pensado a 40 anos, num processo
          complexo e com compromissos de inúmeros critérios técnicos.
           O segundo  conferencista foi  o  Professor Dr.  Rui  Marcelino,
          que trouxe ao Auditório da Academia uma comunicação sobre
          o design náutico. Fruto do trabalho e admiração que o orador
          tem pelo design e pela engenharia, e focando a sua análise na
          atividade da sua empresa, a Almadesign, explorou temas como a
          polinização cruzada (a aplicação de conhecimento específico de
          um tipo de design a outro), a ecoeficiência e o design náutico.
           O Professor Marcelino concluiu a sua apresentação partilhando   Arquiteto David Lieberman  COM Lopes Moreira
          algumas visões futuristas, i.e., antevendo um futuro assente na
          inovação do projeto, no estabelecimento de parcerias, na polini-
          zação cruzada, na criação de sinergias e na junção de empresas,
          universidade e centros tecnológicos.
           A terceira comunicação esteve a cargo do Arquiteto David Lie-
          berman, versando o design e arquitetura no contexto da Mari-
          nha.  Mais concretamente,  o Arquiteto Lieberman focou-se na
          apresentação dos projetos desenvolvidos pela Direção de Infra-
          estruturas no âmbito das necessidades da Marinha, numa larga
          tipologia de intervenções a elas inerentes.
           Essas tipologias variam entre o restauro, a remodelação e a re-
          cuperação de um variado parque de edifícios e espaços, no âmbi-
          to da Cultura, da Assistência Religiosa, da Saúde, e de Instalações
          de Apoio.
           A  última  comunicação  foi  apresentada  pelo  Professor  José
          Brandão,  que  falou  sobre  o  significado/presença  do  design no   Prof. Doutor Rui Marcelino  Professor José Brandão


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