Page 232 - Revista da Armada

de instalação e estando já agendadas para Ju-
lho as provas de recepção às duas redes.

DESCRIÇÃO DAS REDES
A IMPLANTAR NOS AÇORES
E NA MADEIRA

O número e localização das estações AIS a
instalar nos arquipélagos dos Açores e da Ma-
deira teve em consideração o desiderato de co-
brir toda a faixa costeira compreendida entre
a linha de costa e as 20 milhas de afastamen-
to, com um mínimo de estações AIS, a fim de
reduzir os custos de instalação. Em ambos os
arquipélagos, as estações AIS vão ser instala-
das em parques de antenas da Portugal Tele-
com já existentes, fruto de acordos celebrados
com as administrações portuárias. Essa opção
permitirá utilizar todo um conjunto de infra-
estruturas já existentes, reduzindo não só os
custos de instalação como os de exploração e
manutenção do sistema.
Nos Açores, serão instaladas 10 estações pela rede, a utilizadores autorizados e a quem s 3ELECCIONAR LOCAIS PARA CULTURAS MARINHAS
AIS, enquanto na Madeira bastarão 3 estações se fornecerá um username e password. geradores de energia de ondas e outros
AIS para cobrir a faixa costeira pretendida. Os A rede AIS permitirá monitorizar o tráfego
alcances variam entre as 50 e as 90 milhas marítimo, disponibilizando um conjunto de CONCLUSÃO
náuticas, dependendo da altitude. ferramentas que permitirão efectuar diversas
Em cada uma das regiões autónomas se- tarefas em tempo real, nomeadamente: Conforme se pôde perceber neste artigo,
rão instaladas 2 Estações de Controlo, uma na s )DENTIlCAR NAVIOS o AIS é uma ferramenta importante para me-
respectiva Administração Portuária (Portos dos s %VITAR COLISÜES NO MAR lhorar a segurança marítima e aumentar a
Açores, SA e Administração dos Portos da Re- s !VISAR NAVIOS QUE SE APROXIMEM DE PE- situational awareness dos navios no mar e
gião Autónoma da Madeira) e outra no MRCC rigos dos Estados ribeirinhos relativamente ao trá-
ou MRSC dessa região. Essas Estações de Con- s 3EGUIR NAVIOS DE RISCO ELEVADO fego nas suas costas. Além disso, um siste-
trolo efectuarão a gestão do serviço AIS, con- s $ElNIR E POLICIAR ÉREAS RESTRITAS ma destes vem acelerar o conhecido OODA
trolando o fluxo de dados no sistema e con- s -ONITORIZAR ROTAS OBRIGATØRIAS loop – Observe, Orientate, Decide and Act
figurando as diferentes estações costeiras AIS s !POIAR AS MISSÜES DE BUSCA E SALVAMEN- loop, uma vez que melhora a capacidade
existentes em cada arquipélago. to marítimo e a celeridade na passagem e recepção de
s !POIAR AS TAREFAS DE 0ORT 3TATE #ONTROL informações. Dessa forma, permitirá aos
O QUE SE PODE FAZER COM UMA Autoridade Portuária navios no mar e aos Estados ribeirinhos re-
REDE AIS COSTEIRA? É de realçar que parte destas funções po- duzir o tempo de Observação (i.e. de com-
dem ser efectuadas automaticamente pela pilação) e assim Orientar, Decidir e Agir
As potencialidades de uma rede AIS Costeira Estação de Controlo da rede AIS e que esta mais depressa.
decorrem das capacidades das suas Estações poderá inclusivamente enviar avisos por SMS Além disso, é de esperar uma redução
de Controlo. Neste caso, foram contratados sis- ou por e-mail para um operador externo se- acentuada de ilícitos ao longo destas costas
temas com elevadas capacidades de filtragem e leccionado. em virtude do “policiamento” a que agora
armazenamento de dados. Estas estações terão Além disso, os dados armazenados per- estarão sujeitas.
ainda a capacidade de disponibilizar através da mitirão efectuar, a posteriori, algumas ta- Para finalizar, importa referir que este foi
internet um conjunto relativamente limitado de refas / funcionalidades importantes, como mais um contributo do IH para a melhoria da
informações sobre todos os navios detectados por exemplo: segurança marítima e foi também mais uma
s #ONHECER O NÞMERO E afirmação da capacidade deste órgão da Ma-
tipo de navios que passam rinha para desenvolver e acompanhar tecni-
em determinadas áreas camente projectos de alguma complexidade,
s !NALISAR PADRÜES DE no âmbito das tecnologias mais recentes.
circulação Z
s )NVESTIGAR ACIDENTES IN- CFR Proença Mendes
cidentes CTEN Sardinha Monteiro
s )DENTIlCAR NAVIOS QUE
possam ter causado algum Notas:
1
Na prática, o seguimento do percurso dos navios
incidente (ex. poluição) detectados no radar (correspondente ao seu movimen-
s %SCOLHER ROTAS PARA NA- to relativo) permite calcular o rumo e velocidade que
vios especiais eles estão a fazer. No entanto, esses valores correspon-
s 0LANEAR E AVALIAR A LO- dem ao rumo e velocidade históricos (i.e. passados),
enquanto o AIS fornece automaticamente a proa e a
calização de canais, rotas velocidade em tempo real.
e Esquemas de Separação 2 A Conferência Rádio Mundial (World Radio Con-
de Tráfego ference) de 1997 atribuiu duas frequências, na banda
s 0LANEAR E AVALIAR A LO- VHF, ao serviço AIS: 161,975 MHz (AIS1) e 162,025
calização de Vessel Traffic MHz (AIS2). Estas frequências já foram consideradas
na Portaria 630/2002 de 12 de Junho, que contém o
Services e Ajudas à Nave- “Plano nacional de frequências em VHF para o servi-
gação ço móvel marítimo”.
14 JULHO 2006 U REVISTA DA ARMADA