Page 94 - Revista da Armada
P. 94
para as crianças, à semelhança da obra «Pedro muito pormenorizado, que já recebemos. MSR – Nós, no ano passado, gravámos mais
e o Lobo» de Prokofiev. RA – Ocorre-me que há anos que sigo al- um CD que nos foi proposto por uma edito-
O mar e a marinha tem tantos temas apela- guns concertos corais de Natal e que nunca ra de partituras de Música Portuguesa e sem
tivos que decidimos juntar o útil ao agradável, ouço obras de origem portuguesa, erudita ou qualquer despesa para a Marinha que recebeu
aproximando os jovens do Mar, da Marinha popular. De clássicos até Lopes Graça, cujo como contrapartida 500 CD’s.
e da Banda. centenário se celebra, e até dos levantamentos RA – Apareceu com que nome?
RA – De facto, há hoje uma convicção mui- anteriores aos que ele, com Giacometti, fez MSR – Não apareceu nos circuitos comer-
to viva de que a Ban- ciais, apenas na editora.
da projecta a imagem O no me é «Caminho
da Armada muito mais para a Índia» e é só de
longe do que a Arma- autores na cionais (8
da pode ir, no interior originais e 2 arranjos;
do País. Brahms e J. Strauss Jr.).
CSR – Por termos tido Tenho-o aqui...
a felicidade de penetrar RA – A capa e o folhe-
bem nas populações, to são apelativos. O
temos sido, em espe- nome dos elementos
cial no interior norte, por instrumentos... na
abordados e muito foto da Ban da julgo re-
questionados acerca da conhecer o fundo do
Marinha, como é que palco da Gulbenkian.
podem vir para a Ar- Ou será o do CCB?
mada e para a Banda MSR – O do Centro
e de uma forma geral Cultural de Belém. Foi
despertar nos jovens o durante o Concerto da
interesse pelo Mar. Primavera, integrado na
RA – O que, dado o Festa da Primavera, em
quase inesperado divórcio, difícil de explicar, pelas aldeias mais recônditas. Que se passa? 26 de Março de 2006.
do País com o Mar é da maior importância, Estará isso no âmbito da Banda... RA – Lembramo-nos. A Banda dirigida pelo
sobretudo junto dos mais pequenos. MSR – Implica a participação de um coro Comandante?
CSR – E também ao nível do Ensino Supe- e depende das escolhas que o próprio coro ti- MSR – Por mim e pelo Subchefe, o 2TEN
rior, como nos concertos na Escola Naval, por ver feito. No Concerto de Natal deste ano, na Maestro Délio Coelho Gonçalves. Curiosa-
ocasião das Jornadas do Mar. Escola Naval, tivemos a colaboração do Coral mente um dos autores concorreu à Banda e a
O projecto que referi foi apresentado ao Infantil de Setúbal e tocámos a alemã, «Noi- 10 de Janeiro já estará entre nós.
Almi rante Chefe de Gabinete para a aprova- te Feliz»... RA – Quem é?
ção do CEMA, e parte de uma parceria com RA – Aquele concerto a que, com o trân- MSR – Trata-se do Samuel Pascoal com a
a Compa nhia de Teatro «O Bando» e o Coral sito bloqueado à entrada da ponte, tivemos obra que dá nome ao CD e que é também o
Infantil de Se túbal, que é dirigido por um ele- de faltar... autor dos «Campinos Scalabitanos».
mento da Banda. MSR – Não! Esse foi o das Jornadas do Mar. RA – Foi pois uma boa aquisição enquanto
RA – Como se vai chamar? RA – Tem razão! Em alguns Países da Euro- instrumentista e jovem compositor. A RA não
MSR – O nome será dado pelo público pa Central e do Norte há uma produção con- pode deixar de lhe dar as boas vindas...
numa iniciativa que decorre ao longo MSR – Vem como instrumentista e
dos concertos da Banda da Armada. A como já disse não facilitamos as en-
médio prazo - estimamos em 2008 - tradas...
está previsto participarmos numa gran- RA - Há aqui outro compositor da
de produção que é a montagem de banda!
uma obra de Sofia de Melo Breyner, MSR – Há! O David Correia autor da
«A Saga» a ser musicada por Jorge Sal- obra «Bali». Aliás o CD tem uma grande
gueiro e destinada a itinerar pelo País. diversidade de música.
Está pensada como uma ópera de rua «Sons de Cá» é uma tradicional mar-
ou mesmo para ser apresentada numa cha de concerto da Banda Portuguesa.
grande sala de teatro dado que se trata Uma peça de quando a Música de Ban-
de uma companhia muito credenciada da era muito valorizada... A sonoridade
e apoiada oficialmente. das bandas portuguesas está toda aí!
RA – Mais concretamente... RA – Não há um festival de bandas
MSR – Temos agendado, para 19 de em Portugal?
Janeiro, um concerto no Teatro «Luísa Todi» tínua de música natalícia que vende imenso. MSR – Há vários, mas só de bandas de ama-
destinado a homenagear os compositores Fer- Não tem nada a ver com a Fé mas com a Cul- dores. De profissionais, não.
rer Trindade, com ligações a Setúbal e que per- tura. Presumo que Lopes Graça não era sequer RA – Quantas bandas profissionais existem,
tenceu à nossa Banda, cuja música tocaremos crente... Importamos tantas modas alheias à além das três das Forças Armadas.
(1ª parte) bem como Jorge Salgueiro (2ª parte), nossa Cultura por que não uma que valorizas- MSR – Três? Não. (RA - Ah! Esqueceu-nos a
também com fortes ligações àquela cidade. se a nossa Tradição de forma inovadora? da GNR!) Não! Não! Há mais! Só o Exército
No dia 9 de Fevereiro um concerto no Ate- MSR – Nós, na Banda, prezamos muito a tem cinco bandas. e a Guarda Nacional Repu-
neu Vila-franquense, no dia 4 de Março, no Música Portuguesa. Nos concertos tocamos blicana tem duas, Porto e Lisboa A FAP, a PSP
Porto, na Casa da Música. sempre duas ou três obras de autores portu- e nós, cada um, uma. Civis não há nenhuma
RA – Magnífico! E mais actividades para gueses. É aliás uma tarefa que está hoje mais que seja profissional.
este ano? facilitada pois existem jovens compositores a RA – Não fazia ideia... mas antigamen-
MSR – Temos muitos pedidos de actuações produzirem música com qualidade. te havia...
e claro todo o planeamento anual da Armada, RA – Sem dúvida! MSR – Os Tatoos militares que permitiam
20 MARÇO 2007 U REVISTA DA ARMADA