Page 197 - Revista da Armada
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militares da Marinha foram chamados a efec- percursores num terreno ávido de novas ex- O apoio de técnicos suecos, do qual se des-
tuar cursos de cartografia na Guarda Fiscal, e periências e conhecimentos. taca Peo Bengtsson como missionário da mo-
palestras no Exército nomeadamente no Cen- As ligações pessoais a professores, autar- dalidade no mundo inteiro, revelou-se indis-
tro Militar de Educação Física e Desportos do quias e escuteiros marcou o início de uma co- pensável na área de cartografia tendo sido
Exército (CMEFD). laboração com o meio civil, não havendo na responsáveis pelos primeiros mapas de qua-
Esta vontade de evoluir e transportar a altura mãos a medir para prestar apoio a todas lidade, para além de acções formativas. Mais
Orientação para o exterior era inevitável e as solicitações. Falamos do segundo terço da do que relatar de forma exaustiva o processo
constituiu a chave para a implantação da mo- década de 80 em que, mais do que construir os de desenvolvimento no meio civil, importa
dalidade no meio civil. alicerces, havia uma ânsia de divulgação pela acima de tudo deixar bem claro que a Mari-
formação por força dos pedidos que surgiam nha, através dos seus militares, foi a pioneira
NO MEIO CIVIL de todo o País. Daqui à ligação com a Direcção da divulgação da Orientação. Não querendo
Geral dos Desportos, na qual não posso deixar ferir susceptibilidades fica aqui ainda a refe-
Constitui este capítulo o prémio máximo de referir o trabalho e amizade da Professora rencia à Associação do Norte de Orientação
para um núcleo de militares da Marinha que Regina Peyroteo, foi um caminho vertiginoso que, sediada em Aveiro, teve papel relevante
com o seu sacrifício, o das suas famílias e tantas que começou com a criação da Associação Por- no lançamento da modalidade com destaque
vezes a compreensão dos seus chefes, transpu- tuguesa de Orientação em 1987, culminando para a figura de Cândido de Oliveira.
seram a fronteira militar e funcionaram como com a criação da Federação em 1990. Acabando como se começou, e cometendo a
injustiça de não destacar alguns nomes, quero
O 1SAR FZ MEF Manuel Marques Luís ingressou na Marinha no ano prestar a minha homenagem a todos quantos
de 1982 como voluntário. Desde 1984 o SAR Luís iniciou a sua epopeia desinteressadamente foram o verdadeiro mo-
na modalidade de Orientação, onde se destacou quer individualmen- tor de desenvolvimento desta modalidade, e
te quer colectivamente no âmbito militar ou civil. Em 1984 realizou o sem os quais era impensável efectuar todo o
1ºCampeonato Nacional Militar em Santa Margarida; marcou presença
em cinco em Campeonatos do CISM (Conseil International du Sport Mi- trabalho realizado. A Orientação hoje é adul-
litaire), 1992-Brasil; 1993-Hungria; 1994-Polónia; 1995-Filândia; e 2003 ta, bem organizada e com níveis de participa-
Lituânia. Foi ainda pré-seleccionado em 2001-Portugal; 2006- Brasil; e ção que causa inveja a muitas modalidades,
2007 na Croácia, tendo sido Campeão Nacional Militar 2º Escalão 1996. não podendo contudo deixar de pensar que a
No âmbito civil destaca-se como Campeão Ibérico de Distância Clássica
1993; Campeão Nacional de Veteranos Distancia longa em 2006 e 2007; sua paternidade existe, a sua infância foi gra-
Vice-Campeão Nacional de Veteranos Distancia Média em 2006; Cam- tificante, e que as estas e outras memórias são
peão Nacional de Estafetas em 2007; Vice-Campeão da Taça de Portu- indissociáveis da sua história.
gal no Escalão H40 em 2006; e ainda Vencedor da Taça de Portugal no Z
Escalão H40 em 2007. Vice-Campeão Distância Sprint em 2008 no Escalão H45 e Campeão Nacional de
Distância Média em 2008 no escalão H45. Camilo Lemos de Mendonça
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REVISTA DA ARMADA U JUNHO 2008 15