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O Curso de Formação de Sargentos
               O Curso de Formação de Sargentos

                              Electrotécnicos e Maquinistas Navais

               s cursos de Formação de Sargentos  pela Repartição de Sargentos e Praças, com  mento de língua inglesa, não eliminatório,
               (CFS) Electrotécnicos (ET) e de Ma-  base nas avaliações individuais, da forma-  cuja classificação obtida entra na fórmula
         Oquinistas Navais (MQ) destinam-se  ção, disciplinar e complementar existentes  que permite ordenar os candidatos pela
         a proporcionar aos formandos a habilitação  no processo individual;   classificação final do concurso.
         técnico-profissional e aquisição de conhe-  Realização de exames psicotécnicos –
         cimentos para o ingresso na categoria de  Avaliação da capacidade para a aquisição  ESTRUTURA
         Sargentos dos Quadros Permanentes (QP)  de conhecimentos, atitudes e perícias pre-  Os cursos decorrem na Escola de Tecno-
         e conferem:                        sentes nos objectivos do curso e na avalia-  logias Navais (ETNA), com uma duração de
           - Certificado de aptidão e de qualificação  ção do candidato;         3724 e 3792 horas de formação para as classes
         profissional de nível 3 em técnico de elec-  Apreciação da aptidão física e psíquica  de MQ e ET respectivamente, distribuídas ao
         trónica (CFS ET) e em técnico de mecânica/  – Avaliação das aptidões mediante a reali-  longo de três anos lectivos, aos quais acresce
         máquinas marítimas (CFS MQ);       zação de inspecções;               um estágio com uma duração de 2 meses.
           - Equivalência ao 12º Ano de escolaridade.  Apreciação e ordenamento dos candi-  Para progredir de ano, o formando tem de
           As classes de ET e MQ, conjuntamente  datos – Verificação final das condições de  lograr aproveitamento no ano antecedente,
         com a classe dos Enfermeiros e Técnicos  admissão dos candidatos ainda presentes  sem o qual é reprovado e excluído do curso.
         de Diagnóstico e Terapêutica (H) nas suas  em concurso e ordenamento dos candida-  No final do 2º ano o formando é graduado
         subclasses de Enfermeiros (HE) e Técnicos  tos, mediante os resultados obtidos nas fa-  em Segundo-Sargento.
         de Diagnóstico e Terapêutica (HP), consti-  ses anteriores.             A responsabilidade dos cursos e a forma-
         tuem as classes de Alistamento.      Qualquer uma das fases é eliminató-  ção a ministrar depende da classe e decorre
                                            ria, sendo o militar excluído se não lograr  na sua maioria no Departamento de Armas
         ADMISSÃO                           aproveitamento numa delas. No final os  e Electrónica para a classe ET e Departa-
           A frequência do curso é efectuada atra-  candidatos são ordenados por ordem de-  mento de Propulsão e Energia para a classe
                                                                                                    8
         vés de requerimento dirigido ao Chefe do  crescente da classificação final do concur-  MQ. A estrutura curricular dos cursos, es-
         Estado-Maior da Armada, sujeita a concur-  so, de acordo com as vagas existentes em  quematizada nas tabelas 1 e 2, encontra-
         so  de admissão, podendo tomar as formas  cada classe.                -se dividida em três grandes componentes
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         de concurso interno limitado, interno geral   Para além das fases acima mencionadas,  de formação: a Formação Sócio-Cultural, a
         ou externo, consoante se destina a candi-  os candidatos realizam no âmbito do con-  Formação Científica (apenas existente no
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         datos da Marinha , da Marinha e dos res-  curso um exame de aferição de conheci-  primeiro ano) e a Formação Técnica, Tec-
         tantes ramos ou da Marinha, restantes ra-
         mos e civis.                           TABELA 1 – ESTRUTURA CURRICULAR E DISCIPLINAS CONSTITUINTES DO CFS MQ
           Actualmente os concursos para o CFS ET   Ano  Formação Científica  Formação sócio cultural  Formação Técnica, Tecnológica e Prática
         e MQ têm assumido a forma de concurso                                      Desenho Técnico I
         interno limitado, destinando-se a praças de           Português            Navios e Sistemas Auxiliares
         ambos os sexos dos QP ou a prestarem ser-             Inglês I               Sistemas Auxiliares I; Arquitectura Naval
         viço efectivo, na Marinha, em Regime de   Físico-Química   Integração I    Tecnologia Metalomecânica
         contrato (RC), no mínimo de 12 meses, ou   1º  Matemática  Marinharia; Organização e   Práticas Oficinais I
         que tendo prestado serviço em RC, tenham   Informática  Regulamentos; Logística e   Serralharia I; Reparação Máquinas
                                                                 Abastecimento; Ambiente;
         passado à reserva e disponibilidade (RD), no   Geometria Descritiva  Limitação de Avarias  Auxiliares I
         mínimo de 3 anos.                                     Infantaria I         Motores e Turbinas a Gás I
           Ao abrigo do Regulamento de Incenti-                Educação Física I    Sistemas de Vapor
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         vos  existem algumas especificidades no                                       Sistemas a Vapor; Termodinâmica
         ingresso de militares que prestam serviço                                  Desenho Técnico II
         em RC ou que, tendo prestado serviço em                                    Navios e Sistemas Auxiliares II
         RC, tenham passado à RD, sendo cativada                                      Sistemas de Controlo; Autómatos
         uma percentagem das vagas para estas si-                                     Programáveis)
         tuações.                                              Inglês II            Tecnologia metalomecânica II
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           Para a admissão ao concurso , os candi-             Integração II        Práticas Oficinais II
         datos devem possuir no mínimo o 11º ano   2º          Infantaria             Serralharia de Precisão; Reparação
                                                                                      de Máquinas Auxiliares II; Máquinas
         do ensino secundário completo, com as dis-            Educação Física        Ferramentas I; Soldadura; Serralharia II;
         ciplinas de Física e Matemática, ou habili-                                  Caldeiraria; Práticas de Motores
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         tação equivalente, ser praça dos QP ou RC                                  Motores e Turbinas a Gás II
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         na Marinha, não ter idade superior a 26                                      Motores; Turbinas a Gás; Organização;
         anos, possuir aptidão física e psicofísica                                   Electrotecnia
         para o desempenho das funções inerentes                                    Sistemas de Vapor II
         à categoria e classe e não possuir avaliação                               Desenho Técnico III
         do mérito desfavorável.                                                    Navios e sistemas Auxiliares III
           O concurso de admissão é eliminatório e             Integração III       Práticas Oficinais III
         está estruturado em 5 fases sequenciais:  3º          Infantaria             Máquinas Ferramentas II; Reparação de
                                                                                      Máquinas de Frio; Ensaios e Verificações;
           Apreciação documental da candidatu-                 Educação Física        Reparação de Motores; Reparação de
         ra -  Apreciação da documentação apre-                                       Sistemas Auxiliares; Condução e Diagnóstico
         sentada;                                                                     de Avarias; Motores Fora de Borda
           Apreciação da avaliação do mérito mi-                                    PAP
         litar dos candidatos - Avaliação efectuada                          Estágio

         14  DEZEMBRO 2007 U REVISTA DA ARMADA
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