Page 15 - Revista da Armada
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No que diz respeito aos segundos, tem ha-     projetos SIG-DN e ao Centro de Dados da       tos encontra-se numa situação semelhante,
vido um grande esforço em desenvolver li-     Defesa (CDD), quando comparados com           pese embora já possua uma ligação com o
gações com os diversos sistemas do Minis-     o quantitativo que existia, quando a Mari-    SIG-DN. Releva-se, ainda, que, só com a
tério das Finanças. Se neste último caso as   nha geria o sistema central autonomamen-      supracitada atualização da plataforma tec-
equipas da Marinha foram chamadas a par-      te. Não obstante, prevê-se que, quando os     nológica, será possível concretizar uma ar-
ticipar, sobretudo na fase de elaboração das  projetos que se encontram em desenvolvi-      quitetura que garanta a continuidade da ex-
especificações, no primeiro caso, porque      mento estiverem concluídos, o número glo-     ploração global do sistema, caso lhe ocorra
se tratava de colocar em diálogo o SIG-DN     bal de pessoas da Marinha a prestar serviço   uma falha catastrófica.
com sistemas cuja autoridade operacional      no projeto SIG-DN possa vir a decrescer.
pertencia à Marinha, a nossa participação                                                     Outras evoluções em curso com impacto
foi bastante mais profunda. Neste contexto,     Relativamente à prevista evolução futura,   significativo na utilização diária do SIG-DN
aproveitou-se a oportunidade para inovar,     o projeto mais relevante que está em curso,   e na extração de informação para a tomada
através da introdução de uma arquitetura      e no qual já estão investidas centenas de     de decisão, prendem-se com a implementa-
orientada aos serviços (Service Oriented Ar-  horas de trabalho na elaboração das análi-    ção de um portal para utilização descentra-
chitecture - SOA), concebida, entre outras    ses e desenho dos processos, e subsequen-     lizada (SIGnet), através do MS Sharepoint e
coisas, para permitir que sistemas de dife-   te desenvolvimento das especificações, é o    SAP ERP, e com o aprofundamento do pro-
rentes gerações e tecnologias                 que permitirá que todo o universo da Defesa   jeto dos indicadores de gestão. O primeiro
possam trocar informação de                   passe a efetuar a gestão dos recursos huma-
forma automática e transpa-                   nos e o processamento de vencimentos em                     caso materializa-se numa solu-
rente. A decisão de introdução                SIG-DN (SIG-RHV). Este projeto só poderá                    ção de formulários interativos
da SOA na Marinha, em linha                   ser concretizado se a plataforma tecnológica                de exploração mais amigável
com as melhores práticas para                 onde o SIG-DN atualmente funciona for mo-                   para os utilizadores, permitin-
as TIC, tem permitido incre-                  dernizada. A decisão de avanço desta atua­                  do, ainda, poupar no número
mentar de forma sustentada o                  lização, que é absolutamente determinante                   de licenças SAP em uso. No
conhecimento sobre a sua uti-                 para a prossecução do SIG-RHV, cabe à tu-                   segundo caso, e uma vez que
lização sendo, neste momento,                 tela do MDN. Para a Marinha este projeto é                  a Marinha tem também em cur-
utilizada noutros subsistemas                 particularmente importante uma vez que o                    so iniciativas ligadas à temática
que servem outras áreas da                    Sistema Integrado de Informação do Pessoal­                 dos indicadores de gestão, está
Marinha, viabilizando, assim,                 (SIIP) é de 1986 e, embora tenha sido migra-                em curso uma interação com o
tornar mais eficiente o inves-                do para uma nova tecnologia aquando do                      responsável por este projeto na
timento efetuado, que se vê,                  fecho do sistema de processamento central                   equipa SIG-DN de modo a que,
desta forma, rentabilizado em                 da Marinha, pouco evoluiu funcionalmente.                   numa lógica de otimização de
benefício de sistemas que ser-                O sistema de processamento de vencimen-                     recursos, seja possível a extra-
vem várias áreas da Marinha                                                                               ção de indicadores já processa-
(BlueEye, EPM, CLIP). Também                                                                              dos naquele sistema e a subse-
a adoção da SOA pela Mari-                                                                                quente integração com portais
nha mereceu referências posi-                                                                             desenvolvidos na Marinha para
tivas nas duas auditorias acima                                                                           o mesmo propósito.
mencionadas.
                                                                                                             Com a anteriormente mencio-
  Quatro anos volvidos, é ago-                                                                            nada atualização da plataforma
ra possível fazer um balanço                                                                              tecnológica, será possível efetu-
tendo em vista identificar o                                                                              ar a instalação da mais recente
que é que se ganhou e o que se                                                                            versão do software de base da
perdeu com a introdução deste                                                                             SAP e assim poder não só con-
sistema. Os ganhos são claros:                                                                            cretizar o projeto RHV como
a unicidade dos processos em                                                                              também planear a extensão do
todo o universo da Defesa em                                                                              sistema às áreas da Gestão de
geral e das FFAA em particu-                                                                              Transportes, Manutenção de
lar, a partilha de informação                                                                             Sistemas Complexos e Gestão
que propicia a rápida propa-                                                                              de Infraestruturas, aumentando-
gação de boas práticas por                                                                                -se, assim, o leque de áreas que
todo o universo de utilizado-                                                                             passarão a ser cobertas por este
res, a criação de um sistema de                                                                           importante sistema (Fig. 4).
apoio ao utilizador comum são de assinalar.
No entanto, a vantagem mais significativa                                                                    Concluindo, e na qualidade
reside na economia de escala que se con-                                                                  de coordenador geral do SIG-
seguiu alcançar: ao invés de cada um dos                                                    -DN da Marinha, diria que este sistema de
utilizadores efetuar investimentos nos seus                                                 informação é absolutamente vital para o
próprios sistemas de informação ao longo                                                    funcionamento da Marinha, não havendo
do seu ciclo de vida, para consubstanciar                                                   qualquer outro sistema alternativo para os
processos congéneres, foi possível otimizar                                                 processos que hoje em dia nele residem.
a aplicação dos dinheiros públicos, por se                                                  Ao nível da Defesa, e salvo melhor opi-
concentrarem os investimentos num só sis-                                                   nião, considero que é um exemplo a reter
tema. Os aspetos menos positivos são pou-                                                   no que concerne a implementação de ser-
co significativos quando comparados com                                                     viços partilhados no Estado, bem em linha
as vantagens já assinaladas: salientar-se-ia                                                com o que se preconiza na Resolução do
a relativa perda de autonomia na condução                                                   Conselho de Ministros n.º 12/2012 de 7 de
da evolução do sistema e a relativamente                                                    Fevereiro de 2012.
baixa poupança de efetivos atribuídos ao
                                                                                                                                               

                                                                                                    COORDENAÇÃO GERAL DO SIG MARINHA

                                                                                                                     A. Gameiro Marques

                                                                                                                                                   CALM

                                                                                                        REVISTA DA ARMADA • MAIO 2012 15
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