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REVISTA DA ARMADA | 551
ACADEMIA DE MARINHA
“D. PEDRO DE MENEZES: UM HOMEM,
UMA HISTÓRIA”
SESSÃO CULTURAL CONJUNTA COM O CENTRO DE INVESTIGAÇÃO
PROFESSOR DOUTOR JOAQUIM VERÍSSIMO SERRÃO
m 5 de março, teve lugar no Salão Nobre da Câmara
EMunicipal de Santarém, a terceira sessão cultural
conjunta da Academia de Marinha com o Centro de
InvesƟ gação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Ser-
rão, inƟ tulada – “D. Pedro de Menezes: um homem,
uma história”, tendo sido presidida pela Vereadora
dos Assuntos Jurídicos e do Urbanismo, Dra. CrisƟ na
Casanova MarƟ ns, em representação do Presidente da
Câmara de Santarém.
Depois das palavras de abertura proferidas pelo
Diretor do Centro de InvesƟ gação Professor Doutor
Joaquim Veríssimo Serrão, Prof. Doutor MarƟ nho
Vicente Rodrigues, e pelo Presidente da Academia de
Marinha, ALM Vidal Abreu, seguiu-se a comunicação
apresentada pela Profª. Doutora Ana Paula Avelar, realizada em reino, Gomes Eanes de Zurara, interrogando-se se o terá repre-
co-autoria com o Prof. Doutor Vítor Rodrigues, que por moƟ vos sentado como um defensor do seu Rei e Senhor.
profi ssionais não pôde estar presente, inƟ tulada “D. Pedro de Dando conƟ nuidade ao tema, usou da palavra o Doutor Nuno
Meneses: paladino de uma nova dinasƟ a?”. Silva Campos com a comunicação ”D. Pedro de Meneses e a recu-
Na perspeƟ va dos autores, “esta intervenção para além de se peração da memória linhagísƟ ca dos Teles de Meneses”, tendo
analisar a origem familiar de D. Pedro de Meneses e as razões referido que a sua apresentação pretende recordar as origens
por que se refugiou em Castela com sua mãe, debruçar-nos-emos familiares de D. Pedro e apresentar de que forma é que o capitão
sobre as moƟ vações e os apoios do monarca D. João I e do então de Ceuta conduziu a recuperação e enaltecimento da memória da
infante D. Duarte por altura do seu regresso ao reino no início de linhagem da família.
Quatrocentos”. Para o conferencista, D. Pedro de Meneses fi cou para a História
Para os autores, é essencial estudar o papel desempenhado conhecido por ter sido o primeiro capitão de Ceuta, cargo que
por D. Pedro de Meneses enquanto capitão de Ceuta, para se desempenhou com inegável competência e de onde reƟ rou pro-
poder perceber a sua ascensão social e a criação de um avul- fundos proveitos pessoais. Desde a tomada da praça africana até
tado património, que o elevaria à condição de Conde, algo que à sua morte nunca abandonou o cargo “assumindo-se como a pri-
até então era reservado para os familiares próximos do monarca. meira grande fi gura da Expansão Portuguesa”, o que o levaria a
Por úlƟ mo, salientou o perfi l desenhado pelo cronista “ofi cial” do ser “agraciado com o ơ tulo de 1º Conde de Vila Real, lançando as
bases desta importante casa nobiliárquica das segunda e terceira
dinasƟ as, vindo ainda a ser Conde de Viana do Alentejo”.
Por úlƟ mo, salientou que, face ao desconhecimento quase total
do seu passado, anterior a 1415, fi que “a ideia de que se trata
de um elemento secundário no tecido nobiliárquico português”.
D. Pedro, através de uma efi caz atuação políƟ ca e elaborada
construção ideológica, demonstrou reclamando, ostentando e
transmiƟ ndo aos seus herdeiros, o formidável legado que consƟ -
tuía a memória dos Meneses, projetando a família para um novo
período de destaque social.
A sessão terminou com as palavras de agradecimento a ambas as
insƟ tuições pela Vereadora dos Assuntos Jurídicos e do Urbanismo
da Câmara Municipal de Santarém, Dra. CrisƟ na Casanova MarƟ ns.
Colaboração da ACADEMIA DE MARINHA
26 MAIO 2020