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REVISTA DA ARMADA | 549

                          NRP SINES




                          INICIATIVA MAR ABERTO 19.2


              A parƟ cipação de Portugal na missão IniciaƟ va Mar Aberto (IMA) tem como objeƟ vo primordial dar o contributo nacional
              para o esforço de capacitação dos países do Golfo da Guiné em matéria de segurança maríƟ ma e combate às aƟ vidades
              ilícitas no mar.
























               Guarnição extra na primeira missão no estrangeiro.


                 NRP Sines largou no dia 7 de outubro da   edifi car a doutrina inerente – estabelecen-  e uma equipa de abordagem (FZ´s) de Cabo
              O  Base Naval de Lisboa (BNL) para a mis-  do os procedimentos básicos da operação   Verde. Foram treinados exercícios conjuntos
              são IniciaƟ va Mar Aberto 19.2 (IMA 19.2)   do conjunto navio/VENT-AER, testando-os,   de homem ao mar, incêndios, alagamentos,
              (a segunda no ano de 2019) no conƟ nente   corrigindo e validando com um bom núme-  comunicações visuais e abordagem a navios
              africano. Para esta missão foi aƟ vado o gru-  ro de voos efetuados, muitos deles a ope-  mercantes transportadores de cargas ilíci-
              po tarefa TG 443.21, comandado pelo CMG   rar em condições limite, sobretudo ao nível   tas. Os FZ´s dos dois países exercitaram-se
              Rodrigues Campos.                  de temperatura e humidade (naturalmente   nas áreas de combate corpo a corpo, treino
               A bordo do navio de patrulha oceânico   elevadas, como é caracterísƟ co desta zona   em espaços confi nados, rappel, socorrismo
              (NPO)  Sines, comandado pela CTEN Mó-  do globo).                     de combate e treino com diverso armamen-
              nica MarƟ ns, seguiram 60 militares. Para                             to portáƟ l.
              além da guarnição normal, embarcaram   CABO VERDE                      No dia da chegada à cidade da Praia, hou-
              duas equipas de fuzileiros (FZ’s), um binó-                           ve lugar à apresentação de cumprimentos
              mio de mergulhadores (U’s), um médico e   O porto do Mindelo foi o primeiro porto   e, à noite, a uma receção a bordo, onde
              um Destacamento de Veículos Não Tripula-  estrangeiro onde o NRP Sines atracou, a 14   esƟ veram representadas as altas enƟ dades
              dos-Aéreos (DEST VENT-AER).  A missão dos   de outubro. Após os cumprimentos proto-  da República de Cabo Verde e a comunida-
              FZ´s consisƟ a em zelarem pela segurança do   colares, foi oferecido um almoço a bordo. O   de portuguesa residente, num total de 115
              navio, sobretudo na área do Golfo da Guiné   navio abriu a visitas a duas escolas, a Escola   pessoas.
              (GoG); a dos U’s vistoriarem as obras vivas   Portuguesa do Mindelo e ALAIM. A escala   No que diz respeito à cooperação foram
              não só do próprio navio, mas também as do   do navio português não passou desperce-  realizadas ações de instrução e treino com
              NRP Zaire, as dos navios das Guardas Cos-  bida aos órgãos de Comunicação Social,   a guarnição da lancha Djéu e com as forças
              teiras de Cabo Verde e de São Tomé e ainda   nomeadamente à Rádio Televisão de Cabo   anİ bias da Guarda Costeira. Adicionalmen-
              efetuarem mergulho conjunto nesses países   Verde.                    te, foram ministradas palestras relaciona-
              e em Angola, contribuindo para a formação   Em terra, a equipa de saúde do navio   das com higiene e segurança no trabalho
              e treino de equipas congéneres locais.   acompanhou os técnicos do Centro de Saú-  e segurança para navegar. Foram também
               O médico apoiou não só à guarnição, mas   de Monte Sossego em consultas médicas, e   conduzidas operações de mergulho (troca
              também às comunidades locais numa área   o pessoal das áreas da mecânica, LA, eletro-  de experiências e procedimentos em ações
              de operação onde os cuidados de saúde são   tecnia e arƟ lharia, auxiliaram a guarnição do   de manutenção prevenƟ va) a bordo do NRP
              escassos. O DEST VENT-AER (três elemen-  NP Guardião (navio da Guarda Costeira de   Sines e do NP Djéu.
              tos) fez história na Marinha Portuguesa, já   Cabo Verde) na resolução de algumas ano-  No ediİ cio do EMFA, decorreu o debrie-
              que foi a primeira vez que embarcou, com   malias.                    fi ng das aƟ vidades  desenvolvidas  entre
              o objeƟ vo de se aƟ ngir a IniƟ al OperaƟ onal   O trânsito Mindelo-Praia propiciou um pe-  Portugal e Cabo Verde, com a presença do
              Capability pretendida para esta área. Para   ríodo de treino no mar e de fi scalização con-  CEMFA. Paralelamente, uma delegação de
              além dos inerentes desafi os da integração   junta com o NP Guardião. Para o efeito, em-  militares da guarnição foi recebida no Cen-
              de um novo sistema a bordo, foi necessário   barcou no NRP Sines um inspetor das pescas   tro Operacional de Segurança MaríƟ ma da


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