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ACADEMIA DE MARINHA





          Sessão Evocativa da Extinção da Aviação Naval
          Sessão Evocativa da Extinção da Aviação Naval



            m 7 de Maio de 2002, teve lugar na Aca-  po que a Força Aérea celebrava os 50 anos da
            demia de Marinha uma Sessão cultural  sua aviação, afirmando que o poder aero-naval
         Eevocativa da antiga Aviação Naval, por  implicava “a unidade e complementaridade da
         ocasião do 50º aniversário da sua extinção.  Marinha e Força Aérea” e que “o Atlantismo
           À direita do CALM ECN Rogério d’ Oliveira,  continua a ser uma fatalidade geográfica, uma
         Presidente da Academia, que presidia à Sessão,  imposição económica, a preservação da
         sentou-se o Tenente General Sousa Rodrigues,  soberania e a garantia da identidade lusitana”.
         Inspector-Geral da Força Aérea, em repre-  Seguidamente usou da palavra o Coman-
         sentação do General Chefe do Estado-Maior da  dante António Silva Soares, membro efectivo
         FAP e, à esquerda, o CALM Leiria Pinto,  da Academia de Marinha, que fez um breve
         Presidente da Comissão Cultural da Marinha.  historial dos primeiros anos da Aviação Naval,
                                            abordando, em primeiro lugar, os sete centros
                                            operacionais que existiram e os principais
                                            eventos que neles decorreram, passando para
                                            os 31 modelos diferentes de aviões (hidros e  O Major-General Costa Bastos no uso da palavra.
                                            rodas) que foram utilizados nos 35 anos de
                                            existência da Aviação Naval.       sobre a discussão pública e oficial que
                                              A Revista da Armada irá publicar neste e no  envolveu a extinção da Aviação Naval.
                                            seu próximo número em destaque um artigo  Para além dos convidados usuais, para esta
                                            deste ex-piloto aviador e antigo Comandante  sessão foram convidados todos os oficiais de
                                            da TAP subordinado ao tema “A extinção da  Marinha antigos pilotos da Aviação Naval e
                                            Aviação Naval”.                    do Quadro Aero-Naval, quer se encontrem
                                              O orador, ao concluir a sua comunicação  integrados nos quadros da Marinha ou da
                                            afirmou: “É à Marinha que compete preservar  Força Aérea, bem como oficiais engenheiros
                                            todo o manancial de valores individuais e  maquinistas navais, médicos navais e de
                                            colectivos que se criaram e desenvolveram  administração naval que prestaram serviço
         O Comandante Silva Soares na sua intervenção.  durante a curta vida da nossa Aviação Naval”.  na antiga Aviação Naval. Também presentes
                                              O orador seguinte, o Major General  se encontravam elementos da Esquadrilha de
           Abriu a sessão o Presidente da Academia  Alberto Manuel da Costa Bastos, também ele  Helicópteros da Marinha e igualmente mem-
         que aludiu ao facto de a Marinha já ter tido  antigo oficial de Marinha piloto-aviador recor-  bros de instituições culturais ligadas à
         asas e que a Aviação Naval, extinta em 1952,  dou o seu percurso na Aviação Naval desde  Aviação Comercial e à Força Aérea e tam-
         “havia tido um papel pioneiro e um desem-  2º Tenente até Tenente-Coronel da Força Aérea  bém a Associação dos antigos componentes
         penho glorioso durante o curto tempo da sua  e as dificuldades e vicissitudes que o pessoal da  da Aviação Naval, a qual tem sede em
         existência”, para ser integrada com a Aviação  Marinha atravessou nos últimos anos da Avia-  Aveiro.
         do Exército, numa arma única e independente:  ção Naval até, em fases sucessivas, chegar, em  Aproveitando esta sessão evocativa, a
         a Força Aérea.                     1959, a um quadro único de pilotos.  Academia de Marinha promoveu nas suas
           Referiu, ainda, que a Academia de Marinha  Após a sua intervenção, este oficial ofereceu  instalações uma pequena mostra de bro-
         recordava a Aviação Naval quando se perfa-  à Academia, depositando nas mãos do seu  churas, por si editadas, referentes a temas liga-
         ziam 50 anos da sua extinção, ao mesmo tem-  Presidente, uma colecção de documentos  dos à antiga Aviação Naval.



         Sessão Sobre a Introdução do Sistema Métrico Decimal em Portugal
          Sessão Sobre a Introdução do Sistema Métrico Decimal em Portugal

             ob a presidência do Prof. Fernando  Historiou, seguidamente, as vicissitudes  marítima”, pelo que não deixava de ser
             Castelo Branco, Vice-Presidente da Aca-  que o SMD sofreu em França ao longo do  curioso o facto de D. Rodrigo de Sousa
         Sdemia de Marinha, teve lugar, nesta  tempo e também noutros países, até se acabar  Coutinho, futuro Conde de Linhares, então
         instituição, no passado dia 28 de Maio, uma  por impor praticamente em toda a Europa e  Ministro da Marinha e do Ultramar, ter, já em
         comunicação do académico António Estácio  de como, no nosso País, mesmo com as  1803, encomendado uma cópia do padrão do
         dos Reis, subordinada ao tema “A introdução  Invasões Francesas e a partida da Família Real  metro, do quilograma e do litro, com vista à
         do Sistema Métrico Decimal (SMD) em  para o Brasil, aos poucos e poucos o SMD  sua introdução no nosso País e, no mar, tal
         Portugal”.                         acabou também por entrar em vigor, embora  SMD não ter sido adoptado!
           O orador explicou a indispensabilidade da  com resistências várias por parte das camadas  O orador esclareceu diversas questões le-
         utilização de uma unidade de medida comum  populacionais menos cultas e mais conser-  vantadas pela assistência comentando com
         para se estabelecer a ligação geodésica da  vadoras.                  mais pormenor alguns dos slides utilizados na
         Carta do Reino com as congéneres de Espanha  Muito embora o SMD tivesse ficado definiti-  comunicação e citando algumas fontes biblio-
         e França e de como o “metro”, aprovado, em  vamente introduzido em Portugal em finais de  gráficas adequadas.
         França, em 1799, reunia as características  1852, contudo na Marinha ainda hoje se man-
         supra-nacionais desejadas.         tém como unidade de comprimento a “milha      (Colaboração da Academia de Marinha)
                                                                                       REVISTA DA ARMADA • JULHO 2002  15
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