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QUINZE DIAS NA ESCOLA DE TECNOLOGIAS NAVAIS
3ª PARTE
Nem toda a Formação ocorre na e o seu Helicóptero e, agora, com os
ETNA mas pode ter ali o seu epílogo… É submarinos detectáveis a muito grandes
o caso do Curso de Formação de Oficiais distâncias, consequência da utilização
do Serviço Técnico (CFOST), aberto a do Sonar passivo, o que por si traduz
sargentos e praças que satisfaçam os uma fantástica evolução da guerra A/S.
requisitos estabelecidos, que decorre Noutra sala, de momento vazia,
na Escola Naval e que, em três anos, estuda-se o míssil «Harpoon», um
assegura a Licenciatura segundo o SSM (míssil superfície-superfície) cujo
Processo de Bolonha. lançamento tem de ser previamente
previsto… Táctica pura!
Os alunos do ramo de Informática Um outro interesse destes espaços é
são, no entanto, os únicos que fazem o 3.º o de permitirem interagir com os navios
ano no Departamento de Comunicações no Plano de Treino no Porto (PTP) em
e Sistemas de Informação da ETNA. Estudando um equipamento. certificações e ainda durante os cursos
Outro importante curso aqui ministrados no âmbito do PAFM e
ministrado é o Curso de Aperfeiçoamento assim proporcionarem um treino mais
de Operador Geral de GMDSS (Global envolvente com apoio de simuladores
Maritime Distress and Safety System), na Formação de Carreira ou de pontual
4 edições por ano, transversal a toda a Aperfeiçoamento.
Marinha, podendo ser frequentado por Este Curso, que é, como todos os CFP,
militares e civis. Durante 10 dias este de nove meses, compreende um estágio
sistema de segurança e salvaguarda da de 11 dias numa unidade operacional
vida no mar é abordado numa primeira (preferencialmente, unidade naval). No
fase de forma teórica, seguindo-se uma seu termo, alcançada a aprovação, serão
componente prática, onde é possível todos promovidos a 1.º Grumete ao
operar com equipamentos iguais aos fim do primeiro ano de contacto e a 2.º
usados a bordo dos nossos navios. Marinheiro passado mais um ano.
Este curso segue as normas da IMO Sem pestanejar...
(International Maritime Organization), e
é sem dúvida uma mais-valia para todos A actividade dos Operadores em
os que o frequentam. termos do AKAI 17, uma publicação
NATO de gestão e compilação de dados
Dispondo da Energia, das Armas e operacionais, estava, naquele momento,
das Comunicações passamos à acção no a ser orientada para o problema de haver
Departamento de Operações (DOP). PU (Participating Units) cujas Marinhas
de Guerra não disponham das mesmas
Aí fomos deparar com um CFP capacidades que a nossa (e foi citado
envolvido na preparação dum Relatório um aliado europeu!) ou para a simples
da Situação do Armamento para o mudança de cenário geoestratégico
desempenho de uma missão AAW (v.g. da Somália para o Mediterrâneo
(Guerra Anti-Aérea) que nos ultrapassou Oriental) ou, pior ainda, por decisão do
já que corresponde a um estádio, OTC (o Oficial in Tactical Commmand,
diríamos, sem paralelo em tempos Iniciando-se no estudo «Organização da Guerra se bem nos recordamos)… segundo
passados em que a guerra A/S (Anti- Electrónica a bordo das Unidades Navais». um Link Management Code e se mais
Submarina) dominava as atenções da
Armada e a defesa AA era de condução não dizemos, não será por estarmos
tão incipiente que o respectivo ATP era numa Zona Reservada, comum à das
um esquálido… desconhecido. Comunicações e Informática, mas por,
muito simplesmente, não sabermos.
Este Departamento forma, como aliás Um simulador do sistema ECDIS
os outros, Praças de uma nova Classe (Electronic Chart Display and
(Operações) que integra os Radaristas e Information System) permite o estudo
a parte dos Artilheiros, nomeadamente da Navegação retirando das Cartas
os Preditores que das Centrais de Tiro Electrónicas muito mais informação do
se concentram agora no vasto Centro que a acessível a um operador não militar.
de Operações, um CIC abrangente e Aí um Formador, em três postos de
aprofundado, e dos Torpedeiros mais formação dotados de Monitores, instrui
orientados para a condução dos Sonares seis alunos na exploração da informação
do que das respectivas Armas, reduzidas recolhida da Carta Electrónica, dos
a muito mais sofisticados torpedos, O papel será eterno mas o seu diário...desgasta-o. clássicos equipamentos de bordo e dos
ficando estes adstritos à nova Classe das E a informação, limitada! Avisos aos Navegantes (os electrónicos
“indiferenciadas” Armas.
Dias», cujo «Anaconda» põe o navio NavTex) e ainda do GPS, com que já nos
Claro que num cenário actual todas as de superfície, em termos operacionais, vamos todos familiarizando.
ameaças têm de ser enfrentadas e daí que a par dos modernos Submarinos. Fora Interessante é que é um Curso de
numa sala tudo estivesse orientado para isso, a actuação aos pares (as Task Force) Aperfeiçoamento, logo de curta duração,
o estudo dos Sonares activos e também permanece; dois navios ou um navio que tanto pode ter uma versão presencial
passivos, na nova Classe «Bartolomeu
24 SETEMBRO/OUTUBRO 2011 • REVISTA DA ARMADA