Page 95 - Revista da Armada
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mostrar as bandas. Isso ainda se faz muito no com o título escolhido pelo Autor e pelo Che- através da Banda, presta à Marinha e à cau-
estrangeiro, mesmo organizado por civis. Te- fe da Banda, dentre os que tiverem sido pro- sa do regresso de Portugal ao Mar. Não po-
mos tido muitos convites, todos os anos temos postos pelos nossos auditores ao longo destes deria ser melhor...
da Alemanha, de França e até de Espanha, mas últimos concertos. MSR – Vamos fazer isto em duas versões,
não temos tido oportunidade de ir, embora eles Com a mesma preocupação pedagógica que uma mais simples, orientada para as forma-
paguem tudo... depois de lá chegarmos. O pro- vimos assumindo, teremos a participação de ções mais jovens a quem enviamos, como
blema é as passagens até ao destino coros locais a cujos Maestros enviaremos par- apoio didáctico, um excerto da gravação, e
RA – Por uma circuns- outra mais elaborada
tância tão infeliz como para coros com outra
cómica teve de ser, à úl- maturidade.
tima da hora, cancelada RA – Como se desen-
a ida de uma pequena volve a carreira dum B?
banda amadora pois o O B de Banda que é a
patrocinador esqueceu- letra atribuída aos Músi-
-se de incluir o trans- cos já que o M é privilé-
porte dos instrumentos gio da Classe de Mano-
que, de avião, era, por si bra, a mais antiga...
só, exorbitante. Quando MSR – Sempre por
actuaram no estrangeiro prestação de Provas Téc-
pela última vez? nicas e apresentação
MSR – Em Norfolk, de habilitações curri-
em 1994, como País culares da área de Mú-
Convidado do «Festival sica. Assim, para Cabo
das Azáleas». Fomos faz-se através de provas
em representação na- técnicas realizando-se a
cional, apoiados, en- promoção por escolha.
tão, pelo Ministério da Para Sargento tem lugar
Defesa. Ali, dentre vinte bandas, fomos muito tes da partitura de modo a que os seus coros a apresentação curricular do 12º ano técnico
elogiados. possam participar na execução da obra. para concorrerem ao Estágio Técnico Militar
Os custos do transporte mais uma vez invia- RA – Na linha do que já foi feito... (ETNB) que frequentam na Escola de Tecnolo-
bilizaram a nossa ida a Macau por ocasião da MSR – Exacto. Do que o Jorge Salgueiro já gias Navais (ETNA). Para Oficial tem de se fa-
transferência da Administração. Foi o Exército fez com a «Foco Musical» em relação à peça zer apresentação curricular de Licenciatura na
com uma representação reduzida. da «Quinta da Amizade». Se for em Ponta área de Música, prestação de provas técnicas
RA – E para este ano que está a chegar? Delgada, como pensamos que será, essa au- perante um júri que engloba professores civis
MSR – Refere-se à Presidência Portuguesa? dição inaugural integrará pois coros infantis do ensino superior, isto, para se ser admitido
RA – Seria uma boa razão, tanto mais que de S. Miguel. É uma forma de nos aproxi- no ETMB mas, agora, na ESTNA.
há uma tentativa de relançar a ligação de Por- marmos da população, particularmente dos RA – O que por si só justifica o nível Mu-
tugal ao Mar. Na verdade estávamos a pensar mais jovens. sical atingido...
no segundo centenário da saída da Família RA – E ao encontro de uma tradição musi- MSR – É-nos assegurada, à partida, uma ga-
Real para o Brasil, em Novembro de 1807 cal que é muito forte nos Açores. rantia que um aturado programa de trabalho
MSR – Em relação a isso não há nada. MSR – Onde o gosto pela música está mui- permite afirmar e que faz com que a Banda
RA – Não é propriamente uma partida que to divulgado, em especial a de Banda. É, em seja procurada pelos melhores intérpretes ins-
festejemos, apesar de muito trumentais. Orgulhamo-nos
acertada e genialmente con- disso e dá-nos sólida garantia
cebida e executada (mesmo da continuidade num futuro
que um tanto atabalhoada). de grande qualidade.
Mas o Brasil, em 2008, prepara- RA – E com toda a justi-
-se para festejar o evento que ça! Sabemos que a reserva
conduziu a um dos mais feli- de boas surpresas não está
zes períodos da sua História, esgotada. As referências nos
a de cabeça do Reino Unido meios musicais têm sido e
de Portugal, Brasil e Algarve, são das melhores, entre nós
e que a Banda, enquanto tal, e nas, infelizmente poucas,
acompanhou. actuações no estrangeiro. A
MSR – Para 2008 temos um população, tem-se deixado
convite para participarmos cativar não só pelas inteli-
num Festival em Bremen, na Alemanha, num Portugal, onde há maior densidade de bandas gentes acções de aproximação mas também
Tatoo organizado, para angariar fundos, pelos filarmónicas por habitante. pela qualidade musical e, certamente, pela
antigos Combatentes da II Guerra Mundial e da RA – Não imaginávamos. disponibilidade pessoal dos elementos da
Associação dos Cemitérios Militares. MSR – Tivemos ocasião de o verificar pois Banda o que, no todo, é uma mais valia que,
Como o próximo Dia da Marinha deve- actuámos nas nove ilhas e fomos muito bem também sabemos, os mais altos responsáveis
rá ser comemorado nos Açores aí regressa- recebidos. na Armada têm presente. Permita que atra-
remos depois de em 1992 termos lá ido por A «Foco Musical», também já se mostrou vés de si felicitemos cada um dos homens e
duas vezes. interessada em editar a obra dedicada aos as- as quatro mulheres que contribuem para o
Até ao Dia da Marinha, em cada concerto suntos do mar apoiada num texto em banda êxito desta empresa.
será tocado mais um quadro do projecto de desenhada cujos personagens principais serão Z
que já falámos, a obra que o Jorge Salgueiro os peixes. E isto sem custos para a Armada. Dr. Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves
tem vindo a compor de modo que nesse dia RA – É um investimento de curto, médio 1TEN
seja então executada na sua versão integral, já e longo prazo a custo zero que a Armada, Fotos Julio Tito
REVISTA DA ARMADA U MARÇO 2007 21