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O Baptismo do “Arpão”
                           O Baptismo do “Arpão”

               o ar fresco pairava, vigiando as                                   panhados pelo Sr. Walter Freitag, Presi-
               águas cristalinas do fiorde na                                     dente do Conselho Executivo da HDW e
         Nbusca de peixe que lhe mitigas-                                        Foto cedida pela HDW  membro do Conselho de Administração
         se a fome.                                                               da ThysenKrupp Marine Systems.
           Lá do alto apercebeu-se da azáfama e                                    Discursou então o Sr. Freitag, que após
         do ruído anormais que da margem Les-                                     agradecer aos convidados a sua presença
         te, junto ao estaleiro provinham; curiosa                                referiria: “(…)A introdução de submarinos
         desceu em círculos cada vez mais cerra-                                  ultra-modernos na Armada Portuguesa
         dos para finalmente pousar, atenta a tudo.                                ocorre quando podemos reconhecer um
         Assim se deixou estar, imperturbável até                                 renascimento do Poder Naval nos ocea-
         que, subitamente, o barulho de vidro a                                   nos deste planeta.
         quebrar-se a fez levantar voo e afastar-se                                Isto é particularmente verdade no
         para distância segura.                                                   Ocea no Índico – uma zona bem conhe-
           Sem o saber, tinha a assustada gaivota                                 cida de Portugal e pela sua Marinha. Nele
         sido testemunha da cerimónia, simples                                    todos os sinais apontam para uma cres-
         mas de grande significado para a Marinha                                  cente rivalidade marítima entre as Mari-
         de Guerra Portuguesa e para Portugal, de                                 nhas da Índia e da China e é também aí
         baptismo do “Arpão” o segundo subma-                                     que os piratas levam a cabo o seu sujo
         rino da futura classe “Tridente”.                                        empreendimento.
           Estava-se a 18 de Junho e afinal o ruí-                                  A NATO e a EU, bem assim como na-
         do que tanto assustara a atenta gaivota                                  vios de marinhas doutras nações aí de-
         era tão só o da garrafa de champanhe que                                 senvolvem um esforço de protecção
         a madrinha, Drª Maria Barroso Soares,                                    das SLOCS. E Portugal toma parte activa
         quebrara com visível satisfação contra o                                 nesta empresa.(…) Ainda recentemente
         casco do navio, assim lhe gravando para                                  Portugal assumiu o comando da força da
         sempre o nome.                                                           NATO que tinha por missão o controlo
           Este momento culminava uma cerimó-                                     e combate à pirataria junto às costas da
         nia que começara cerca das 1030 locais,                                  Somália. (…)”.
         quando da chegada ao recinto contíguo                                     Prosseguiria referindo os cinco pilares
         ao “hidrolift” (plataforma hidráulica onde                               definidos pelo ALM CEMA como funda-
         estava assente o submarino e que, qual                                   mentais para que a nossa Marinha possa
         elevador, o baixaria para a água após                                    enfrentar os complexos desafios de hoje
         o baptismo) dos diversos convidados                                      em dia. Sobre estes teceria o seguinte co-
         de honra, de que destacamos os VALM                                      mentário: “(…)A definição destes pilares
         DGAED, COMNAV e SSM e os CALM                                            vai de encontro à visionária decisão do
         DN e DI, bem como o futuro Coman-                                        Governo Português de adquirir submari-
         dante do “Arpão”, CTEN Batista Pereira                                   nos modernos no contexto da Moderni-
         e senhora, animados e entretidos pela                                    zação das Forças Armadas Portuguesas.
         “Schleswig-Holstein Polizei Big Band”;                                   (…) Torna-se possível o assumir de um es-
         cerca das 1100 locais, com todos os con-                                 pectro completamente novo de Missões.
         vidados já sentados no pontão-palanque                                   (…) (Os submarinos) poderão ser empre-
         contíguo ao “hidrolift”, foi a vez de che-                               gues quer na protecção de SLOCS e de
         garem os convidados VIP: a Madrinha do                                   Portos. Podem combater o Terrorismo no
         novo navio, Drª Maria Barroso Soares, o                                  e do mar. Serão capazes de detectar pla-
         Ministro da Defesa Nacional, Prof. Dou-                                  taformas utilizadas para o narcotráfico e
         tor Nuno Severiano Teixeira, o Embaixa-                                  para a emigração ilegal. Revelam-se pla-
         dor de Portugal em Berlim, Dr. José Costa                                taformas únicas no que toca à observa-
         Pereira, Sr.ª Cathy Kietzer, Presidente da                               ção, vigilância e recolha de informação
         cidade de Kiel, Sr. Torsten Albig, Mayor da                              em extensas áreas marítimas, (…) sejam
         cidade de Kiel, o Deputado Dr. Henrique                                  estas as profundas águas de Oceanos
         de Freitas, o VALM Hans Joachim-Stricker,                                como o Atlântico ou o Índico ou as águas
         COMGERFLEET e o ALM Melo Gomes,                                          costeiras do Mediterrâneo. A Marinha
         Chefe do Estado-Maior da Armada, acom-                                   de Guerra Portuguesa ficará dotada de

















         16  AGOSTO 2009 U REVISTA DA ARMADA
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