Page 270 - Revista da Armada
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O Baptismo do “Arpão”
O Baptismo do “Arpão”
o ar fresco pairava, vigiando as panhados pelo Sr. Walter Freitag, Presi-
águas cristalinas do fiorde na dente do Conselho Executivo da HDW e
Nbusca de peixe que lhe mitigas- Foto cedida pela HDW membro do Conselho de Administração
se a fome. da ThysenKrupp Marine Systems.
Lá do alto apercebeu-se da azáfama e Discursou então o Sr. Freitag, que após
do ruído anormais que da margem Les- agradecer aos convidados a sua presença
te, junto ao estaleiro provinham; curiosa referiria: “(…)A introdução de submarinos
desceu em círculos cada vez mais cerra- ultra-modernos na Armada Portuguesa
dos para finalmente pousar, atenta a tudo. ocorre quando podemos reconhecer um
Assim se deixou estar, imperturbável até renascimento do Poder Naval nos ocea-
que, subitamente, o barulho de vidro a nos deste planeta.
quebrar-se a fez levantar voo e afastar-se Isto é particularmente verdade no
para distância segura. Ocea no Índico – uma zona bem conhe-
Sem o saber, tinha a assustada gaivota cida de Portugal e pela sua Marinha. Nele
sido testemunha da cerimónia, simples todos os sinais apontam para uma cres-
mas de grande significado para a Marinha cente rivalidade marítima entre as Mari-
de Guerra Portuguesa e para Portugal, de nhas da Índia e da China e é também aí
baptismo do “Arpão” o segundo subma- que os piratas levam a cabo o seu sujo
rino da futura classe “Tridente”. empreendimento.
Estava-se a 18 de Junho e afinal o ruí- A NATO e a EU, bem assim como na-
do que tanto assustara a atenta gaivota vios de marinhas doutras nações aí de-
era tão só o da garrafa de champanhe que senvolvem um esforço de protecção
a madrinha, Drª Maria Barroso Soares, das SLOCS. E Portugal toma parte activa
quebrara com visível satisfação contra o nesta empresa.(…) Ainda recentemente
casco do navio, assim lhe gravando para Portugal assumiu o comando da força da
sempre o nome. NATO que tinha por missão o controlo
Este momento culminava uma cerimó- e combate à pirataria junto às costas da
nia que começara cerca das 1030 locais, Somália. (…)”.
quando da chegada ao recinto contíguo Prosseguiria referindo os cinco pilares
ao “hidrolift” (plataforma hidráulica onde definidos pelo ALM CEMA como funda-
estava assente o submarino e que, qual mentais para que a nossa Marinha possa
elevador, o baixaria para a água após enfrentar os complexos desafios de hoje
o baptismo) dos diversos convidados em dia. Sobre estes teceria o seguinte co-
de honra, de que destacamos os VALM mentário: “(…)A definição destes pilares
DGAED, COMNAV e SSM e os CALM vai de encontro à visionária decisão do
DN e DI, bem como o futuro Coman- Governo Português de adquirir submari-
dante do “Arpão”, CTEN Batista Pereira nos modernos no contexto da Moderni-
e senhora, animados e entretidos pela zação das Forças Armadas Portuguesas.
“Schleswig-Holstein Polizei Big Band”; (…) Torna-se possível o assumir de um es-
cerca das 1100 locais, com todos os con- pectro completamente novo de Missões.
vidados já sentados no pontão-palanque (…) (Os submarinos) poderão ser empre-
contíguo ao “hidrolift”, foi a vez de che- gues quer na protecção de SLOCS e de
garem os convidados VIP: a Madrinha do Portos. Podem combater o Terrorismo no
novo navio, Drª Maria Barroso Soares, o e do mar. Serão capazes de detectar pla-
Ministro da Defesa Nacional, Prof. Dou- taformas utilizadas para o narcotráfico e
tor Nuno Severiano Teixeira, o Embaixa- para a emigração ilegal. Revelam-se pla-
dor de Portugal em Berlim, Dr. José Costa taformas únicas no que toca à observa-
Pereira, Sr.ª Cathy Kietzer, Presidente da ção, vigilância e recolha de informação
cidade de Kiel, Sr. Torsten Albig, Mayor da em extensas áreas marítimas, (…) sejam
cidade de Kiel, o Deputado Dr. Henrique estas as profundas águas de Oceanos
de Freitas, o VALM Hans Joachim-Stricker, como o Atlântico ou o Índico ou as águas
COMGERFLEET e o ALM Melo Gomes, costeiras do Mediterrâneo. A Marinha
Chefe do Estado-Maior da Armada, acom- de Guerra Portuguesa ficará dotada de
16 AGOSTO 2009 U REVISTA DA ARMADA