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VIAGENS DE INSTRUÇÃO DA ESCOLA NAVAL - 2011

CURSO “VALM JOSÉ MENDES penhar as funções de cada um dos inter- de uma componente prática, acerca de
CABEÇADAS JÚNIOR” 1º ANO, venientes nos diversos exercícios, toman- assuntos como organização do serviço
CFOST – 2º ANO E MÉDICOS do conta das comunicações e efectuando de saúde a bordo, meios disponíveis
NAVAIS acções de combate a incêndio. Como não na enfermaria de bordo, imobilização
podia deixar de ser, de todas as vezes que e colocação de talas engessadas, assim
Após um ano de adaptação e inte- os navios atracavam era praticado des- como execução e prática de suturas. Es-
gração no ensino superior militar da porto; e ao longo da viagem foram sendo tas palestras foram levadas a cabo pelo
Escola Naval, os cadetes do primeiro feitas várias competições entre as corve- director de curso da classe médicos na-
ano embarcam nos navios da Marinha tas, não só a nível físico como cultural. vais e pelo médico em diligência a bor-
de Guerra Portuguesa a fim de rea- do do N.R.P. Afonso Cerqueira.
lizarem a sua primeira viagem de Os cadetes do 2.º ano do CFOST
instrução. Esta assume-se de gran- iniciaram a viagem no porto de
de relevância para os cadetes vis- Peniche no dia 6 de Agosto, tendo
to que é neste período que tomam desempenhado, ao longo da restan-
maior contacto com a dinâmica e te navegação, o papel de adjunto
organização a bordo de um navio. ao oficial de quarto à ponte e, nos
A viagem de instrução de 2011 seguintes portos, de adjunto ao ofi-
destinou-se aos cadetes do 1º ano cial de dia, sendo estes os objectivos
do curso “VALM Mendes Cabeça- primordiais da sua viagem de ins-
das Júnior”. Participaram ainda na trução.
viagem, os cadetes médicos navais Ao longo da viagem, os navios atra-
do 2º ano, curso “CALM Leotte do Cadetes a preparar o briefing diário ao comando. caram por três vezes: a primeira no

Rego”, e do 4º ano, curso “D. Ro- Ponto de Apoio Naval (PAN) de Tróia,
drigo de Sousa Coutinho”, assim onde foi realizada uma gincana entre os
como os alunos do 2º ano do Curso cadetes de ambas a corvetas; depois um
de Formação de Oficiais de Serviço fim-de-semana em Peniche, no âmbito
Técnico (CFOST). das festas em honra da Nossa Senho-
Foi no passado dia 1 de Agosto ra da Boa Viagem, no qual os navios
que as corvetas N.R.P. João Roby e abriram a visitas; e por último no PAN
N.R.P. Afonso Cerqueira receberam Portimão. Além disso, fundearam: em
os cadetes da Escola Naval. O prin- Sesimbra; na Berlenga; em Sagres (don-
cipal objectivo da viagem era per- de suspenderam mais cedo devido às
mitir que os cadetes pudessem co- condições climatéricas, indo fundear
locar em prática os conhecimentos Exercício da Brigada de Intervenção Rápida do navio, a Lagos) e em Sesimbra. À passagem
adquiridos ao longo do ano lectivo. com cadetes como intervenientes. pelo promontório de Sagres cumpriu-

Deste modo, permitia-lhes adqui- -se a tradicional cerimónia de Homena-
rirem competências fundamentais gem ao Infante D. Henrique tendo sido
para a sua vida futura enquanto proferida uma alocução e cumprindo
oficiais da Marinha. com o cerimonial marítimo.
A viagem iniciou-se com o pro- Todos os cadetes que fizeram parte
cesso de integração dos cadetes a desta viagem, concordam num ponto,
bordo tendo sido ainda ministra- estão agora mais conscientes da vida
das palestras sobre os diferentes a bordo, da organização de um navio,
serviços do navio, para um melhor tanto a navegar, como atracado. Além
conhecimento da organização in- disso, ficaram com conhecimento dos
terna. A navegar, os cadetes ocupa- diferentes exercícios efectuados, assim
vam funções de adjunto ao oficial como da sua importância, uma vez que
de quarto à ponte, leme, vigia e Competição entre os cadetes embarcados nas corvetas essas situações podem ser reais e o seu
adjunto à navegação. Quando atra- "João Roby" e "Afonso Cerqueira". treino é essencial a uma boa resposta.

cados, assumiam funções de adjunto Das variadas actividades realizadas Ficaram, ainda, satisfeitos por terem a opor-
ao oficial de dia. Esta instrução serviu pelos cadetes a bordo de ambas as cor- tunidade de aplicar os seus conhecimentos
para que os cadetes se apercebessem de vetas que acolheram esta viagem de ins- prévios.
algumas responsabilidades muito im- trução, foram privilegiadas aquelas que A viagem terminou numa manhã
portantes, que daqui por uns anos por requeriam a utilização de comunicações soalheira do dia 12 de Agosto com a
eles serão tomadas. rádio-telefónicas. Para além das noções chegada à Base Naval de Lisboa, em
Além destas funções, o dia-a-dia dos apreendidas acerca do procedimento rá- simultâneo com os cadetes do 2º e 3º
cadetes a bordo consistiu de vários exer- dio-telefónico, os cadetes usufruíram da anos que também terminaram as suas
cícios de treino e simulações de possíveis possibilidade de enriquecer a sua cultura viagens de instrução.
situações a bordo, tais como: ‘Homem ao geral com o incremento do conhecimento
Mar’, ‘Avaria no Leme’ e ‘B.I.R.’. Estes de factos acerca dos diferentes portos e CURSO “CALM LEOTTE DO
exercícios permitiram aos cadetes com- fundeadouros praticados. REGO” – 2º ANO

preender toda a dinâmica envolvida, No que diz respeito à instrução dos
pois não só tiveram acesso à teoria como cadetes da classe médicos navais do 2º A descrição desta viagem, devido à sua
também a uma componente mais prática. e 4º anos, a bordo do N.R.P. João Roby, dimensão, será reportada na Revista da
Os cadetes chegaram, inclusive a desem- foram ministradas palestras, seguidas Armada de Novembro.

9REVISTA DA ARMADA • SETEMBRO/OUTUBRO 2011