Page 228 - Revista da Armada
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DIA DO COMBATENTE




               s Comemorações do Dia do Com-  do Rossio e daí até Leiria, a partir de onde  lar feridas profundas entre os que, directa
               batente, que coincide com o ani-  seguiram para o mosteiro de Santa Maria  ou indirectamente, viveram situações de
         Aversário da Batalha de Lys ( França  da Vitória, na Batalha, aqui chegando a 9  guerra e sofreram as suas consequências.
         1918), tiveram lugar na Batalha, no dia 9  de Abril.                    Não somos pequenos demais para evo-
         de Abril, presididas pelo Ministro da De-  Nesse dia seriam condecorados com o  car esses maiores!
         fesa Nacional.                     grau da Grã Cruz da Ordem da Torre Es-  Sentimos mesmo que, em alguns mo-
           As  Cerimónias cons-                                                             mentos da nossa vida, es-
         taram de uma missa de                                                              tivemos entre eles.”
         sufrágio por todos os
         combatentes falecidos                                                                Do discurso do Minis-
         celebrada pelo Bispo das                                                           tro da Defesa Nacional,
         Forças Armadas e Segu-                                                             Dr. Luís Amado, desta-
         rança , D. Januário Tor-                                                           ca-se o seguinte:
         gal  Ferreira. Seguiram-se
         alocuções pelo Presidente                                                            “Sublinho, neste con-
         da Liga dos Combatentes                                                            texto, todos quantos, no
         e pelo Ministro da  Defesa                                                         presente e num passado
         Nacional, Dr. Luís Ama-                                                            recente, desempenhando
         do, desfile das Forças em                                                           missões em prol da Paz e
         Parada, visita ao Museu                                                            da Segurança Internacio-
         das Oferendas, assinatura                                                          nais, de ajuda Humanitá-
         do Livro de Ouro do Mu-                                                            ria e de Cooperação, dos
         seu pelo Ministro da De-                                                           Balcãs a Timor-Leste, pas-
         fesa Nacional, alocução                                                            sando por Angola, Mo-
         alusiva à Cerimónia pelo                                                           çambique, Afeganistão
         Prof. Dr. Braga da Cruz e Honras Milita-  pada, do Valor, Lealdade e Mérito, com a  – para apenas mencionar algumas destas
         res e Deposição de Flores no Túmulo do  medalha de Ouro de Valor Militar e com  missões – têm honrado a Bandeira que os
         Soldado Desconhecido.              a Cruz de Guerra de 1.ª classe os Soldados  acompanha e a Nação a que pertencem.
           As cerimónias finalizaram com um al-  Portugueses Desconhecidos.       Imbuídos do espírito de bem cumprir e
         moço de confraternização com todos os   Desde então até hoje, nunca os comba-  dotados de uma natural capacidade para
         Combatentes presentes que se realizou no  tentes deixaram de evocar este dia, apro-  estreitar laços de sã amizade com outros
         RAL 4, em Leiria.                  fundando e alargando o seu significado.  povos e culturas, a que a história nos habi-
                                              Primeiro sob a responsabilidade da  tuou, os militares de hoje, pela sua exem-
           Da alocução do Presidente da Liga dos  Comissão dos Monumentos da Grande  plar conduta além fronteiras, têm contri-
         Combatentes, Tenente General Chito Ro-  Guerra. Depois, a partir de 1936, sob res-  buído bem para o reforço do prestígio e
         drigues, realça-se:                                                                da credibilidade interna-
                                                                                            cional de Portugal.
           “A instabilidade polí-                                                             É-nos assim devido,
         tica que reinou na reta-                                                           conscientes do nosso po-
         guarda aprofundar-se-ia                                                            sicionamento geoestraté-
         com a guerra e suas con-                                                           gico e das nossas respon-
         sequências e o país cairia                                                         sabilidades de âmbito
         mais tarde num regime de                                                           nacional e internacional
         autoridade que só o 25 de                                                          que, atenta a situação
         Abril viria a interromper.                                                         económico-financeira do
           A nossa entrada na guer-                                                         País, saibamos, com realis-
         ra e o 9 de Abril de 1918                                                          mo, manter o indispensá-
         marcaram profundamente                                                             vel consenso nacional em
         a nossa História, ao longo                                                         matéria de Defesa Nacio-
         de todo o século XX e até                                                          nal e, em conjunto, con-
         aos nossos dias.                                                                   tinuar a trabalhar para a
           A 7 de Abril de 1921,                                                            reorganização, moderni-
         três anos depois, dois                                                             zação e prestígio das For-
         desses soldados desco-                                                             ças Armadas Portuguesas
         nhecidos que se bateram em África e na  ponsabilidade da Liga dos Combatentes,  e para a dignificação de quantos nelas ser-
         Flandres eram trasladados do Arsenal da  que assumiu a passagem de testemunho  vem Portugal. (...)
         Marinha e recebidos em grandiosa home-  moral e institucional e se comprometeu a:   Unidos em torno de uma identidade
         nagem no Congresso, com a presença do  promover uma Romagem anual à Batalha,  que nos caracteriza e individualiza como
         Presidente da República, Dr. António José  em 9 de Abril; manter o culto do azeite vo-  Nação Secular, estou certo de que os Por-
         de Almeida, do Governo, do Senado, da  tivo; e garantir a guarda e conservação do  tugueses continuarão, com inteligência e
         Câmara dos Deputados, das Forças Ar-  Museu das Oferendas.            elevado sentido patriótico, a saber cons-
         madas, de representantes da Igreja e de   A 2.ª Guerra Mundial mas, fundamental-  truir o Portugal de amanhã”.
         delegações estrangeiras do mais alto nível,  mente, em termos nacionais, a Guerra do                  Z
         seguindo em cortejo triunfal até à estação  Ultramar de 1960 a 1974, vieram reinsta-  (Colaboração da Liga dos Combatentes)

         10  JULHO 2005 U REVISTA DA ARMADA
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