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SIG-DN
Testemunho de 4 anos de exploração na Marinha
OSistema de Informação de Gestão rio Vasco da Gama, o módulo de Manuten- altura, na DITIC-CE e chefiada pelo seu Di-
da Defesa Nacional (SIG-DN), que ção de Viaturas, a Gestão do Medicamento retor, que desempenhava as funções de Co-
entrou em funcionamento em 1 de no Centro de Abastecimento Sanitário e a ordenador-Geral, sendo coadjuvado, nessa
janeiro de 2006, só foi plenamente adota- Gestão de Materiais no LAFTM. Na ótica da função, por dois oficiais. Com a criação da
do pela Marinha em janeiro de 2008, ainda arquitetura de referência da Marinha para SSTI em 21 de Fevereiro de 2010, aquela
que o planeamento orçamental para 2007 a informação, esta evolução converge para função passou a ser desempenhada pelo in-
e 2008 tivessem sido efetuados no novo a visão de que o SIG-DN deverá progres- cumbente do cargo, num mesmo modelo or-
sistema antes daquela data. Com a adesão sivamente contemplar todos os processos ganizacional, e tendo a DITIC e a DAGI em
plena, realizou-se a migração completa associados à gestão de recursos, com liga- suporte para o efeito do impacto do sistema
para aquela plataforma de to- ção cada vez mais forte ao planeamento e
dos os processos de natureza gestão estratégica (Fig. 2). na arquitetura de referência da
financeira e logística, que até Marinha e demais atividades re-
ali eram executados no Siste- Um dos fatores de sucesso da implantação lacionadas com a gestão do seu
ma Integrado de Informação do sistema na Marinha deve-se, em larga me- ciclo de vida, designadamente
Financeira e Abastecimento, dida, ao modelo de governabilidade que foi a garantia que, através da SSP/
designado por SIIF-SIA, cuja estabelecido desde o início, no qual, para DSF, eram criados e ministra-
base tecnológica (SAP) era se- cada área funcional que passou a utilizar o dos os diversos cursos para a
melhante à do SIG-DN. SIG-DN, foi criada uma estrutura no EMA, na correta exploração do SIG-DN.
SSF e na SSM/DA que gere funcionalmente o A esta estrutura corresponde
A razão subjacente à tran- sistema em toda a Marinha, respetivamente uma congénere na equipa de
sição tardia deveu-se ao facto no âmbito do planeamento (EMA), proces- projeto SIG, contemplando as
do SIG-DN não disponibilizar, sos financeiros (SSF) e processos logísticos/ mesmas áreas funcionais. Desta
no início, todas as funcionali- abastecimento (SSM/DA). A coordenação forma, viabilizou-se a articula-
dades que o SIIF-SIA oferecia. geral e a ligação da estrutura com a chefia ção harmoniosa entre ambas as
Esta decisão provou ser a mais da equipa SIG-DN do Ministério da Defesa entidades, o que tem permitido
adequada uma vez que mi- foi efetuada por uma equipa residente, na que, de forma eficaz, a ligação
nimizou os riscos associados se efetue a dois níveis confor-
a uma vasta e complexa mi- me o teor ou a complexidade
gração de informação de na- do problema: se a situação é
tureza financeira e logística, específica de uma área funcio-
tendo-se, assim, proporciona- nal, então a interação opera-se
do uma transição sem sobres- no primeiro nível. Se por outro
saltos e sem descontinuidades lado o assunto está relaciona-
de serviço, para um sistema do com o ciclo de vida do sis-
que só naquela altura passou tema ou é transversal às diver-
a disponibilizar as mesmas ca- sas áreas funcionais, então sobe
pacidades daquele que seria um nível e é dirimido pela co-
substituído. ordenação geral. Sempre que
forem criadas novas áreas no
Desde essa altura o SIG-DN SIG-DN, como é o caso do pro-
cresceu bastante no universo jeto dos recursos humanos e
da Defesa em geral e na Ma- vencimentos a que se aludirá a
rinha em particular, tornando- adiante, acrescentam-se novos
-se um verdadeiro fornecedor núcleos funcionais semelhan-
de um serviço partilhado no tes aos existentes para as áre-
âmbito dos processos de ges- as já em produção no sistema.
tão de recursos e planeamen- Em duas auditorias efetuadas
to, sendo hoje utilizado, entre em 2010 e 2011 pela Inspeção da Defesa
outros, pelo MDN, EMGFA, Marinha, Exér- Nacional ao SIG-DN, o modelo de gover-
cito, Força Aérea e IASFA, num universo de nabilidade da Marinha para gerir o sistema
cerca de 2700 utilizadores, dos quais 930 foi considerado como um modelo de refe-
na Marinha, distribuídos por 140 unidades rência (Fig. 3).
incluindo navios e capitanias (Fig. 1). À medida que o SIG-DN foi evoluindo,
houve necessidade de estabelecer ligações
Desde a sua adoção pela Marinha, o sis- com outros sistemas de informação em ex-
tema, para além de consolidar e melho- ploração na Marinha e externos ao universo
rar as funcionalidades nas áreas iniciais, da Defesa. Relativamente aos primeiros, tra-
de que se realça a prestação de contas em tou-se de automatizar os processos e a ine-
POCP por via eletrónica, a implementação rente troca de informação entre o Sistema
dos procedimentos previstos no novo Có- Integrado de Informação da Autoridade Ma-
digo de Contratação Pública e a execução rítima (SIIAM), os sistemas de informação
do controlo financeiro da LPM e da LPIM, da área da logística do material (SICALN,
foi progressivamente cobrindo outras áre- SLIS, sistema de catalogação) e o SIG-DN.
as. Destas, são de salientar o processo de
Vendas no Museu de Marinha e no Aquá-
14 MAIO 2012 • REVISTA DA ARMADA