Page 92 - Revista da Armada
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nomes, não de terras mas de grandes Transporte Militar
vultos da nossa História. O «Lahneck» Ao segundo comando é
receberá o de «Gil Eannes» (6). convertido, quase sem
A integração, a 20/03, na Divisão fabricos, em transporte de
Naval de Defesa e Instrução sob o co- tropas pois, estas, dada a
mando do 1º Tenente Carvalho Crato, neutralidade espanhola,
que o requisitara, implicou novas tinham que seguir para
cobertas, uma botica, uma enfermaria, França, em navios ... britâ-
paióis e sistemas de municiamento da nicos.
artilharia a instalar com sacrifício de Por falta de porte ... mili-
alguns paus de carga e dos mastros-ven- tar (9), só a 16/02/1917,
tiladores. larga na cauda de três
Reparada a, também danificada, ingleses, de 6 a 10 T.,
«telegrafia sem fios» (TSF), instalados acompanhados de quatro
uma verga de sinais, um projector eléc- contratorpedeiros ingle-
trico e, em doca seca onde, duas peças ses e com eles, além do
de «tiro rápido» de 76/40 (7) e uma de «Guadiana», o «Pedro
65/46 e quatro «semi-automáticas», foi Nunes».
lastrado.
Ainda em Março, embarcou a guarnição, Ao enjoo dos soldados
passou a armamento completo e, a seis de desta parcela do «Corpo
Junho, largou para provas, averbando a sete Expedicionário Português»
do mesmo mês a velocidade de 9,25 nós. (C.E.P.) seguiu-se uma sã
confraternização numa
MARINHA DE GUERRA – I viagem de quatro dias
cujo único óbice foi, à
Cruzador Auxiliar chegada, o nevoeiro cerra-
Em três meses e meio, «Honra à enge- do, já anunciado pela TSF,
nharia naval portuguesa!», tínhamos mais que obrigou um torpedeiro
um cruzador auxiliar. francês a pilotar o com-
A sua primeira missão, de 14/06 a bóio pelo Goulet de Brest,
5/07, foi, com o cruzador auxiliar «Pedro onde, os nossos marujos As caixas com os aviões no convés do “Gil Eannes”.
Nunes», a patrulha alternada da costa espontaneamente oferece-
entre Sines e Peniche e exercícios de tiro. ram à população bolachas e laranjas. ses os três menores, eram maiores (10 m e
De 8 a 10 escoltou o cargueiro «Ama- A 28/02, o «Guadiana» escolta-o a 280 T.), melhor armados e atingiam os ...
rante» até 150 mn a NW da Roca e Plymouth onde, descarregado o lastro, 31 nós.
depois integra a coluna composta pelo embarcou 1.611 T. de bom e impres- O combóio que, de dia, navegava
cruzador-couraçado «Vasco da Gama», cindível carvão. numa linha de cerca de 3,5 mn num
cruzador «Almirante Reis», aviso «Cinco No regresso, com passageiros e a tripu- ziguezague com pernas de 10 a 20 minu-
de Outubro» e os contratorpedeiros lação do encalhado «Setúbal», navega no tos, sacrificando 5% do caminho, para
«Douro» e «Guadiana», ambos de 70 m. meridiano das 200 mn fora de Lisboa atrapalhar os submarinistas, de noite, pas-
e 670 T., para manobras de adestramento (submarinos), na companhia do «Guadiana» sava a coluna, socorrendo-se duma luz de
com simulação de um combate, evo- que, a um quarto da derrota, por falta de popa que acendia, a breves intervalos, por
luções e tiro, após o que destacou a pa- raio de acção, retrocedeu. Em cinco dias, escassos segundos.
trulhar a costa entre Aveiro e Caminha. a 21/3, entrou a Barra. Desembarcada a tropa e a carga para o
Com 13 navios, incluindo auxiliares, Limpo o fundo, ei-lo de novo rumo a «C.E.P., segue para Plymouth onde a falta
simula-se o combate com uma esquadra Brest sob a directa protecção do «HMS de qualidade e de quantidade de carvão
«inimiga composta de se resolveu com ...
seis caça-minas (8)» «chateâu» Paiol (10).
fundeando diante de Na primeira noite
Caxias onde, depois sem lua, largou sob a
de cruzar no Algarve, escolta do «Guadia-
voltará para, incorpo- na» que, na noite
rado numa força de 22 seguinte, regressou
navios, incluindo rebo- para escoltar o «Pedro
cadores-patrulhas, Nunes». A 15 desem-
desfilar perante o barcava 1.734 T. de
PR, no cruzador «S. precioso combustível.
Gabriel». Lastrado, reguladas
Os cruzeiros, com as agulhas e metida a
uma interrupção de carga para o C.E.P. e
dois meses, ocuparam- feito tiro contra um
-no a sul do Douro alvo na Trafaria, em-
para, em Dezembro e O contra-tropedeiro “Guadiana”, fiel companheiro do “Gil Eannes”. barcou 3 oficiais, 9
sob forte borrasca, sargentos e 214 solda-
escoltar até ao Funchal o paquete Cockatrice». O combóio, semelhante, e dos de Infantaria 18, e, pela noite de
«África» e de novo o «Portugal», der- sem qualquer escoltador da «Briosa», 17/07, sob escolta do «Guadiana», saiu.
radeiro serviço enquanto cruzador auxi- traduzia a nossa insignificância marítima e O paquete «Cazenjo» (11) juntou-se-
liar. naval. Dos quatro contratorpedeiros ingle- -lhes e, ao largo de Ovar, o «Gil Eannes»
18 MARÇO 2001 • REVISTA DA ARMADA