Page 154 - Revista da Armada
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o navio esteve “a seco” em manutenção na Dok pela Flotilha e, característica comum às nossas L (porões);
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VI do MARINE BEDRIJF , de forma a efectuar guarnições, a vontade de manter, de forma per- - A prancha de entrada é colocada no pavi-
a instalação do transdutor do Sonar de Casco manente e consistente, os navios em bom esta- mento H;
PHS-36, recuperar a estanqueidade das rado- do de conservação. Os compartimentos são designados da seguin-
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mes das antenas do Sistema te forma:
de Comunicações Satélite - A estibordo, 1;
SATCOM e afinar os senso- - A bombordo, 2;
res de posição de passo dos - A meio navio, 0;
hélices. Foi uma excelente - Atravessando vários pa-
oportunidade para reconhe- vimentos, 5;
cer as obras vivas e verificar De forma a diferenciar
o seu estado geral. os diversos compartimentos
existentes, é utilizada a se-
O DEPARTAMENTO guinte sequência como de-
signação LA (NBCD).
DE PROPULSÃO A título de exemplo:
E ENERGIA - 2H10 é um comparti-
O Departamento de Pro- mento situado na zona 2,
pulsão e Energia (DPE) é pavimento H e é o 1º com-
chefiado por um Capitão-Te- partimento deste tipo (nº se-
nente, da classe de Engenheiros Navais do ramo Em relação ao treino realizado, realça-se a quencial) a meio navio. Esta designação é a de
Mecânica, e é constituído por três serviços: intensidade do planeamento proposto com sé- compartimento de acesso (hall);
- Limitação de Avarias e Mecânica, chefiados ries em simultâneo ou com início e fim con- - 2H10.12 é um compartimento situado na vi-
por dois oficiais subalternos da classe de Enge- correntes. zinhança do acesso 2H10 e é o 1º compartimen-
nheiros Navais do ramo Mecânica, e; Este treino foi crucial para o DPE, permitindo to de vante para ré situado a bombordo deste.
- Electrotecnia, chefiado por um oficial subal- uma aproximação ao treino que será efectua do - 4L15 é um compartimento situado na zona
terno da classe de Serviço Técnico. no POST, devido ao nível de exigência dos ava- 4, no pavimento L, o 1º deste tipo e atravessa di-
O DPE integra igualmente um Sargento-Aju- liadores e ao seu profundo conhecimento do versos pavimentos. Esta designação pertence à
dante da classe de Maquinistas Navais que tem navio. O resultado foi muito satisfatório apesar casa dos motores.
como encargo principal o controlo integrado das do pouco tempo de navio que a nossa guarni-
actividades de manutenção do departamento. ção tem à data. CONDIÇÕES DE ESTANQUEIDADE
As diversas secções dos serviços de bordo, são No final o NRP Bartolomeu Dias concluiu No NRP “Bartolomeu Dias” estão definidas
chefiadas por nove Sargentos e compreendem com sucesso o SARC3 Plus. quatro condições de estanqueidade a líquidos
vinte e três praças, totalizando o DPE o total de É convicção do staff CNLSTC que o coman- ou watertight (WT), duas condições de estan-
trinta e oito militares. do e a guarnição se encontram bem preparados queidade a gases ou gastight (GT) e duas con-
para responder às exigências da próxima fase de dições especiais. Cada condição é definida por
AS ACÇÕES DE TREINO treino nacional. Ficaram bem patentes o entu- uma letra ou cor específica.
NA PERSPECTIVA DO DPE siasmo e a receptividade às recomendações do Condições Watertight
Com o objectivo de maximizar o desempe- staff, o que permitiu uma rápida evolução na A condição de estanqueidade “X” tem como
nho durante o PTS, realizaram-se acções inter- maior parte das áreas. Em suma, a guarnição objectivo estabelecer a estanqueidade entre os
nas de preparação focando principalmente as demonstrou ter o potencial necessário para en- pavimentos inferiores do navio, onde o risco de
áreas da Segurança para Navegar e Limitação frentar com sucesso o treino nacional e poste- alagamento é superior. É estabelecida em con-
de Avarias. riormente o POST. dição geral 2/3/4/5 (navio a navegar, fundeado
Executaram-se vários exercícios, com par- ou atracado).
ticular incidência nas áreas de Limitação de A PLATAFORMA A condição de estanqueidade “Y” tem como
Avarias (Emergências a Navegar e no Porto), O navio é construí do em duas secções prin- objectivo estabelecer a estanqueidade entre os
Electricidade (Switch Board Drills) e Mecânica cipais, cada uma com três zonas e 9 zonas dife- compartimentos abaixo do Pavimento H e é es-
(Machinery Breakdown Drills), suportados nos rentes para ventilação. As zonas estão divididas tabelecida em condição geral 2/3/5 (a navegar
conhecimentos adquiridos na fase do treino a em termos de compartimentação estanque à e atracado, em situações especiais).
bordo, realizado em Novembro de 2008 (On- entrada de água (watertight). A condição de estanqueidade “Y” deverá ser
Board Training). Em termos genéricos, a linha de água situa- estabelecida em condição 2 em situações em
O principal objectivo do PTS foi testar a capa- se abaixo do pavimento H, o único pavimen- que existe um acréscimo do risco de colisão
cidade do navio operar em segurança. Este ob- to onde é possível a passagem longitudinal por ou sinistro.
jectivo foi alcançado, tendo a guarnição conse- todo o navio. A numeração para os restantes pa- A condição de estanqueidade “Z” tem como
guido cumprir com o Command Aim (Navegar e vimentos tem como referência este pavimento. objectivo estabelecer a estanqueidade em todo
cumprir com as missões em segurança), presente Subindo até ao pavimento A e descendo até ao o navio, em preparação para combate.
nas nossas mentes desde o inicio de 2008, altura pavimento L (porões e tanques). Condições Gastight
em que a “cruzada” foi iniciada. Considerando uma compartimentação mais Na iminência de ataque nuclear, biológico ou
Um mês após a recepção do navio, a 16 de eficaz para o combate a eventuais incêndios, químico, o navio tem a capacidade de se tornar
Fevereiro, iniciámos a realização do SARC3 as zonas 2 e 5 são sub-divididas nas zonas 2a, estanque a gases e partículas. Para cumprir este
Plus. 2b e 5a, 5b. requisito deverá implementar a condição de es-
De acordo com o transmitido pela equipa de A numeração das balizas é efectuada de ré tanqueidade A, permitindo uma sobrepressão
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avaliação holandesa , o navio apresentou -se, de para vante . interna na ordem de 5 mbar, sendo a entrada na
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um modo geral, com bons padrões de limpeza A numeração de compartimentos é diferente cidadela (interior do navio) efectuada através de
e segurança para navegar, atingindo padrões, no da utilizada na maioria dos nossos navios, sen- uma Estação de Descontaminação.
que respeita por exemplo, aos espaços de má- do constituída pelas seguinte regra: A condição de estanqueidade “A” (Laranja)
quinas, que referiram ser de difícil alcance por - Zonas marcadas de vante para ré (1 a 6); tem como objectivo estabelecer a cidadela do
parte dos seus próprios navios. Ao facto não é - Pavimentos numerados desde o pav. B (pa- navio. É utilizada em Postos de Combate (con-
alheio, o treino nacional previamente executado vimento do STIR) para baixo até ao pavimento dição geral 1) em conjunto com a condição
8 MAIO 2009 U REVISTA DA ARMADA