Page 11 - Revista da Armada
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no e avaliação das guarnições dos seus navios; ração entre a guarnição e a equipa de avaliação Para além das ações de treino já menciona-
• Apoiar tecnicamente a concetualização, da Marinha e à apresentação do detalhe do na- das, a equipa de avaliação, com a colaboração
organização e funcionamento do COSMAR e vio. No segundo dia, ocorreram as inspeções do navio, esteve envolvida em outras inúmeras
a formação dos seus operadores; administrativas, as quais serviram para identifi- atividades. Na área da Organização foi elabo-
• Apoiar tecnicamente a definição, con- car as lacunas de organização, normativo e de rado o Detalhe e respetivos Cartões de Detalhe,
cetualização e caraterização do modelo de material de todas as áreas. Os restantes dias da tendo sido estabelecidas sete Condições Gerais
exercício da autoridade do estado em espaços semana incidiram em palestras teóricas e práti- (Navegação, Emergência,Vistoria,Assistência a
soberanos sob jurisdição marítima nacional, in- cas, tendo-se realizado quatro exercícios (com- Navio Sinistrado, Faina Geral, Homem ao Mar
cluindo a componente de busca e salvamento bate a incêndio num espaço de máquinas com e Reboque) e foram entregues dezasseis Instru-
marítimo (SAR); navio atracado e com toda a guarnição a bordo; ções Permanentes abrangendo todas as áreas
• Apoiar tecnicamente a organização do Sis- combate a incêndio para o grupo de serviço, fa- funcionais. Na Navegação foram produzidas
tema de Fiscalização das águas territoriais e ZEE, lha total de energia e testes ao sistema propul- quinze Bridge Cards, elaborados os planeamen-
contribuindo para a operacionalização e imple- sor). De destacar que a guarnição do Guardião tos de saída e entrada do porto do Mindelo, na
mentação doTratado de Fiscalização Conjunta manteve sempre uma atitude muito positiva e carta náutica, radar e ECDIS, e todos os sistemas
dos Espaços Marítimos sob Soberania ou Juris- de grande interesse pelas matérias apresentadas. de apoio à navegação foram aferidos.
dição de CaboVerde; Apesar do navio trazer alguma sinalé-
• Apoiar tecnicamente o cumpri- tica do estaleiro, esta era extremamente
mento de tarefas respeitantes ao Grupo insuficiente, pelo que a EACITAN pro-
de Segurança das Equipas de Vistoria duziu dezenas de sinaléticas no âmbi-
a navios alvo; to da Higiene e Segurança noTrabalho
•Apoiar especificamente o Coman- e implementou o código de cores de
do da Guarda Costeira na realização equipamentos nos quadros elétricos.
de Estágios para inspetores de navios. Apesar de o navio possuir uma en-
Após análise dos requisitos solici- fermaria bem apetrechada de apósi-
tados pela Guarda Costeira, e tendo tos, foram entregues fichas formatadas
em conta o período de formação mi- para o registo individual clinico e para
nistrado pelo estaleiro construtor do o registo e controlo de material e apó-
navio, foi decidido dividir o plano de Navio-Patrulha Guardião. sitos. No âmbito da eletrónica foi im-
treino, ministrado pela Marinha Portuguesa, No período da semana de mar, para além das plementado um Livro de Registo deAvarias. Foi
em três fases. inspeções diárias de limpezas e segurança para também colocado em funcionamento os dois
A Fase I realizou-se no período de 16 a 27 de navegar, foram realizados exercícios em todas INMARSAT C do navio, tal como um monitor
janeiro e correspondeu ao período de formação as áreas, tais como homem ao mar, avaria no CCTV da consola da Ponte.
administrada pelo estaleiro DAMEN. Durante leme, testes à propulsão, combate a incêndios Na área da Fiscalização Marítima foi entregue
esta fase, quatro elementos da equipa de ava- de pequenas e grandes proporções, apoio a na- o Relatório de Inspeção, o modelo de briefing
liação da Marinha Portuguesa assumiram um vio sinistrado e reboque, busca e salvamento no para a equipa de vistoria e um registo formato
estatuto de observadores. mar, entre outros. para as atividades de fiscalização.
