Page 92 - Revista da Armada
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quem viveu o incidente. De terra, dias depois do desembarque da
ninguém se apercebeu do que suce- Rainha, o Presidente do Conselho
dera – nem do que estivera prestes Col. Família Matoso manifestou o desejo de visitar o Ber-
a suceder; a bordo, só teve consci- gantim, que foi por isso novamente
ência do que se passava quem es- guarnecido e preparado para o re-
tava virado para vante e atento á ceber, na Doca da Marinha.
manobra. Talvez o Duque de Edim- Numa deslocação relampago, tão
burgo e o Comandante Matoso, discreta e anónima quanto possivel
distintos oficiais da armada com e, se bem me recordo, acompanha-
larga experiência na manobra de do unicamente pelo Ministro da
navios, hajam intuído a eminência Marinha, o Dr. Oliveira Salazar vi-
dum desastre; mas não certamente sitou atentamente a embarcação;
a Rainha, nem as outras altas indi- fez perguntas; interessou-se por por-
vidualidades presentes, atentas às menores; falou com os tripulantes;
honras prestadas no cais e às per- cumprimentou-os; e voltou a sair,
sonalidades que aguardavam o seu evidenciando grande satisfação com
desembarque. o que vira, duma forma calorosa e
Assim, nada mais houve que numa atitude que, segundo parece,
um “pesadelo instantâneo”, vivido era nele pouco vulgar.
apenas por alguns, sem consequên- Algum tempo mais tarde, o Ber-
cias que viessem empanar o brilho gantim foi para o Museu da Mari-
do desembarque de Isabel II, que, nha, onde presentemente se encon-
acompanhada pelo Presidente da tra. Com toda a certeza não voltará
República General Craveiro Lopes a navegar, o mesmo acontecendo
e sua Esposa, subiu a escadaria do com as galeotas e mais embarcações
Terreiro do Paço com um prazen- que ali se conservam. Por isso, Feve-
teiro e feliz sorriso, ao iniciar a sua reiro de 1957 marca o fim da nave-
primeira visita a Portugal, que moti- gação das grandes embarcações a
vou a ultima missão executada pelo remos no Rio Tejo, e possivelmente
Bergantim. no Mundo.
Ou melhor: a penúltima! Z
Poucos sabem, com efeito, que Comandante G. Conceição Silva
ENTREGA DE COMANDO
BASE DE FUZILEIROS
¬ Em 27 de Outubro de 2006, decorreu na ferindo-se nomeadamente ao trabalho de re-
Base de Fuzileiros, a cerimónia de rendição do cuperação de infra-estruturas que está a ser
cargo de Comandante desta Unidade, presidi- efectuado e exortando o novo comandante.
da pelo Comandante do Corpo de Fuzileiros Destacou ainda o novo desafio que se apro-
CALM Carvalho Abreu, na qual estiveram xima, já em 2008, com a chegada das Viaturas
presentes diversas entidades da Marinha, Blindadas Ligeiras Anfíbias (VBLA), que irão
antigos comandantes da Base de Fuzileiros e naturalmente obrigar “…a melhorar a orga-
outros convidados militares e civis. nização e métodos de trabalho e a valorizar
Depois de prestadas as honras militares ao a preparação e bem estar do pessoal, através
Comandante do Corpo de Fuzileiros pelas de formação e treino adequado”.
Forças em Parada (FP), que eram constituídas por efectivos das Uni- A cerimónia terminou com um almoço na Messe de Oficiais.
dades de Fuzileiros e comandadas pelo CFR FZ, Teixeira Moreira, teve
início a cerimónia de entrega de comando. O CFR António Manuel Ferreira de Campos, foi incorporado na Marinha e nos
O Comandante cessante no seu discurso, referiu que era com emoção Fuzileiros em Setembro de 1977, tendo em 1984, após a frequência do 4º Curso de
que vivia o “...momento de passagem de testemunho a uma nova gera- Oficiais Fuzileiros na EN ingressou nos QP’s.
Foi Comandante da Companhia de Fuzileiros Nº 23 (CF23) e desempenhou
ção, que admiro e prezo pelo seu valor, pela lufada de ar fresco que repre- as funções de Chefe do Serviço de Comunicações e do Centro de Comunica-
sentam o seu conhecimento, as suas ideias, ambições e objectivos”. ções da antiga Força de Fuzileiros do Continente.
De seguida teve lugar a leitura da ODU que publicava a rendição De 1997 a 2000 cumpriu uma comissão de serviço no IASFA.
do cargo e um louvor alusivo ao desempenho do Cte. Pires Carmona, Foi Comandante da CF 21, Oficial de Operações, 2º Comandante e Coman-
após o que se procedeu ao cerimonial de rendição, com a revista das dante do Batalhão de FZ Nº 2 de 2000 a 2003.
No Comando do Corpo de Fuzileiros, no âmbito do Estado-Maior, desem-
Forças em parada e a entrega do estandarte da Unidade ao novo Co- penhou as funções de adjunto da Secção de Operações e de Chefe da Secção
mandante. de Logística do Material.
O novo Comandante da Base de Fuzileiros, o CFR FZ Ferreira de De 2005 a 2006, desempenhou as funções de 2º Comandante da BFz.
Campos, agradeceu a presença dos ilustres convidados e a confiança Possui entre outros o Curso de Oficiais Fuzileiros da EN, CGNG, “Pea-
que o Comandante do Corpo de Fuzileiros em si depositou ao confiar- ce Keeping Course” e o “Electronic Warfare Course” no âmbito da NATO,
Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais Fuzileiros em Comunicações, Curso
-lhe este importante cargo, mostrando-se convicto da resposta capaz de Aperfeiçoamento de Oficiais em Guerra Electrónica, Curso de Aperfeiço-
que a guarnição certamente irá dar nos novos desafios que se aproxi- amento em Inactivação de Engenhos Explosivos Convencionais / Ramo Ter-
mam e também do apoio por parte das Unidades sedeadas, na linha restre, Curso de Transmissões das Armas ( EPT – Porto ) e o Curso de Defesa
do que sempre tem acontecido anteriormente. NBQ ( EPE – Tancos ).
Ao longo da sua carreira recebeu vários louvores e condecorações.
Por fim usou da palavra o Comandante do Corpo de Fuzileiros, re-
18 MARÇO 2007 U REVISTA DA ARMADA