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A “Corte-Real”
                                         A “Corte-Real”

           na Força de Reacção Rápida da Nato
            na Força de Reacção Rápida da Nato


                                                 10ABR-18MAI

              pós a estadia em                                                               de Tecnologias de Informa-
              Bergen, de 7 a                                                                 ção e Comunicação) e uma
         A11 Abril, a “Cor-                                                                  equipa norte-americana
         te-Real”, integrada na                                                              que efectuou a recolha de
         SNMG1 (Standing NRF                                                                 dados telemétricos essen-
         Maritime Group 1), parti-                                                           ciais para uma análise de-
         cipou no Exercício Loyal                                                            talhada do disparo. Numa
         Mariner 05 (LM 05), um                                                              primeira abordagem o dis-
         exercício NATO de gran-                                                             paro do míssil foi conside-
         de envergadura, que serviu                                                          rado um sucesso atenden-
         para reforçar a interopera-                                                         do a que o alvo (um drone
         bilidade entre as diversas                                                          designado VOODOO),
         unidades navais que com-                                                            com cerca de 3,5 metros
         põem a NATO Reaction                                                                de comprimento e uma
         Force (NRF) e outras forças                                                         velocidade de 330 nós foi
         não NATO e que decorreu                                                             destruído.
         no Mar do Norte entre os dias 11 e 29 de Abril  o STATUS QUO entre as diversas nações fictí-  O final do LM 05 ficou marcado por um salva-
         de 2005. Neste exercício participaram, além  cias envolvidas. Foi também dada relevância  mento real no mar. O navio norueguês HNOMS
         das unidades integrantes da SNMG1, algumas  aos aspectos ligados à gestão da informação e  “Trondheim” detectou um pedido de socorro
         unidades da Estónia, Finlândia, França, Islândia,  à relação com os media. Como resultado final  vindo de uma pequena embarcação à vela com
         Lituânia, Polónia, Espanha, Suécia, Reino Uni-  saliente-se o incremento obtido na interopera-  apenas uma pessoa a bordo, perdida no mar já
         do e Ucrânia, fazendo um total de mais de 66  bilidade entre as forças NATO e não NATO e a  há mais de 21 horas, e a sofrer de hipotermia.
         unidades navais.                   boa imagem deixada pela Marinha Portugue-  O indivíduo de nacionalidade dinamarquesa,
           Durante 2 semanas, os participantes foram  sa neste exercício, não só pela “Corte-Real”,  recebeu os primeiros cuidados médicos a bordo
         postos à prova na gestão de uma situação de  mas também com a presença de um Oficial  do navio norueguês antes de ser evacuado para
         crise envolvendo cenários multi-ameaça, ope-  no STAFF do CTF (Comandante da Força) do  terra, felizmente, bem de saúde.
         rações de embargo, operações NEO (evacuação  exercício, a quem competiu a elaboração do   Após a participação no LM 05, a SNMG 1
         de pessoal não combatente), ajuda a navios sinis-  seriado deste complexo exercício.   atracou no porto de Gotemburgo, Suécia, a 29
         trados (STRIKEN VESSEL) e ambiente de ameaça   Entre as duas fases do exercício, fase seriada  de Abril, para um descanso bem merecido. A
         assimétrica. Na memória de todos ficarão certa-  e fase táctica, algumas das unidades partici-  estadia começou com a realização da recep-
         mente os exercícios de luta anti-submarina e as  pantes atracaram em Aalborg, na Dinamarca,  ção da força naval a bordo da “Corte-Real”,
         operações de reabastecimento no mar no espaço  de modo a realizar as várias reuniões sectoriais  que contou com a presença das mais altas
         confinado dos fiordes da Noruega.    para a preparação da fase táctica do exercício.  indi vidualidades locais entre as quais o cônsul
           De salientar neste exercício o cenário bastan-  Durante este curto período, 15 a 18 de Abril,  de Portugal em Gotemburgo. A Marinha portu-
         te dinâmico, que tinha como pano de fundo um  houve oportunidade para conhecer a cidade,  guesa foi mais uma vez elogiada pela qualidade
         ambiente de crise que englobava diversos países  com a realização de diversas visitas para os mi-  e apresentação gastronómica da recepção. Mas
         fictícios e que proporcionou a todas as forças  litares da força a locais históricos e característi-  a estadia em Gotemburgo ficou ainda marca-
         envolvidas situações muito próximas da  reali-  cos desta região. Durante a estadia, algumas das  da, pelas diversas festas realizadas nos navios da
         dade neste início do século XXI. Durante a fase  unidades atracadas estiveram abertas a visitas,  SNMG 1 o que demonstra a forte ligação que
         táctica do exercício o jogo de ROE (Regras de  tendo a fragata “Corte-Real” em apenas dois dias  já se estabeleceu nestas últimas semanas entre
         Empenhamento) foi uma constante e obrigou a  recebido mais de 1800 visitantes.  as diferentes guarnições.
         uma grande flexibilidade por parte de todos os   Como ponto alto do LM05, a “Corte-Real”,   A 02 de Maio a força largou rumo a
         comandos envolvidos para que fosse mantido  em companhia dos navios dinamarqueses  Wilhelms haven, tendo-se despedido dos na-
                                                        HDMS “Peter Tordenskiold”,  vios FGS “Frankfurt am Main” da Alemanha e
                                                        HDMS “Ravnen” e do navio  HNLMS “Witte de With” da marinha holandesa,
                                                        norueguês HNOMS “Trond-  este último deixando de vez os mares do norte,
                                                        heim”, efectuou ao largo da  pois o futuro reserva-lhe agora navegações em
                                                        costa da Noruega o disparo  mares mais a sul agora sob bandeira chilena.
                                                        táctico de um míssil NATO   A “Corte-Real” encontra-se integrada na
                                                        SEASPARROW. Pretendia-se  SNMG1 até Outubro, estando neste momen-
                                                        testar o emprego deste tipo de  to na companhia da FGS “Bayern” da Alema-
                                                        arma num cenário complexo  nha, USS “Mc Inerney” (helicóptero SH-60B
                                                        de ameaça aérea. Por forma  Seahawk) dos EUA, HMCS “Montreal” do
                                                        a validar doutrina e procedi-  Canadá (helicóptero CH-124A Sea King) e
                                                        mentos embarcou a bordo da  HNOMS “Trondheim” da Noruega. A força en-
                                                        “Corte -Real” uma equipa de  contra-se actualmente em Wilhelmshaven, na
                                                        análise da Marinha de Guerra  Alemanha, onde decorre um período de manu-
                                                        Portuguesa vinda do CITAN  tenção que se prolongará até dia 18 de Maio.
                                                        (Centro de Instrução de Tácti-                         Z
                                                        ca Naval), da DITIC (Direcção   (Colaboração do Comando do NRP “Corte-Real”)
                                                                                        REVISTA DA ARMADA U JULHO 2005  7
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