Page 192 - Revista da Armada
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dante da Esquadrilha de Escoltas Oceânicos. mar e navegou, a alta velocidade, para Sul em petentes. Foram recolhidos 17 fardos contendo
Foi também neste período de breve paragem direcção a águas africanas. Foram então iden- produto presumivelmente ílicito, totalizando
que a guarnição aproveitou para retemperar tificados vários objectos a flutuar num raio de cerca de 550 Kgs.
forças e preparar o regresso a casa. cerca de 4 milhas náuticas em relação à posi- A participação da fragata “Corte-Real” num
De volta ao mar, e com a BNL como destino, ção do navio. exercício com esta dimensão, além de impor-
foi continuado o treino próprio com mais tante para a manutenção dos padrões
exercícios internos, com enfoque para a de treino individuais alcançados, assu-
certificação das equipas de convés de vôo me particular relevância na medida em
do navio na situação de crash on deck do que contribuiu, pela sua presença, para
helicóptero. o hastear da bandeira nacional portu-
A 24 de Abril, durante a normal activi- guesa no esforço global para a segurança
dade de vigilância marítima, foi detecta- das rotas comerciais de navegação, nes-
da uma embarcação com comportamen- ta zona do globo, tão crítica para a segu-
to suspeito, quer pelas suas manobras ao rança global.
longo das linhas de navegação, quer pelas Terminado o exercício, e após percor-
suas repentinas alterações de velocidade. rer aproximadamente 4600 milhas, a
Este tipo de comportamento pouco usual “Corte-Real” atracou na Base Naval de
foi alvo de um procedimento de investi- Operação de recolha dos fardos contendo produto presumivel- Lisboa sob olhar atento e feliz dos familia-
mente ilícito.
gação, que culminou com o emprego do res e amigos que esperavam o navio. No
helicóptero na identificação da embarcação O navio esteve em permanente contacto semblante de todos o militares da guarnição da
como sendo suspeita e possível transportadora com o, Centro de Operações da Marinha (CO- “Corte-Real”, era bem visível o sentimento de
de material ilícito. MAR), localizado no Comando Naval, em Oei- missão cumprida.
A referida embarcação, sem bandeira, assim ras, tendo-lhe sido dada a ordem para proceder Z
que avistou o helicóptero em vôo, a proceder à recolha de todo o material para bordo para (Colaboração do COMANDO
na sua direcção, lançou toda a sua carga ao posterior entrega às autoridades policiais com- DO NRP “CORTE-REAL”)
Entrega das Fragatas “Cte João Belo” e
Entrega das Fragatas “Cte João Belo” e
“Cte Sacadura Cabral” à República Oriental do Uruguai
“Cte Sacadura Cabral” à República Oriental do Uruguai
oi no passado dia 8 de Abril pelas 1630 mormente antigos membros das guarnições serviço, respectivamente. Ambas as Fragatas
horas, que se assistiu no Cais 1 e 2 da que por aqueles navios navegaram, não irão desempenharam diversas missões ao serviço
FBase Naval de Lisboa, à cerimónia que esquecer o sentimento que ficou, aquando o da Marinha de Guerra Portuguesa e, conse-
rematou o processo de transferência das Fra- arriar da Bandeira Nacional, não de descon- quentemente, de Portugal; e contribuíram, cer-
gatas N.R.P. “Comandante João Belo” e tamente, para a formação de muitos mi-
N.R.P. “Comandante Sacadura Cabral” litares que por estas unidades passaram,
para a Marinha de Guerra da República Foto Júlio Tito tornando-se numa escola para aqueles
Oriental do Uruguai. que agora, olham para trás e recordam
Sob aguaceiros, os militares das guar- todos os bons momentos que viveram a
nições portuguesas e uruguaias, forma- bordo das Fragatas Classe ”Comandan-
ram no Cais de Honra da Base Naval de te João Belo”.
Lisboa, comandados pelo CMG Silvestre A cerimónia foi finalizada com o em-
Correia, Comandante da Esquadrilha de barque das guarnições uruguaias, e o
Escoltas Oceânicos, com ambos os na- içar do novo pavilhão dos agora deno-
vios atracados a seu lado. A bordo des- minados, R.O.U. “Uruguay” e R.O.U.
tes encontravam-se os últimos grupos de “Pedro Campbell”, ao som do hino na-
serviço portugueses que, pela última vez, cional Uruguaio. Seguiu-se o descer-
arriaram a Bandeira Na- rar dos novos brasões na
cional, ao toque do Hino popa dos navios e o grito
Nacional que se realizou Foto Júlio Tito três vezes repetido pelas
às 1635. novas guarnições, “Viva
Terminado o arriar da La Pátria”.
Bandeira Nacional, efec- Foi sem dúvida um mar-
tuou-se o desembarque co na História da Marinha
dos grupos de serviço de Guerra Portuguesa, de
com ambas as Bandeiras dois navios que vão fazer
Nacionais dos navios em agora parte da História
sua posse, procedendo à da Marinha de Guerra da
entrega destas ao CEMA República do Uruguai e
ALM Fernando Melo Go- que se espera continuem
mes, que as recebeu e le- a construir o que será, nos
vou ao coração, da mão do último Coman- tentamento ou desolação mas de saudade, que anos que virão, uma outra História.
dante de ambos os navios, o CFR Correia em alguns casos significou uma vida, dedica- Z
Policarpo. da a estes navios. Com a colaboração do Comandante e guarnições
Tanto os militares que tomaram parte nesta Este gesto simbolizou o culminar da vida dos ex-N.R.P. “COMANDANTE JOÃO BELO”
cerimónia, como aqueles que a presenciaram, de duas unidades navais com 40 e 38 anos de e ex-N.R.P. “COMANDANTE SACADURA CABRAL”
10 JUNHO 2008 U REVISTA DA ARMADA