Page 25 - Revista da Armada
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A última conferência, inti- o Presidente da Classe de
tulada “O Descobrimento História Marítima, que é
do Brasil na obra de Max actualmente o Presidente
Justo Guedes ”, foi apresen- da Comissão Internacio-
tada pelo Académico Emé- nal de História da Náutica,
rito António Dias Farinha. referiu que tudo será feito
A obra do Almirante Max no sentido de serem publi-
Justo Guedes sobre o des- cadas as Actas – ainda em
cobrimento do Brasil foi a falta – da X Reunião, or-
segunda que deu à estam- ganizada pelo Almirante
pa, disse o orador. A pri- Justo Guedes e que decor-
meira, de 1963, tratara das reu no Rio de Janeiro em
Derrotas dos Grandes Na- 2000. O Prof. Doutor Fran-
vegadores, onde logo ilus- cisco Contente Domingues
trou a ciência do navega- acrescentou ainda que as
dor e a paixão da História. Mesa da Presidência. Reuniões da História da
Náutica tiveram início em 1968 com um
Para entender os Descobrimentos portugue- referindo que um dos seus estudos mais encontro científico que não se repetiria em
ses, prosseguiu o Prof. Doutor Dias Farinha, valiosos é A viagem de Pedro Álvares Ca- princípio, mas que acabaram por ter con-
o Almirante descreveu “o clima político que bral e o Descobrimento do Brasil, 1500-1501, tinuidade regular graças ao empenho do
condicionou as navegações portuguesas do publicado pela Academia de Marinha em Almirante Max Justo Guedes, o qual viria
século XV, prestando particular atenção às 2003. A distância de 37 anos entre o primei- a suceder ao primeiro presidente da Co-
bulas papais”. ro trabalho e este último permite “aquila- missão Internacional de História da Náu-
A vasta obra de Max Justo Guedes so- tar as preocupações histórico-científicas tica, Prof. Doutor Luís de Albuquerque.
bre viagens e descobrimentos foi alicerça- do Autor e a evolução que o investigador A encerrar a sessão, o Presidente Vieira Ma-
da pela carreira de marinheiro e capacida- probo e esforçado que era Max Justo Gue- tias agradeceu a presença do Adido de De-
de de observação das condições físicas da des não deixou de assumir”, acrescentou. fesa e Naval brasileiro, em representação
navegação e, em particular, das que con- Salientou, a terminar, o seu cuidado em do Embaixador do Brasil, e expressou a sua
dicionam a chegada e o reconhecimento exaurir as fontes cronísticas e de arquivo, satisfação pela qualidade das intervenções
das costas e que permitem a identificação e a “preparação teórica, bebida na leitu- com que a Academia de Marinha prestou
dos locais. A sua primeira obra contempla ra dos teóricos e filósofos da História”. homenagem à memória do seu ilustre Aca-
exactamente as rotas dos Grandes Navega- Terminada a apresentação das conferências, démico Emérito.
dores, publicada em 1963, disse o orador, e após breves intervenções da assistência,
Fotos Ana Nunes
Comandante Estácio dos Reis. Prof. Doutor Inácio Guerreiro. Prof. Doutor A. Dias Farinha.
Colaboração da ACADEMIA DE MARINHA
REVISTA DA ARMADA • MARÇO 2012 25