Page 12 - Revista da Armada
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a bordo aos ministros dos negócios estran- Disrupção - combate à pirataria, pela AFRICA PARTNERSHIP STATION
geiros da Comunidade dos Países de Lín- protecção da navegação mercante e re-
gua Portuguesa. gional; A Africa Partnership Station – APS, ícone
da nova estratégia marítima americana, é
OPERAÇÃO “OCEAN SHIELD” Comunidade Marítima – pelo acompa- uma missão de cooperação técnico-mili-
nhamento e verificação da adopção das tar centrada em operações de shaping, na
No âmbito do empenho na SNMG1, a melhores práticas anti-pirataria; construção da capacidades, na implemen-
fragata “Álvares Cabral” participou na tação de planos de cooperação para a se-
operação “Ocean Shield” de 9 de No- Integração – pelo fomento da articulação gurança e na segurança marítima. Nesta
vembro de 2009 a 25 de Janeiro de 2010. das forças presentes; nova estratégia americana é considerado
A missão iniciou-se a 12 de Agosto com tão importante prevenir as guerras como
empenho na área do Mediterrâneo até 3 Edificação de Capacidade – pela articula- vencê-las, com a elevação a capacidades
de Novembro. ção das acções com os actores regionais. marítimas centrais, a segurança maríti-
ma, a assistência humanitária, a resposta
A área de operações conjunta caracteri- O navio realizou seis patrulhas, cin- a catástrofes e o reconhecimento da in-
za-se pela sua dimensão e vastidão com co na subárea GoA e uma na SB, em que capacidade dos EUA para, sozinhos, de-
mais de 3 milhões de milhas quadradas, toda a sua actuação foi regida pelos prin- sempenharem funções de incremento da
divididas em 2 subáreas, GoA – Golf de cípios subjacentes a intervenções de ca- segurança dos mares em termos globais,
Áden (GoA) e Bacia da Somália (BS). A rácter policial por meios navais, em que pelo que é colocado o ênfase na constru-
sua dimensão traduziu-se como factor pri- são impostas restrições ao emprego da ção de novas parcerias no qual se enqua-
mordial importância no planeamento, na força e uma acrescida relevância na ne- dra a APS.
execução das operações, quer pelos trân- cessidade da preservação da prova. Des-
sitos a que obriga, quer pela afectação dos tas patrulhas resultaram o controlo de 22 Notou-se que esta nova forma de uti-
meios que implica e pelo desafio que é im- suspeitos de envolvimento em actos de lização do poder naval americano vem
posto à sua sustentação logística. Acresce a pirataria, a apreensão de um skif e a mo- ao encontro dos interesses e do posi-
este factor as condições ambientais – o re- nitorização de 2269 navios mercantes, cionamento da Marinha Portuguesa, ao
gime sazonal das monções e a relevância com 86 dias de missão, 93 horas de voo aproximar-se do conceito da Marinha de
estratégica por ser atravessada por cerca e 2060 horas de navegação, uma taxa de Duplo Uso, actualmente em vigor. Neste
de 22 000 navios por ano, representando navegação de 82%. princípio considerou-se que a Marinha
8% do comércio mundial e 12% do tráfe- Portuguesa deverá apoiar e estimular a
go mundial de petróleo efectuados por Pela exposição mediática e actualida- implementação desta nova forma de es-
via marítima. de, estas intervenções foram alvo de um tratégia, quer seja em cooperação ou em
escrutínio permanente por parte da co- competição com a US Navy, de forma a
ANATO respondeu aos apelos do CSONU municação social. Importa reflectir como contribuir para moldar o ambiente estra-
com a OOS, concebida para mitigar o im- apontamento final na necessidade de re- tégico internacional no sentido de uma
pacte económico e de sofrimento humano, ver o quadro legal de apoio ao combate utilização do poder naval que manifesta-
pela supressão da actividade de pirataria à pirataria, em que a adequação de um mente a favorece.
e pela edificação de capacidades regionais ordenamento jurídico interno crimina-
de actuação no combate à pirataria. Des- lizando a pirataria e à promoção de so-
te conceito extraíram-se quatro linhas de luções internacionais, como a criação de
operação: tribunais internacionais dedicados a este (Colaboração da ACADEMIA DE MARINHA
fenómeno, medidas sem as quais as ac- E DO COMANDO NAVAL)
tuações militares não podem aumentar
a sua eficácia.
Dia do Combatente
Em 10 de Abril tiveram lu-
gar no Mosteiro de Santa Seguiu-se o desfile das forças
Maria da Vitória, na Ba- em parada e realizaram-se as
talha, as comemorações do 92º salvas em honra do mais alto
aniversário da Batalha de La magistrado da nação.
Lys e da 74ª Romagem ao túmu-
lo do Soldado Desconhecido. Passou-se então para o museu
das oferendas onde o Presidente
As comemorações foram da República assinou o Livro de
presididas pelo Presidente da Honra e escreveu uma mensa-
República, como Comandante gem dirigida aos combatentes.
Supremo das Forças Armadas
e contaram com as presenças Dali o Presidente encami-
do Presidente da Comissão de nhou-se para a Sala do Capí-
Defesa Nacional da AR, do CE- tulo, por entre os guiões dos
MGFA, e dos Chefes dos três ra- núcleos e associações de com-
mos das Forças Armadas, além batentes, onde foi realizada a
de outras autoridades locais, muitos núcleos e associações de homenagem aos mortos, com a
combatentes e público em geral. deposição de flores por 30 asso-
ciações de combatentes e os toques de silêncio e alvorada, tendo
De início foi realizada uma missa de sufrágio pelos mortos que a cerimónia terminado com a actuação da Banda do Exército a
foi presidida por D. Januário Torgal Ferreira e que foi cantada tocar o hino nacional.
pelo coro da Cruz Vermelha Portuguesa. No fim da cerimónia, como é tradicional, houve um almoço de
convívio no Regimento de Artilharia de Leiria, que reuniu cerca
Seguiu-se a cerimónia militar em que discursaram perante um ba- de 600 combatentes e familiares.
talhão dos três ramos das Forças Armadas, o Presidente da Direcção
Central da Liga dos Combatentes e o Presidente da República.
(Colaboração da LIGA DOS COMBATENTES)
12 JUNHo 2010 • Revista da aRmada