Page 233 - Revista da Armada
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O Rei Neptuno com a Ninfa e o Almirante. Ao lado: o ar feliz do Contra-Mestre Lopes com a sua cavala-da-Índia.
listas brasileiros, Yuri e Vera Sanada, que geralmente ouvidas entrecortadas por aque- as pinturas, o envergar das novas velas, as
embarcaram connosco entre Tenerife e o les que dispõem de aparelhos receptores baldeações, as reparações das pequenas
Mindelo, com “dicas & truques” para quem multibanda, nem sequer são aí referidas. avarias que vão surgindo, etc. Pelo meio
chega ao Brasil. Não menos atenção des- “Isto chega ao ponto”, diz alguém, “de nem ainda se consegue arranjar algum tempo
pertou a coluna “Correio Sentimental” que, sequer sabermos a classificação do para se disputar mais um torneio do já
com a viagem ainda no início, tem já bons campeonato de futebol da primeira famoso “futebol de convés”.
motivos para se tornar obrigatória. É que divisão”. E outro responde, em tom provo-
sem grandes notícias da nossa terra dis- cador: “tu bem sabes quem está em pri- E, com toda esta actividade, rapidamente
tante, tudo quanto a bordo obrigue a sair meiro!!!”. passaram os 16 dias de mar e se avistou, no
da rotina e ajude a fomentar motivos de Mas as longas tiradas são aproveitadas horizonte, terra brasileira.
conversa, e diversão, é bem-vindo. A habi- para pôr o navio a “brilhar”. É que tudo
tual resenha de notícias está longe de cor- tem que estar impecável à chegada ao
responder às expectativas e por vezes, diz a próximo porto. São os vernizes das António Manuel Gonçalves
voz da abita, as notícias mais importantes, madeiras, os “amarelos”, o “pica e raspa” e 1TEN
O dia do Corpo de Fuzileiros
O dia do Corpo de Fuzileiros
Corpo de fuzileiros comemorou no
Opassado dia 18 de Abril a sua festa.
Este dia tem um particular significado
pois relembra a criação do Terço da
Armada da Coroa de Portugal nos tem-
pos longínquos de 1621, quando o rei
reconheceu a necessidade absoluta de
manter organizados e prontos os cha-
mados “homens de guerra” para embar-
carem nos navios que garantiam a segu-
rança da costa portuguesa e a rota ter-
minal das naus que vinham do Brasil e
da Índia, acompanhando-as desde os
Açores até Lisboa. Foi um empenho par-
ticular de D. António de Ataíde, então mortos em defesa da Pátria, depondo desfile das Forças em Parada onde é de
General do Mar, que conseguiu esta uma coroa de flores na base do mo- destacar a apresentação do batalhão
medida administrativa nos primeiros numento que recorda a acção de todos motorizado, com os elementos de
dias do reinado de Filipe III, numa fase os fuzileiros portugueses. Na cerimónia Apoio de Combate e de Serviços. A pre-
de enormes cuidados em tudo o que militar, teve ocasião de falar o Coman- sença de novas armas e novos meios,
dizia respeito a assuntos de Guerra e de dante do Corpo de Fuzileiros, Capitão enquadradas na estrutura do batalhão,
Marinha, uma vez que se previa reata- de Mar-e-Guerra Vasco Brazão, cha- denota os resultados do esforço de
mento das hostilidades com a Holanda. mando a atenção para a quantidade de reequipamento que se tem vindo a
missões nacionais e internacionais em processar.
As comemorações tiveram lugar na que estão empenhados os fuzileiros por-
Escola de Fuzileiros e foram presididas tugueses, num esforço que não seria A cerimónia terminou com uma visita
pelo Comandante Naval, Vice-Almi- fácil de imaginar antecipadamente ao Museu do Fuzileiro e uma exposição
rante Mota e Silva que começou por dadas as restritas dimensões da estrutu- vídeo fotográfica a que se seguiu o al-
prestar uma homenagem aos fuzileiros ra operacional existente. Seguiu-se o moço.
REVISTA DA ARMADA • JULHO 2000 15