Page 12 - Revista da Armada
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INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO AO FUZILEIRO

No passado dia 2 de Julho, na cidade                 O Monumento foi então abençoado pelo Ca-         emotividade, o Presidente da Associação de
          do Barreiro, realizou-se, sob a presi-  pelão do Corpo de Fuzileiros, Padre Licínio da      Fuzileiros usou da palavra para sublinhar a
          dência do Presidente da República,      Silva, enquanto o Hino do Fuzileiro era cantado     relevante acção dos Fuzileiros ao longo dos
Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva, a
inauguração do Monumento ao Fuzileiro,            pelo Grupo Coral dos Trabalhadores das Au-             seus 390 anos, a actividade da Associação,
da autoria do artista Tolentino Abegoaria,        tarquias do Barreiro. Seguiu-se a cerimónia de         designadamente no acompanhamento,
tendo sido a sua construção devido à inicia-      homenagem aos Fuzileiros mortos em defesa da           com dedicação, dos problemas dos seus
tiva conjunta da autarquia local e da Asso-       Pátria, ocasião em que o Capelão proferiu uma          associados e terminando a sua interven-
ciação de Fuzileiros.                             invocação religiosa e uma cidadã do Barreiro           ção com um agradecimento a todos os que
                                                  juntamente com um antigo Fuzileiro depuseram           tornaram possível aquele marco histórico.
    Após a prestação de honras militares ao       na base do monumento uma coroa de flores.
Presidente da República pelo Batalhão de                                                                     O presidente da Câmara Municipal do
Fuzileiros nº 2, Sua Exª procedeu ao descer-         Concluídos estes dois eventos, que se               Barreiro referiu o imenso respeito e conside-
ramento da placa evocativa da cerimónia,          vieram a revelar portadores de elevada                 ração que a cidade e as suas gentes sentiam
acompanhado pelo Presidente da Câmara,                                                                   ao participarem na iniciativa, sublinhando
Sr. Humberto de Carvalho; Secretário de                                                                  que as Forças Armadas são um elemento
Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Dr.                                                                 central na defesa da soberania e da indepen-
Braga Lino; CEMA, ALM Saldanha Lopes e                                                                   dência nacional. Encerrou a sua alocução
Presidente da Associação de Fuzileiros, CMG                                                           manifestando a satisfação por estar ao lado dos
Lhano Preto.                                                                                          representantes da estrutura superior da Ma-
                                                                                                      rinha, da Associação de Fuzileiros e das mais
    A ladear o monumento encontravam-                                                                 altas entidades do Estado português a prestar
-se Fuzileiros envergando uniformes re-                                                               homenagem aos mais de 22.000 Fuzileiros que
presentativos do Terço da Armada Real                                                                 passaram pela Escola de Fuzileiros.
(1621), Brigada Real de Marinha (finais                                                                  Por fim o Presidente da República pro-
do século XVIII), Destacamentos de Fu-                                                                feriu uma alocução que junto se transcreve
zileiros (1961) e da actualidade.                                                                     na íntegra.

Discurso do Presidente da República

   Homenageamos, neste dia, os Fuzileiros         ta digna, e quantas vezes heróica, que hoje vos     palavra especial à cidade do Barreiro, pela
portugueses. Fazemo-lo nesta laboriosa ci-        une e aqui vos traz em tão grande número, para      forma como tem acolhido e acarinhado os
dade do Barreiro, tão ligada à Marinha e aos      um são convívio e partilha de emoções. Como         seus Fuzileiros, traduzida num forte sen-
Descobrimentos, tanto ao nível da constru-        é vosso apanágio, “Fuzileiro uma vez Fuzileiro      timento de mútua pertença, de que todos,
ção naval como da produção de mantimen-           para sempre”.                                       justamente, se orgulham.
tos para o abastecimento das nossas frotas.
                                                     É este espírito que vos leva a congregarem-         Quero saudar a conjugação de esforços
   Os Fuzileiros, com origem longínqua no         -se à volta da vossa Associação, contagiando        entre a Associação de Fuzileiros e a Câmara
“Terço da Armada da Coroa de Portugal”,           aqueles que vos são próximos com o apego a          Municipal do Barreiro, que permitiu a cria-
estão ligados a momentos importantes da           valores essenciais, bem vivos em cada um de         ção de um monumento que se perpetuará no
nossa História. São militares de elite que,                                                           tempo e que dá expressão ao reconhecimento
pela sua bravura, coragem e determinação,         vós: o sentido do dever, a amizade, a camarada-     do Fuzileiro como um pilar de coragem, de
se distinguiram nos teatros de operações          gem e a solidariedade.                              galhardia e de respeito pelos valores pátrios.
em África e que tão relevantes serviços têm
prestado ao País. Saúdo de forma especial os         A Associação de Fuzileiros tem acompa-              Fuzileiros,
Veteranos de Guerra aqui presentes.               nhado com dedicação os problemas dos seus              Mantenham este vosso espírito de corpo,
                                                  associados. A união de esforços e as acções de      espalhem esta cultura de profissionalismo
   Na actualidade, releva-se o elevado pa-        apoio àqueles a quem a vida não corre de feição     e de capacidade de bem-fazer. Sem bons
drão de desempenho dos nossos Fuzileiros          são fundamentais. Na vida, como no combate,         exemplos, não há bons seguidores, e todos
em operações internacionais de apoio à paz e      o Fuzileiro não deixa ninguém para trás.            temos de participar no esforço de construir
de assistência humanitária em Timor-Leste,                                                            um Portugal mais forte e capaz, tanto nas
Guiné-Bissau, Moçambique, República De-              É de toda a justiça dirigir, nesta ocasião, uma  grandes como nas pequenas realizações do
mocrática do Congo e Afeganistão, sendo de                                                            nosso dia-a-dia.
sublinhar, igualmente, a forma profissional                                                              Como acabámos de ouvir no hino da As-
e destemida como têm participado nas mis-                                                             sociação de Fuzileiros, “só tem Pátria quem
sões de combate à pirataria no Índico.                                                                sabe lutar”.
                                                                                                         Os Portugueses são um Povo lúcido, va-
   São militares altamente treinados, que                                                             lente e com uma sabedoria ancestral que lhes
cruzam e protegem o mar, e deste projec-                                                              permite, em situações de grande crise, esco-
tam na terra o seu poder, pela surpresa,                                                              lher um caminho seguro rumo à estabilidade
pelo ímpeto e pela valentia, abrindo cami-                                                            e à garantia da sua independência.
nho e cumprindo missões em quaisquer                                                                     Somos um Povo com uma Pátria que
ambientes operacionais, onde quer que                                                                 amamos, com referências, com valores e com
Portugal deles precise.                                                                               capacidade de combater e superar os desa-
                                                                                                      fios que se nos apresentam.
   Fuzileiros,                                                                                           Essa capacidade está agora posta à prova.
   É o espírito vivido nas dificuldades de                                                            Estou certo de que, mais uma vez, iremos
quem sentiu o perigo à sua volta, de quem                                                             vencer.
viu os camaradas sofrerem no corpo e na                                                                  Muito obrigado.
alma as agruras do combate, é o orgulho de
serem servidores da Pátria com uma condu-

12 SETEMBRO/OUTUBRO 2011 • REVISTA DA ARMADA
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