Page 203 - Revista da Armada
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Cerca das onze horas deu-se início à ce- de “uma Marinha actuante”, cuja acção sin-
rimónia militar, presidida pelo Ministro da tetizou “em três funções essenciais”: a defesa
Defesa Nacional, Doutor Nuno Severiano militar, a segurança e autoridade do Estado
Teixeira, que teve lugar na Avenida Infante no mar e o apoio ao desenvolvimento econó-
D. Henrique. A tribuna foi montada junto às mico, científico e cultural do país. Para isto
Portas da Cidade, de frente para o porto de – considerou o Almirante Melo Gomes – é
Ponta Delgada onde se encontravam todos fundamental dispor de uma Marinha equili-
os navios integrantes da Força Naval. Estive- brada, optimizada e “de duplo uso”, concep-
ram presentes o Representante da Repúbli- tualizando esta última característica como a
ca para os Açores, o Presidente do Governo capacidade de actuar “nas vertentes militar e
Regional, a Presidente da Câmara Municipal civil, assente em dois pilares fundamentais: a
de Ponta Delgada, o Presidente da Comissão versatilidade dos navios e as competências e
de Defesa Nacional, o Secretário de Estado proximidade às comunidades ribeirinhas do
da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar e Capitão do Porto”. De uma forma sintética,
outras altas entidades, civis e militares, con- será uma Marinha “firme na defesa, empe-
vidadas da Marinha no seu dia de festa. nhada na segurança e parceira no desenvol-
As Forças em Parada, comandadas pelo vimento”. Numa palavra para a própria insti-
CMG Rui Valente Almeida Graça Marim, tuição, o CEMA perspectivou um futuro que
eram constituídas por um bloco de 12 estan- deseja motivante. Da sua parte, esse futuro
dartes de unidades e organismos da Marinha tem, também, duas componentes: a primei-
escoltado por um pelotão de cadetes da Es- ra passa necessariamente pela regeneração
cola Naval, Banda e Fanfarra da Armada, um da esquadra, que está em curso; e a segun-
batalhão a duas companhias integrando mi- da pela prossecução de “uma política de va-
litares das guarnições dos navios presentes e lorização do nosso capital humano”, multi-
do Comando da Zona Marítima dos Açores, facetada, que garanta o “envolvimento das
e o Batalhão nº 2 de Fuzileiros num total de pessoas”. E conclui a sua alocução, dando
1100 homens. testemunho que a Marinha é e continuará a
À chegada do Ministro da Defesa Nacio- ser relevante pela competência, pronta, fle-
nal, foram-lhe prestadas as devidas honras xível, coesa e prestigiada.
militares, pelas Forças em Parada, ao mesmo A cerimónia militar terminou cerca das
tempo que o NRP “João Roby”, fundeado em 12h30, encerrando com o desfile das Forças
frente ao porto, efectuava a respectiva salva em Parada, que passaram em frente à tribuna
de 19 tiros. Procedeu-se, então, à integra- prestando continência ao Ministro da Defe-
ção do Bloco de Estandartes na formatura, e sa Nacional. Durante esse desfile, o local foi
deu-se início à cerimónia, com a imposição sobrevoado por dois helicópteros Lynx pro-
de condecorações a militares e funcionários venientes do NRP “Vasco da Gama”.
civis que se distinguiram na sua actividade A esta realização assistiu um considerável
profissional e desempenho de funções. Se- número de populares que se concentraram na
guiu-se a tradicional homenagem aos mili- Praça Gonçalo Velho, que foram convidados
tares, militarizados e civis mortos ao serviço a deslocar-se, em conjunto com as entidades
da Marinha e da Pátria, após a qual, o Al- presentes, até ao Passeio Marítimo, onde po-
mirante Chefe do Estado-Maior da Armada deriam assistir a demonstrações de diversas
proferiu uma alocução. capacidades da Marinha, a realizar na ba-
A tónica inicial do discurso do CEMA foi cia portuária de Ponta Delgada. Foi possível
para a importância que o mar assumiu e as- presenciar actividades de helicast efectuadas
sume para o país, realçando como a “afirma- pelo Pelotão de Reconhecimento do Corpo
ção de uma identidade marítima” foi e con- de Fuzileiros; um tatoo demonstrativo de pe-
tinua a ser “marca identitária da cultura do rícias com botes de assalto; movimentos de
nosso Povo”. E, nesse sentido, uma parte das helicópteros, que aterraram e descolaram
suas considerações vão para o facto de ter nas plataformas dos NRP “Vasco da Gama” e
podido fazer esta celebração no Arquipélago “Bérrio”; lançamento e projecção de equipas
dos Açores, cuja “rica e vasta história [...] se de assalto, a partir de helicóptero, utilizando
funde com a gesta marinheira portuguesa”. “É a técnica fast rope; e manobra de salvamen-
uma forma sentida de prestar tributo e home- to e recuperação de um náufrago, içado para
nagem a esta terra e às suas gentes [...] com um helicóptero. A demonstração acabou com
quem partilhamos uma identidade comum, uma passagem dos helicópteros Lynx envolvi-
o Mar” – acrescentou então. Referindo-se a dos, saudando todos os presentes.
esse mar, cuja importância para Portugal jul- Cerca das 13h00, a bordo do NRP “Sa gres”,
gou incontroversa, salientou a necessidade teve lugar o lançamento do livro Guia de Mer-
gulho–Açores, da autoria de Rita Bento e Nuno
Sá, sob o patrocínio da Direcção Regional de
Turismo Açores, a que se seguiu um almo-
ço oferecido pelo Almirante Chefe do Estado-
-Maior da Armada, que encerrou as comemo-
rações do Dia da Marinha 2007.
Z
J. Semedo de Matos
CFR FZ
Fotos 1SAR FZ Pereira
REVISTA DA ARMADA U JUNHO 2007 21