Page 13 - Revista da Armada
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deiro de duas linhas distintas: O Centro de      Sinal, Sistemas de Apoio à Decisão, e Saúde          da Europa (EUA). No global, estes projectos
Estudos Especiais da Armada (CEEA) e o           Naval). Desenvolve ainda actividade noutras          excedem os quatro milhões de euros, estando
Gabinete Coordenador das Actividades de          áreas (ex: comunicações móveis) que, por             a participação do CINAV avaliada em cerca
Investigação e Desenvolvimento da Escola         não possuírem ainda um corpo de trabalho             de 600 mil euros. No actual contexto externo
Naval (GCAID). O CEEA, criado em 9 de            ou número de investigadores com dimensão             fortemente restritivo, estima-se, porém, que
Dezembro de 1961 (um sábado), tinha por          adequada, não constituem linhas de investi-          não venha a haver financiamento para uma
missão “Coordenar e orientar os trabalhos        gação estabelecidas.                                 boa parte dos projectos ainda não aprovados.
de investigação técnica e científica, relativos
às armas e material naval, realizados no âm-        Do pacote estratégico desenvolvido para              No que respeita à investigação científica
bito do Ministério da Marinha”, missão que,      o CINAV constam vários objectivos estratégi-         pura, de cariz académico/universitário, no
tirando a ligeira restrição de âmbito, mapeia    cos e de suporte, suas medidas e indicadores.        ano de 2010 foram feitas 26 publicações em re-
perfeitamente o actual CINAV. Durante cer-       Mas se, de todo esse mapa estratégico, apenas        vistas e/ou conferências científicas internacio-
ca de 25 anos, este organismo serviu como        pudéssemos eleger os dois vectores que têm           nais, 34 em revistas e/ou conferências científi-
centro de apoio e acolhimento às iniciativas     orientado a acção do CINAV, teríamos de ele-         cas nacionais, publicados 15 livros/capítulos
e projectos (individuais ou institucionais) que  ger os seguintes: cooperação e internacionalização.  em livro, tutoradas duas teses de Doutora-
iam surgindo na Marinha. Foi assim que           É na cooperação que se aprende, que se encon-        mento, 24 Teses de Mestrado, publicados 48
foi desenvolvido o sistema de libertação de      tram sinergias, e se criam oportunidades. Por        artigos em revistas de divulgação, e efectuadas
lastro para os torpedos MK44 de exercício;       outro lado, é no confronto e comparação com          67 outras divulgações, entre palestras e publi-
foi também assim que foi desen-                  os melhores que se encontram as oportunida-          cações diversas.
volvida a granada-foguete de 90
mm (Armada 90) e o seu lança-                    des e motivações para evolução, e é em termos                           Os vectores internacionali-
dor para os Chaimites da Ma-                     internacionais, portanto, que deve ser aferida a                    zação e cooperação estão, pois,
rinha, ou os foguetes para levar                 qualidade da investigação produzida.                                fortemente representados no
retenidas a navios acidentados, a                                                                                    actual leque de actividades e
partir da praia. Noutra arena, o                    Um ano após o início de actividade, o                            resultados do CINAV, e são o
GCAID assegurou e coordenou,                     portfolio de projectos em que o CINAV está                          corolário natural de um poten-
desde 1993, as actividades de                    envolvido (uma parte substancial ainda a                            cial de credibilidade, nacional
investigação da EN. Nesse perío-                 aguardar aprovação por parte das entidades                          e internacional, que o CINAV
do, a EN produziu e publicou 87                  financiadoras) é muito considerável, forte-                         tem vindo a conseguir estabe-
artigos científicos internacionais               mente internacional, e, em todos os casos, co-                      lecer no ano de vida que já leva.
(25 em revista, e 62 em conferên-                operativo.Dele constam7projectoseuropeus
cia), 45 artigos em conferências                 (três com financiamento da União Europeia                         EPÍLOGO
científicas nacionais, para além                 – 7º Programa-Quadro, dois com financia-                                A IDI na Marinha não surgiu
de quase duas dezenas de livros                  mento da Agência Europeia de Defesa, e dois
e capítulos em livro, e quase                    com financiamento NATO), 7 projectos sub-                           com o CINAV. Pelo contrário,
duas centenas de artigos em re-                  metidos a fontes de financiamento nacionais                         vem de há longa data. A actual
vistas de divulgação; produziu ainda, como       externas à Defesa (Fundação para a Ciência                          solução orgânica poderá permi-
resultado das Memórias de Fim de Curso dos       e Tecnologia), e 8 projectos que aguardam                           tir, porém, um grande desenvol-
Aspirantes, vários desenvolvimentos que          financiamento por parte do Ministério da De-                        vimento da área, pela reunião e
vieram (e continuam) a ter aplicação diária      fesa. No seu conjunto, implicam a cooperação         concentração de competências que permite,
na esquadra e na vida da Marinha, com casos      com grande parte das Universidades e Insti-          capaz de constituir o necessário capital de
pontuais de projecção e adopção internacio-      tutos de referência na investigação nacional         massa crítica. Podem ser membros do CI-
nal. Embora correspondendo ao período do         (UPorto, IST, UAveiro, FC-UL, FCT-UNL,               NAV todos os docentes da Escola Naval, Ofi-
arranque da investigação científica pura na      ISEL, UCatólica, ISEGI-UNL, INESC-INOV,              ciais da Marinha envolvidos em actividades
Marinha (por força da integração da EN no        INESC-ID, entre outras), e dezenas de insti-         de IDI, ou, em geral, quaisquer investigado-
SCTN), foram anos de produção considerá-         tuições congéneres europeias. Encontram-se           res que colaborem com o CINAV ou sejam
vel, especialmente considerando o número         ainda em preparação projectos adicionais de          orientados cientificamente por membros do
demasiado reduzido de investigadores com         cooperação, desta vez com instituições fora          CINAV. As candidaturas devem ser envia-
produção efectiva. O balanço entre estas duas                                                         das ao CINAV, para apreciação pelo Conse-
realidades - investigação pura da (e para)                                                            lho Científico. Todos juntos, somos poucos.
a EN, e investigação aplicada/desenvolvi-                                                             Como espaço de acolhimento para ideias,
mento de (e para) os restantes sectores da                                                            projectos e percursos de iniciativa individual
Marinha – é o compromisso assumido pelo                                                               que também é, o CINAV está disponível e ao
CINAV, e a característica mais conspícua da                                                           alcance de todos nós1, em cinav@marinha.
missão que lhe está atribuída.                                                                        pt. A iniciativa individual é tão ou mais im-
                                                                                                      portante do que a iniciativa organizacional. O
SITUAÇÃO ACTUAL                                                                                       espaço para o seu apoio e acolhimento existe.
   O CINAV está sediado nas instalações                                                               Assim o saibamos usar.

da Escola Naval, e é apoiado pelos órgãos e                                                                             Paulo Mónica de Oliveira
serviços desta Escola. Presentemente, possui                                                                                                   CMG EMT
sete linhas de investigação (Estratégia Marí-
tima, História Marítima, Gestão da Manu-                                                                                             Director do CINAV
tenção, Robótica Móvel, Processamento de
                                                                                                      Notas:

                                                                                                         1 O CINAV divulga, semanalmente, uma lista das acti-
                                                                                                      vidades e eventos IDI em curso. Se pretender ser destinatá-
                                                                                                      rio desta lista, solicite-o por mail, para cinav@marinha.pt.

                                                                                                             13REVISTA DA ARMADA • ABRIL 2011
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