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REVISTA DA ARMADA | 551
Fotos CMOR FZ José Chorão
MUSEU DO
FUZILEIRO
Local único que recorda a história de 400 anos dos Fuzileiros, referência museológica a nível nacional, que recebe anualmente
cerca de 10.000 visitantes.
VALE DE ZEBRO DOS FORNOS DO BISCOITO da área de exposição, que se efetuaram em duas fases, a cargo
À SALAMUSEU do CFR FZE Sanches de Baêna. Hoje em dia o Museu conƟ nua em
permanente atualização, por força do dinamismo operacional
mbora vários autores refi ram datas anteriores, comprovada- dos fuzileiros sobretudo além-fronteiras.
Emente encontravam-se em aƟ vidade no século XV, em Vale de Vale a pena visitar este Museu, pelo seu importante e magní-
Zebro, os moinhos de maré e os fornos para produção do biscoito. fi co espólio, pela verdadeira lição de história proporcionada, que
Este desƟ nava-se ao consumo “nas Armadas, nas naus da India, con- muito presƟ gia a Marinha, numa contribuição valiosa para a per-
quistas e fortalezas do Reino”, conforme consta no I Regulamento petuação da memória dos Fuzileiros. Atualmente, o Museu do
dos Fornos feito por D. João IV, e ainda “para as urgências dos meus Fuzileiro é já uma referência no panorama museológico nacional,
exércitos nas ocasiões das marchas”, pelo Alvará de D. José I. merecendo ainda o devido destaque na página on-line do Turismo
Até ser entregue à Intendência da Marinha, em 1835, (...) todo o Militar. Recebe cerca de 10.000 visitantes ao ano, provenientes de
edifi cado de Vale de Zebro esteve sob a alçada ora da Coroa ora civil: estabelecimentos de ensino de todo o país, universidades senio-
“Almoxarifado de Valle de Zebro” em 1653, “Companhia de Comér- res, empresas, associações desporƟ vas e de lazer, unidades da
cio de Grão-Pará e Maranhão” em 1755, e “Junta da Administração Marinha e da Guarda Nacional Republicana, reformados da Mari-
Geral do Fornecimento de Munições de Boca” em 1762. nha e grupos de anƟ gos militares das Forças Armadas, e ainda um
Registe-se a ordem do Marquês Sá da Bandeira, em 1836, para número importante de visitantes de nacionalidade estrangeira.
o planƟ o naquele local de espécies exóƟ cas provenientes do
Ultramar. Em 1843 as instalações de Vale de Zebro são adaptadas PERCURSO PELO MUSEU SALA DE ENTRADA
para acolher os Inválidos da Marinha, em 1902 recebem a Escola
PráƟ ca do Serviço de Torpedos Navais, e em 1905 são escolhidas HISTÓRICA
para a montagem do 1º Posto de TSF da Marinha. A história e “paƟ ne” deste museu é bem patente logo na entrada
Finalmente em 1961 é instalada em Vale de Zebro a Escola de com o contraste entre um manequim de uma praça do Terço da
Fuzileiros. Em meados de 1984 arranca a instalação da então Armada Real da Coroa de Portugal (1621), armada de mosquete,
Sala-Museu do Fuzileiro (ver caixa), que é inaugurada em 30 de espada e talabardete com 12 invólucros para a pólvora, com um
junho de 1986. manequim do tempo da Guerra do Ultramar, e dois manequins
dotados do armamento e equipamento atuais. A recriação dos
MELHORAMENTOS DA SALAMUSEU AO MUSEU Fuzileiros é neste local assinalado com um espaço evocaƟ vo dos
quatro militares que frequentaram o Curso de “Command Course”
O espaço ocupado pela Sala-Museu sofreu remodelações, em nos Royal Marines em 1960. De especial signifi cado os quadros do
termos de conteúdos, novas técnicas museológicas e ampliação Alvará de D. José I, em 1754, que confere a primazia à Marinha em
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