Page 267 - Revista da Armada
P. 267

Foi sepultado em terreno não sagrado e sem
                                                                               quaisquer honras militares, tendo a sua
                                                                               memória sido apenas reabilitada em 1910.
                                                                                 Fiquem, porém, os seus exemplos para as
                                                                               gerações vindouras. Ao fechar-se, definiti-
                                                                               vamente, o ciclo do Império, com a entrega
                                                                               de Macau à China, não fique soterrada nas
                                                                               areias do Tempo a memória de tão ilustres
                                                                               portugueses, traduzida na divisa inscrita no
                                                                               arco do triunfo erguido sobre a antiga Porta
                                                                               do Cerco:
                                                                                 A Pátria honrai, que a Pátria vos con-
                                                                               templa.
                                                                                          Jorge Manuel Moreira Silva
                                                                                                             1TEN
                                                                               Notas:
                                                                               1) C.A. Montalto de Jesus, Macau Histórico, Macau, Livros
                                                                               do Oriente, Setembro de 1990, p.218.
                                                                               2) R. Beltrão Coelho, Macau/Retalhos, Macau, Livros
                                                                               do Oriente, Maio de 1990, p. 22.
                                                                               3) GRANDE  ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA
         Estátua do Governador Ferreira do Amaral, cerca de 1965.              E BRASILEIRA, Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial
                                                                               Enciclopédia, s.d.
           Por fim, em 26 de Março de 1887, o go-  CONCLUSÃO                   Bibliografias:
         vernador Tomás de Sousa anunciou um                                   - AGUIAR, João, Os Comedores de pérolas, 6ª edição, Porto,
         tratado em que a China confirmava a  É costume dizer-se que a Sorte favorece  Edições Asa, Abril de 1995
         perpétua ocupação e governo de Macau e  os audazes, mas o Destino é cruel para com  - COELHO, R Beltrão, Macau/Retalhos, 1ª edição, Macau,
                                                                               Livros do Oriente, Maio de 1990
         suas dependências por Portugal, como qual-  os heróis. Ferreira do Amaral pagou com a  - GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA
         quer outra possessão portuguesa (3).  vida a sua ousadia e Vicente Nicolau de  E BRASILEIRA, Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial
           Não era uma concessão do governo  Mesquita, o conquistador do Passaleão,  Enciclopédia, s.d.
         chinês mas, tão somente, o reconheci-  tendo chegado a Coronel (posto em que foi  - GRANDE LIVRO DOS PORTUGUESES, o, Edição
                                                                               nº 2964, s.l., Círculo de Leitores, Janeiro de 1991
         mento de uma situação que sempre, por  reformado), acabou por enlouquecer e suici-  - JESUS, C.A. Montalto de, Macau Histórico, 1ª edição em
         direito, existira.                 dar-se, após ter morto a mulher e um filho.  português, Macau, Livros do Oriente, Setembro de 1990
   262   263   264   265   266   267   268   269   270   271   272