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REVISTA DA ARMADA | 506

e o NRP Tridente visava a realização de variados ataques pelo
torpedo ao seu alvo, maximizando o treino da guarnição do
NRP Arpão na sua condução, assim como a recolha de diversos
dados sobre o comportamento desta arma. Ao atingir o final
da autonomia da bateria do torpedo, considerando as condi-
ções meteo-oceanográficas e tempo limitado para a recolha do
torpedo em segurança, o torpedo foi dirigido para a área onde
o NRP D. Carlos I aguardava pela informação da posição final
do torpedo, reduzindo desta forma o trânsito e aumentando a
probabilidade de localização do torpedo num curto espaço de
tempo.

  Tendo o torpedo parado ao atingir a distância máxima percor-
rida previamente definida, desligou-se e veio para a superfície8,
perdendo a comunicação com o navio. Nesta fase, não menos
importante, dedicada à localização e recolha do torpedo, o NRP
Arpão esclareceu o panorama de superfície de forma expedi-
ta, vindo para a cota periscópica e fazendo superfície passados
poucos minutos. Tendo sido localizado o torpedo através do
sistema optrónico, o NRP Arpão informou o NRP D. Carlos I da
posição daquele permitindo a sua recolha.

  Estava assim concluído o primeiro lançamento de torpedo
Black-Shark do ano e o primeiro lançamento de TCM da histó-
ria dos submarinos da classe Tridente, através do sistema CIR-
CE que os equipam. O sucesso foi evidente, restando a análise
aprofundada de todos estes dados recolhidos e procedimentos
adotados, tirando as necessárias lições aprendidas para que o
próximo lançamento possa ter objetivos ainda mais ambiciosos,
dando mais um passo nesta importante capacidade da nossa
Marinha e de Portugal.

                                       Colaboração do COMANDO DO NRP ARPÃO

   Notas

   1 Torpedo Counter Measures.
   2 Força Aérea Portuguesa.
   3 Target Motion Analysis.
   4 D urante a sua carreira mantém a ligação ao navio e ao sistema de combate por

    meio de um cabo de fibra ótica, sendo possível receber informação das deteções
    do torpedo assim como comandar o torpedo conforme as necessidades.
   5 Integrated Sensor Underwater System, sistema de combate que equipa os
    submarinos da classe Tridente.
   6 Containerized Integrated Reaction Countermeasures Effectors.
   7 Equipamento localizado no exterior, semelhante a umas portas laterais, que
    contêm os dois tipos de contramedidas, abrindo para o seu lançamento.
   8 O s torpedos Black-Shark de exercício, no final da sua carreira, quando ordenados
    ou no caso de perderem a comunicação pelo cabo de fibra ótica com o navio
    lançador, ficam à superfície para que possam ser recolhidos e posteriormente
    acondicionados para um novo lançamento.

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