A Fase II, que decorreu no período de 30 de Relativamente à Fase III, existiram dois dias Enquadrada no âmbito da CooperaçãoTécni-
janeiro a 10 de fevereiro, foi a mais abrangente dedicados a sessões teórico-práticas, em terra, co-Militar com CaboVerde, mais concretamen-
e compreendeu uma semana em terra e outra incluindo uma visita à lota local, e três dias de te no âmbito do Projeto 4 cujo objetivo global é
no mar, com treino de acordo com o solicitado, mar, compreendidos numa navegação do Min- apoiar a consolidação da estrutura organizacio-
nas áreas funcionais de Navegação, Limitação delo para a Cidade da Praia com a duração de nal, formativa e operativa da Guarda Costeira,
de Avarias, Serviços Gerais, Marinharia, Eletró- dois dias e um dia de navegação entre a Praia considera-se que esta missão foi extremamente
nica Mecânica e Busca e Salvamento. Por se e a Ilha do Maio, durante as quais efetuaram- profícua para ambas as partes, alcançando-se
considerarem áreas relevantes, foram todos os objetivos propostos.
também abordadas as áreas de Orga- A atitude da guarnição foi extrema-
nização, Segurança Militar, Emergên- mente positiva, verificando-se uma
cia Médica e Eletrotecnia. Nesta fase evolução constante ao longo ao treino.
a equipa de avaliação da Marinha foi De destacar também a excelência do
constituída por nove elementos. apoio logístico à equipa de avaliação
Por último, a Fase III, realizada no da Marinha, por parte da Guarda Cos-
período de 13 a 17 de fevereiro, foi de- teira, a qual respondeu prontamente a
dicada ao treino de Fiscalização Marí- todas as solicitações. Nota evidente
tima eVistoria no Mar, com maior inci- deste interesse foi a participação de mi-
dência na fiscalização da pesca, tendo litares do Navio Patrulha “Taínha” em
a equipa de avaliação da Marinha sido algumas palestras e atividades de trei-
constituída por dois elementos. no. É igualmente de referir o inexcedí-
De referir que o plano de treino so- vel acompanhamento proporcionado
freu diversos ajustes ao longo da sua Guarnição do Guardião e a equipa de treino da Marinha portuguesa. pelo Diretor do Projeto 4 da Coopera-
execução, de modo a acomodar as necessida- -se duas ações de fiscalização, estando as duas ção Técnico-Militar, o CFR M Ferreira Moreira.
des do navio e da equipa de avaliação, não exis- embarcações de pesca em situação de presu- A realização do primeiro Plano de Treino no
tindo registo de nenhuma alteração significativa mível infração. estrangeiro pela equipa de avaliação do CITAN
quanto ao planeado. No plano de treino acima descrito, todas as foi uma excelente oportunidade para validar
Na Fase I, apesar dos elementos da equipa de séries foram NÃO SUJEITASAAVALIAÇÃO, no as capacidades da própria equipa, tal como
avaliação terem assumido um estatuto de obser- entanto, no final de cada exercício foi efetuado permitiu desenvolver perícias à guarnição do
vadores, aproveitaram para conhecer o navio, um hot defrief e posteriormente entregue um navio-patrulha Guardião, as quais vão permi-
a respetiva guarnição e efetuar os preparativos relatório detalhado com sumário, pontos for- tir um melhor desempenho no cumprimento
para a FASE II. tes, aspetos a melhorar e prioridades, tendo-se das missões.
Na semana em terra, realizada na Fase II, o verificado uma evolução constante de exercí-
primeiro dia foi dedicado a reuniões de prepa- cio para exercício.
Colaboração do COMANDO NAVAL
Revista da Armada • AGOSTo 2012 11