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REVISTA DA ARMADA | 545







              ACADEMIA DE MARINHA




              PRESIDENTE DA REPÚBLICA CONDECOROU JOHN P. CANN
              CAPITÃO-DE- MAR-E-GUERRA DA MARINHA AMERICANA



                m cerimónia realizada a 5 de setembro no Palácio
              Ede Belém, o Presidente da República e Grão-Mes-
              tre das Ordens Honorífi cas Portuguesas, Professor
              Marcelo Rebelo de Sousa, conferiu ao Capitão-de-
              -mar-e-guerra John Pearce Cann, de nacionalidade
              americana, o grau de Comendador da Ordem do
              Infante D. Henrique.
               É invesƟ gador convidado e professor jubilado de
              Estudos de Segurança Nacional na Academia de Fuzi-
              leiros dos EUA e doutorado em Estudos de Guerra pelo
              King’s College de Londres, onde, em 1996, defendeu
              a tese “Contrainsurreição em África – O Modo dos
              Portugueses fazerem a Guerra. 1961-1975”, publi-                                                        Foto Presidência da República
              cada em Portugal. Seguiram-se outras publicações
              com destaque para a sua obra “A Marinha em África
              – As Campanhas Portuguesas em Águas Interiores de
              1961 a 1974”, editada pela Academia de Marinha em
              2015, e recentemente “Os Fuzileiros em África 1961-1974”.  do Comando da Área Ibero-AtlânƟ ca da NATO, em Oeiras, pela
               De salientar que o enorme interesse demonstrado pelo Pro-  proximidade com alguns militares que parƟ ciparam nessas cam-
              fessor Cann no estudo das campanhas Portuguesas em África,   panhas portuguesas em África.
              nomeadamente em Angola, Guiné e Moçambique, começou   É Membro Associado da Classe de História MaríƟ ma da Acade-
              durante o desempenho de funções militares no Estado-Maior   mia de Marinha desde 2005.


              MOBY-DICK

              UMA INSÓLITA EPOPEIA MARÍTIMA AMERICANA


                 o âmbito das celebrações do bicen-
              Ntenário do nascimento de Herman
              Melville, foi apresentada no Auditório da
              Academia de Marinha, em 24 de setem-
              bro, uma comunicação inƟ tulada “Moby-
              -Dick, uma insólita epopeia maríƟ ma ame-
              ricana”,  tendo sido  orador o  Académico
              Mário Avelar.
               Para o conferencista, a História e a Cul-
              tura americanas têm sido marcadas por
              um impulso épico, logo desde os primeiros
              momentos da ocupação do espaço pela
              colonização europeia de Leste para Oeste,
              originando, no imaginário americano, “a
              fi gura do pioneiro, do herói da fronteira e,
              a parƟ r da segunda metade do século XIX,                             Herman Melville
              do cowboy” e simultaneamente as designa-
              ções de “Terra PromeƟ da, da Fronteira, da Regeneração individual,   com a memória cultural ocidental, e com a sua vertente cristã,
              do aristocrata natural”.                            em parƟ cular”.
               Contrariamente, diz o Professor Mário Avelar, “Herman Mel-
              ville escreve «Moby-Dick», um romance épico voltado para o                                    Santos Maia
              mar. Será aí que aqueles tópicos emergem num intenso diálogo                                        SAJ


              14   NOVEMBRO 2019
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