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SNMG1
                                                  SNMG1

         A Fragata “Vasco da Gama” nas Ilhas Britânicas
          A Fragata “Vasco da Gama” nas Ilhas Britânicas

                                                                                                     2ª Parte

         A                                                                       Avizinhava-se a participação do SNMG1
              fragata “Vasco da Gama”, integrada  cebeu a bordo o embaixador de Portugal  to da guarnição.
              no Standing Nato Maritime Group  na Irlanda, Dr. Paulo Pires de Lima de Cas-
                                            tilho, que após ter feito uma visita, onde  no “Joint Warrior 081” (JW 081), exercício
              One (SNMG1), largou de Tallin, ca-
         pital da Estónia, em 31 de Março e rumou  demonstrou um elevado interesse pelos as-  organizado pela Royal Navy no período
         a Sudeste para atracar em Dublin 10 dias  suntos da Marinha, deixou uma palavra de  de 21 de Abril a 2 Maio. A estadia em ter-
         depois. Sem reabastecedor na força, foi ne-  apreço ao Comandante e à guarnição da  ras escocesas estava quase consumada. Os
         cessário arribar em Den Helder (Holanda)  “Vasco da Gama”.            preparativos para este exercício começaram
         para embarcar combustível, momento esse   A 14 de Abril a força largou de Dublin es-  com a participação na Pre-sail Conference
         aproveitado para resolver algumas necessi-  timulada pela agradável estadia neste porto.  na Base Naval de Faslane no dia 19 de Abril,
         dades logísticas de diversa ordem. Na Base  A tirada que se seguiu foi curta, embora o  numa antevisão do que seriam os próximos
         Naval holandesa foi possível avistar dois na-  empenhamento operacional fosse bastante  dias ao largo das Hébridas.
         vios da classe “M”, navios que brevemente  intenso, especialmente na condução da na-  O JW 081 contou com a participação de
         constituirão a classe “Bartolomeu Dias” da  vegação em águas restritas. O FGS “Luebek”  mais de 35 navios, de várias nacionalida-
         marinha portuguesa.                integrou o SNMG1 e de imediato demons-  des (Alemães, Americanos, Dinamarqueses,
           No trânsito                                                                               Espanhóis,
         para Dublin a                                                                               Holandeses,
         força realizou                                                                              Ingleses, Po-
         um PASSEX                                                                                   lacos, Portu-
         com a Mari-                                                                                 gueses, entre
         nha irlandesa.                                                                              outros), assim
         Embora não                                                                                  como mais de
         pertencendo                                                                                 30 aeronaves
         à NATO, os                                                                                  e pequenas
         patrulhas ir-                                                                               embarcações
         landeses INS                                                                                tais como se-
         “Ciara” e INS                                                                               mi-rígidas, re-
         “Niamh”, com                                                                                bocadores de
         quem se teve                                                                                alto mar, mo-
         o privilégio                                                                                tas de água
         de operar, de-                                                                              e outras de
         monstraram                                                                                  diverso tipo.
         sempre um                                                                                   Neste exercí-
         elevado pa-                                                                                 cio treinou-
         drão opera-                                                                                 -se o conceito
         cional nos                                                                                  de jornalis-
         diversos exer-                                                                              tas embedded
         cícios realiza-                                                                             com equipas
         dos. A “Vasco                                                                               constituídas
         da Gama”, en-  A SNMG1 em formatura no mar da Irlanda rumo a Glasgow (Escócia).             por verdadei-
         tre outros exercícios, efectuou um boarding  trou o seu profissionalismo e eficiência.   ros jornalistas contratados para proporcio-
         cooperativo ao INS “Ciara” (simulando um   No trânsito entre Dublin e Glasgow foi  nar treino de media às diversas unidades.
         navio mercante) e prestou assistência num  mais uma vez incrementado o espírito de  A “Vasco da Gama” recebeu uma destas
         exercício stricken vessel ao INS “Niamh”  relacionamento mútuo entre as guarnições  equipas (seis jornalistas) em duas ocasiões,
         (simulando um navio sinistrado). Estes exer-  dos navios da força, efectuando-se mais um  tendo numa delas pernoitado, o que con-
         cícios permitiram exercitar a interoperabili-  cross-poll, actividade que permitiu aos mi-  tribuiu para um valioso treino da estrutura
         dade e consolidar procedimentos com uma  litares envolvidos a troca de experiências,  de “Public Affairs Officer”.
         Marinha não NATO.                  a partilha de conhecimentos e o estabele-  Num exercício de dimensão e complexi-
           A passagem da SNMG1 por um porto ir-  cimento de novas amizades.    dade assinaláveis o N.R.P. “Vasco da Gama”
         landês foi um marco importante, atendendo   Na manhã de 17 de Abril a “Vasco da  e a sua guarnição mostraram, como é apaná-
         a que foi a primeira vez em muitos anos que  Gama” entrou no rio Clyde onde durante  gio das nossas guarnições, profissionalismo,
         uma força NATO praticou portos deste país.   cerca de duas horas navegou num canal  disponibilidade e flexibilidade, contribuindo
           Nesta visita o FGS “Rheinland-Pfalz”  com cerca de 100 jardas de largura e 20  certamente para o prestígio da Marinha e do
         e o FGS “Luebek”, navio que por esta al-  milhas de comprimento, sem o recurso a  País. Esta participação da “Vasco da Gama”
         tura rendia o FGS “Rheinland Phalz” no  rebocadores, em direcção à cidade esco-  no JW 081 será relatada em artigo posterior
         SNMG1, atracaram em Cork, cidade no Sul  cesa de Glasgow. Neste porto foi possível  dedicado à área operacional, por forma a
         da Irlanda onde se localiza a principal base  vislumbrar as terras altas da Escócia e todos  melhor retratar o exercício e descrevê-lo nas
         naval irlandesa, os restantes navios atraca-  os seus encantos, com neve nos picos das  suas mais variadas vertentes.
         ram em Dublin.                     montanhas e o despertar da Primavera nos                           Z
           Durante a estadia em Dublin, o Coman-  vales. A paisagem inesquecível ficará para   (Colaboração do COMANDO
         dante do navio, CMG Gouveia e Melo, re-  sempre gravada na mente de cada elemen-    DO NRP “VASCO DA GAMA”)

         8  JUNHO 2008 U REVISTA DA ARMADA
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