Page 347 - Revista da Armada
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comprimento a partir de vante, por um robusto suporte dis-
         pondo de rolete.  O percurso era /imitado a 7° para cada lado
         da linha de mediania, na prdlica o suficiente para a manobra
          normal em navios de vela.  Contudo, por volta do fim do século
          o  leme podia ser metido olé 30° por meio de pinÇtlo,  o que
          se  verificava  em navios franceses  (2).
             Numa nova fase de evolução do pinção, p inconveniente
          da cana do leme obstruir o compartimento onde esta operava
          foi  ultrapassado  colocando-lhe uma  patilha  que 'Se  apoiava
          numa peça com a forma de crescente instalada junto do tecto.
          Para proteger O marinheiro do leme, a escotilha praticada no
          tombadilho era protegida por uma cobertura que os franceses
          designavam por  .. Ie  dos a'Ane»  (dorso de burro).
             Quando o pinção atingiu uma operacionaJidade aceitável,
          permitindo meter o leme até 30° a cada bordo, depois de ter
  •       sido possfvel desempachar o compartimenlo onde trabaJhava
          a  cana  do  leme,  uma  nova  invenção  veio  a  revolucionar a
          manobra do  navio. Tal  aconteceu  enlre os  últimos anos do
          século XVD e  os primeiros do  século seguinte,  quando um
          autor desconhecido inventou a roda do leme, cuja comodidade
          e eficiência nem sequer nos faz pensar no longo caminho per-
          corrido, desde o leme instalado à popa, mas a um dos bordos,
          até se chegar a 1<10 geniaJ, e ao que parece, definitiva solução.
             Mas a  razão  fundamental  que  nos levou  a escrever este
          pequeno artigo, é denunciar o  desinleresse dos Portugueses
          pelas coisas do passado.  De facto,  verifica-se que foi neces-
          sário  um  investigador estrangeiro,  aJiás  do maior prestígio,
          debruçar-se sobre este assunto para ficannos a saber, inclusi-
          vamente  nós  próprios. que o  pinção é  mais um dos  muitos
          avanços tecnológicos que se devem aos nossos construtores
          navais da época dos  Descobrimentos.





                                          A.  Estácio dos  Reis,
                                                    cap.-m.-g.   O Itmtl dt um ga/too dt 300 l()llt/adas,  nftrido no lalO.




                                        Educação Física







          As lesões desportivas




                 última  coisa  que  queremos   músculos, em esforço ou em tempo   ROTURAS
                que  nos  aconteça,  quando   de treino; a utilização de material e
          A efectuamos  o  nosso  treino     equipamento inadequado; e ainda a    Num  músculo ou  num  tendão -
          tisico, quer seja com o fim de tomar   realização de exerclcios incorrectos   ocorrem principalmente quando não
          parte em  competições desportivas,   ou  impróprios.                 se efectuou o aquecimento; quando
          quer com  o  de  manter  a  saúde, é                                 esses orgãos estão expostos a tem-
          contrair uma  lesão.                  Na maior parte dos casos a dor   peraturas baixas; ou quando são for-
                                             é  a primeira  indicação  do  apareci-
              Muitas  delas,  podem  ser  evita-                               çados a tomar posições não usuais.
                                             mento da lesão,  dor que pode  ser
          das com um mlnimo de conhecimen-                                     As  mais  frequentes  nos  músculos
          tos,  como  tentaremos  esclarecer   seguida de  inchaço.  A  maior parte   das pernas sucedem nas paragens,
                                             das lesOas resulta da falta de aque-
          neste artigo. Antes. porém, diremos                                  nas rotações e nos arranques repen-
                                             cimento ou  de excessos.
          que as causas mais frequentes das                                    tinos.                          •
          lesões  são:  a sobrecarga sobre  os   Vejamos as  mais frequentes.     Os músculos de maior risco são:
                                                                                                            21
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