Page 349 - Revista da Armada
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VIGIA DA HISTÓRIA                                                                             4



              Homenagem a José Joaquim Prazeres
             Homenagem a José Joaquim Prazeres

              omo é sabido uma das formas de conservação da madeira é  do respectivo pau. O sistema proposto revelou-se de tal forma eficaz
              mantê-la enterrada no lodo, processo de há muito conhecido  que, por Decreto de 17 de Março de 1870, foi tornado obrigatório.
         Ce utilizado  e que se designa por salga.             Devido à configuração que a zona onde se enterravam as madei-
                       (1)
           A Marinha dispunha, em pleno séc. XVIII, de três zonas onde se  ras ficou a ter, passou o local a ser conhecido por “cemitério das ma-
         promovia ao enterro das madeiras maioritariamente destinadas às  deiras”.
                       (2)
         construções navais  do Arsenal da Ri-                                       Contrariamente ao que ocorreu com
         beira e do da Telha  .                                                     tantos outros, cujas “invenções” e pro-
                       (3)
           As madeiras, em troncos, vinham na                                       cedimentos em muito contribuíram
         sua quase totalidade de S. Martinho do                                     para o desenvolvimento da Marinha e
         Porto (Pinhal de Leiria) e de Alcácer do                                   de que hoje não existe memória, é pos-
         Sal sendo então enterrados na Azinhei-                                     sível prestar homenagem a um modes-
         ra, que constituía o maior depósito ou                                     to carpinteiro naval cujo engenho per-
         nas caldeiras de Alcântara e do Sacra-                                     mitiu solucionar um problema que de
                        (4)
         mento em Alcântara  .                                                      há muito se fazia sentir.
           Sempre que no Arsenal da Marinha                                                                    Z
         havia necessidade de madeiras para a                                                        Com. E. Gomes
         construção de navios, eram estas requi-
         sitadas à Azinheira com indicação das respectivas dimensões e forma-  Notas:
                                                               (1)   Recorde-se p. e. a durabilidade da estacaria de madeira, onde se encontra
         tos o que obrigava, por via de regra, a que tivessem de ser desenterra-
                                                              assente o Terreiro do Paço, toda ela enterrada no lodo.
         dos vários paus até se encontrar os pretendidos. Como facilmente se   (2)  A expressão maioritariamente é aqui utilizada porquanto se conhece o uso de
         imaginará o sistema estava longe de ser funcional até porque, grande   madeiras da Azinheira para a construção do Palácio da Ajuda, em Lisboa.
         parte das madeiras, haviam sido enterradas por trabalhadores con-  (3)   A Telha é uma localidade, junto a Palhais e Vale do Zebro, onde até aos finais
         tratados para esse efeito, os Martinheiros  .        do século XVIII, existia um estaleiro de construção naval pertencente à Coroa.
                                        (5)
                                                               (4)   Ainda nos anos 80 e 90 do século passado se conseguiu retirar algumas to-
           Em 4 de Junho de 1860, o carpinteiro naval José Joaquim Praze-  neladas de madeira enterrada na Azinheira.
         res que prestava serviço nos Armazéns da Azinheira propôs, tendo   (5)   Também às embarcações que transportavam madeira de S. Martinho do
         logo sido aceite, um sistema por si inventado para a identificação dos   Porto se dava a mesma designação que aos homens, dali oriundos, que acom-
         troncos enterrados.                                  panhavam no transporte.
           O “ovo de Colombo” consistia na colocação à superfície, no topo de   Fonte:
         cada pau enterrado, de uma tabuleta com a configuração e dimensões   Cx 13 e 14 do Arquivo Geral da Marinha




            INSTITUTO  DA  DEFESA  NACIONAL                      FESTA DO HELICOPTERISTA NAVAL
                               25  e  26  de  Novembro  de  2008
            Colóquio
     O  Mar  no  Pensamento  Estratégico  Nacional

      Comissão  Cientifíca    26  DE  NOVEMBRO
      António  Telo           Pensamento  estratégico  e
      Almirante  Vieira  Matias  segurança  no  mar
      Vice-Almirante  Rebelo  Duarte  09:30  Moderador:  Contra-Almirante  Silva
      Vice-Almirante  Lopo  Cajarabille  Ribeiro
      Contra-Almirante  Silva  Ribeiro  •Pensamento  estratégico  e  o  mar
      Dr.  Jorge  Aranda
                                  Vice-Almirante António  Sachetti
      25  DE  NOVEMBRO            •O  mar  nas  mentalidades  nacionais
                                   Prof.  Doutor  Mário  Ruivo
      Sessão  de  Abertura
                                  •A  segurança  no  mar  português
      14:30  Secretário  de       Vice-Almirante  Lopo  Cajarabille
          Estado  da  Defesa  e  dos
          Assuntos  do  Mar       Debate                      ¬ Decorreu no passado dia 23 de Setembro a Festa do Helicopte-
          Dr.  João  António  da  Costa  Mira                 rista Naval, na Esquadrilha de Helicópteros. Este evento, que com-
          Gomes.              Preservação  ambiental  e
                              ciências  do  mar               plementa as comemorações do Dia da Unidade em Junho, tem por
                              14:30  Moderador:  Prof.  Doutor  Pinto  de   objectivo proporcionar o convívio entre todos os militares da família
      Desenvolvimento  da         Abreu
      economia  do  mar                                       aeronaval, que ainda pertencem ou que já pertenceram a esta unida-
                                  •O  conhecimento  científico  do  mar
      15:15  Moderador:  Eng.  Miguel   Prof.  Doutor  Serrão  Santos  de, sendo de salientar este ano, a presença dos seus três primeiros
          Sequeira                •Desafios  ambientais
          •A  clusterização  da  economia   Prof.  Doutor  Filipe  Duarte  Santos   Comandantes, CALM Saldanha Lopes, CALM Monteiro Montene-
          marítima                                            gro e CMG Gomes de Sousa.
          Almirante  Vieira  Matias   Debate                   Do programa de actividades constaram as tradicionais Olimpía-
          •Recursos  energéticos
          Prof.  Doutor  Manuel  Collares                     das do Lynx, que de forma lúdica e divertida permitiram recriar
          Pereira             Encerramento                    algumas das missões que são executadas pelo Lynx Mk 95, e que
          •Turismo  marítimo   16:30  Almirante  Vieira  Matias   proporcionaram um ambiente de boa disposição e salutar confra-
          Eng.ª Teresa  Gamito     António Telo
                                                              ternização entre todos os participantes.
          Debate                                               Após a entrega de prémios, realizou-se o almoço, que foi encerra-

                                                              do pelo Comandante da Esquadrilha de Helicópteros, CMG Costa
                                                              e Sousa, com uma breve alocução.
      Contactos:
      Instituto  da  Defesa  Nacional,  Calçada  das  Necessidades,  nº5    1399  -  017  Lisboa  REVISTA DA ARMADA U NOVEMBRO 2008  23
      Telefone:  21  392  46  00      Fax:  21  392  46  58      Email:  idn@idn.mdn.gov.pt    URL:      http://www.idn.gov.pt
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