Page 233 - Revista da Armada
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ACADEMIA DE MARINHA
Sessão Evocativa da Extinção da Aviação Naval
Sessão Evocativa da Extinção da Aviação Naval
m 7 de Maio de 2002, teve lugar na Aca- po que a Força Aérea celebrava os 50 anos da
demia de Marinha uma Sessão cultural sua aviação, afirmando que o poder aero-naval
Eevocativa da antiga Aviação Naval, por implicava “a unidade e complementaridade da
ocasião do 50º aniversário da sua extinção. Marinha e Força Aérea” e que “o Atlantismo
À direita do CALM ECN Rogério d’ Oliveira, continua a ser uma fatalidade geográfica, uma
Presidente da Academia, que presidia à Sessão, imposição económica, a preservação da
sentou-se o Tenente General Sousa Rodrigues, soberania e a garantia da identidade lusitana”.
Inspector-Geral da Força Aérea, em repre- Seguidamente usou da palavra o Coman-
sentação do General Chefe do Estado-Maior da dante António Silva Soares, membro efectivo
FAP e, à esquerda, o CALM Leiria Pinto, da Academia de Marinha, que fez um breve
Presidente da Comissão Cultural da Marinha. historial dos primeiros anos da Aviação Naval,
abordando, em primeiro lugar, os sete centros
operacionais que existiram e os principais
eventos que neles decorreram, passando para
os 31 modelos diferentes de aviões (hidros e O Major-General Costa Bastos no uso da palavra.
rodas) que foram utilizados nos 35 anos de
existência da Aviação Naval. sobre a discussão pública e oficial que
A Revista da Armada irá publicar neste e no envolveu a extinção da Aviação Naval.
seu próximo número em destaque um artigo Para além dos convidados usuais, para esta
deste ex-piloto aviador e antigo Comandante sessão foram convidados todos os oficiais de
da TAP subordinado ao tema “A extinção da Marinha antigos pilotos da Aviação Naval e
Aviação Naval”. do Quadro Aero-Naval, quer se encontrem
O orador, ao concluir a sua comunicação integrados nos quadros da Marinha ou da
afirmou: “É à Marinha que compete preservar Força Aérea, bem como oficiais engenheiros
todo o manancial de valores individuais e maquinistas navais, médicos navais e de
colectivos que se criaram e desenvolveram administração naval que prestaram serviço
O Comandante Silva Soares na sua intervenção. durante a curta vida da nossa Aviação Naval”. na antiga Aviação Naval. Também presentes
O orador seguinte, o Major General se encontravam elementos da Esquadrilha de
Abriu a sessão o Presidente da Academia Alberto Manuel da Costa Bastos, também ele Helicópteros da Marinha e igualmente mem-
que aludiu ao facto de a Marinha já ter tido antigo oficial de Marinha piloto-aviador recor- bros de instituições culturais ligadas à
asas e que a Aviação Naval, extinta em 1952, dou o seu percurso na Aviação Naval desde Aviação Comercial e à Força Aérea e tam-
“havia tido um papel pioneiro e um desem- 2º Tenente até Tenente-Coronel da Força Aérea bém a Associação dos antigos componentes
penho glorioso durante o curto tempo da sua e as dificuldades e vicissitudes que o pessoal da da Aviação Naval, a qual tem sede em
existência”, para ser integrada com a Aviação Marinha atravessou nos últimos anos da Avia- Aveiro.
do Exército, numa arma única e independente: ção Naval até, em fases sucessivas, chegar, em Aproveitando esta sessão evocativa, a
a Força Aérea. 1959, a um quadro único de pilotos. Academia de Marinha promoveu nas suas
Referiu, ainda, que a Academia de Marinha Após a sua intervenção, este oficial ofereceu instalações uma pequena mostra de bro-
recordava a Aviação Naval quando se perfa- à Academia, depositando nas mãos do seu churas, por si editadas, referentes a temas liga-
ziam 50 anos da sua extinção, ao mesmo tem- Presidente, uma colecção de documentos dos à antiga Aviação Naval.
Sessão Sobre a Introdução do Sistema Métrico Decimal em Portugal
Sessão Sobre a Introdução do Sistema Métrico Decimal em Portugal
ob a presidência do Prof. Fernando Historiou, seguidamente, as vicissitudes marítima”, pelo que não deixava de ser
Castelo Branco, Vice-Presidente da Aca- que o SMD sofreu em França ao longo do curioso o facto de D. Rodrigo de Sousa
Sdemia de Marinha, teve lugar, nesta tempo e também noutros países, até se acabar Coutinho, futuro Conde de Linhares, então
instituição, no passado dia 28 de Maio, uma por impor praticamente em toda a Europa e Ministro da Marinha e do Ultramar, ter, já em
comunicação do académico António Estácio de como, no nosso País, mesmo com as 1803, encomendado uma cópia do padrão do
dos Reis, subordinada ao tema “A introdução Invasões Francesas e a partida da Família Real metro, do quilograma e do litro, com vista à
do Sistema Métrico Decimal (SMD) em para o Brasil, aos poucos e poucos o SMD sua introdução no nosso País e, no mar, tal
Portugal”. acabou também por entrar em vigor, embora SMD não ter sido adoptado!
O orador explicou a indispensabilidade da com resistências várias por parte das camadas O orador esclareceu diversas questões le-
utilização de uma unidade de medida comum populacionais menos cultas e mais conser- vantadas pela assistência comentando com
para se estabelecer a ligação geodésica da vadoras. mais pormenor alguns dos slides utilizados na
Carta do Reino com as congéneres de Espanha Muito embora o SMD tivesse ficado definiti- comunicação e citando algumas fontes biblio-
e França e de como o “metro”, aprovado, em vamente introduzido em Portugal em finais de gráficas adequadas.
França, em 1799, reunia as características 1852, contudo na Marinha ainda hoje se man-
supra-nacionais desejadas. tém como unidade de comprimento a “milha (Colaboração da Academia de Marinha)
REVISTA DA ARMADA • JULHO 2002 15