Page 48 - Revista da Armada
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Os temas seleccionados foram o resultado
essencial da pesquisa de aspectos históricos
ligados aos oficiais engenheiros maquinistas
navais e à sua actividade, nos múltiplos do-
mínios em que a exerceram, desde o serviço
a bordo dos navios de superfície e submari-
nos, na aviação naval, em terra nos mais di-
versos organismos da Marinha, entre os quais
direcções técnicas, instituições de ensino, ca-
pitanias e comandos de defesa marítima,
oficinas navais e serviços de assistência ofici-
nal no ultramar, arsenais de Marinha e do Al-
feite, até a outros organismos do estado e pri-
vados, em Portugal e no ultramar.
Figuras ilustres do ensino da Escola Naval
foram objecto de relevo, o General Ferru-
gento Gonçalves, que leccionou as discipli-
nas específicas de engenharia no longuíssimo
Aula na Escola Naval com o Engº. O’Sulivand Simões. período que decorreu entre 1891 e 1929, o
de mecânica, criado em 1991. De entre 259
que o poderiam fazer, embora alguns deles
se encontrem fixados em lugares afastados,
reuniram-se 162 na Escola Naval, no dia 11
de Dezembro de 1998, em comemoração da
criação do seu curso.
Os participantes no encontro, que incluiu
os 32 actuais alunos do curso de engenheiro
naval – ramo de mecânica, foram acolhidos
por uma exposição instalada no átrio do
auditório da Escola Naval e assistiram a uma
sessão cujo programa envolveu uma
alocução do comandante da EN, uma retros-
pectiva histórica do curso e das classes dos
engenheiros mecânicos da Marinha, realiza-
da pelo CALM EMQ Roque Martins, a apre-
sentação do projecto de reforma do curso,
com vista a criar condições para a sua certifi-
cação, e o balanço do Prémio Engº Vila Real
(prémio escolar, destinado a galardoar o me-
lhor aluno do curso), ambos a cargo do de- Aspectos da exposição.
partamento respectivo da EN. A sessão foi pectivo comandante que, em breves pa-
encerrada pelo oficial engenheiro maquinista lavras apontou aos actuais cadetes da EN os
naval mais antigo no activo, o CALM Brito oficiais presentes na comemoração como
Afonso. honroso exemplo da Escola que frequen-
Tendo por cenário a entrada principal da taram.
Escola Naval, os participantes no encontro Aos brindes do almoço falaram o coman-
foram registados em fotografia, à qual se dante da Escola Naval e o CALM engenheiro
seguiu o descerramento de uma placa maquinista naval mais antigo, o CALM Car-
comemorativa no átrio do edifício escolar, valho Afonso, que realçou, com incontida
simbolicamente realizado pelo mais senior emoção, o profissionalismo com que os gra-
dos presentes, o engenheiro Sande e Silva. duados com o curso cuja efeméride se cele-
Antes do desfile do corpo de alunos, ao brava, sempre desempenharam as suas fun-
qual assistiram os participantes, falou o res- ções, dirigindo-se aos mais jovens dos pre-
sentes “... É para continuação deste legado
que vós, os mais novos, se estão a preparar.
Não por causa dos que passaram, mas por
vossa causa, pela satisfação de ser capaz de engenheiro João do Pinho, assistente do
enfrentar, conviver e dominar uma tecnologia General, autor de livros técnicos de elevada
que evolui em função geométrica, e de, com qualidade.
sensatez, dignidade e aprumo, servir de mo- O engenheiro Sequeira de Castro, que foi
delo e mestre daqueles que a manuseiam...” o primeiro professor de máquinas de com-
A exposição comemorativa, que se man- bustão interna, o engenheiro Rodrigues dos
teve aberta até meados de Janeiro de 1999, Santos distinto e exigente professor e o
foi organizada pela Escola Naval, contando engenheiro Vila Real, que serviu na EN
com a contribuição de numerosas enti- durante um longo período em tempos mais
dades e personalidades que deram suges- recentes, onde regeu um elevado número de
tões, cederam documentos ou permitiram a disciplinas, prova do seu invulgar eclectismo
Descerramento da lápide alusiva. sua reprodução. científico.
10 FEVEREIRO 99 • REVISTA DA ARMADA