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REVISTA DA ARMADA | 552


              NAVIOS DE PATRULHA OCEÂNICOS



              CONSTRUÇÃO NAVAL PORTUGUESA AO SERVIÇO DA

              MARINHA – PARTE II                 1




              SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO                           A monitorização e comando de processos é efetuado através de
              DA PLATAFORMA                                       consolas gráfi cas  mulƟ funcionais, redundantes, através de cerca
                                                                  de 50 imagens de processo com grafi smo intuiƟ vo. A sua estrutura
                 Sistema Integrado de Gestão da Plataforma (SIGP) permite   permite que, em caso de avaria de um dos seus componentes, o
              O  monitorizar, comandar e controlar, de forma centralizada e   sistema conƟ nue a funcionar sem limitações ou, quando muito,
              apenas por um operador, os diversos sistemas da plataforma. É um   fi que sem informação e sem controlo remoto dos equipamentos
              sistema integrado de automação digital, com aquisição de sinais   associados a esses componentes. É um sistema fl exível e com várias
              (cerca de 3900), processamento e controlo distribuídos, realizados   redundâncias, de modo a maximizar a sua disponibilidade, uma vez
              por computadores industriais.                       que se consƟ tui como um dos sistemas vitais para o navio.
               Providencia uma monitorização extensa da plataforma e permite,   Uma das funcionalidades relevantes do SIGP é a implementação
              em tempo real, que os elementos da guarnição tenham uma visão   de algoritmos de validação e reação automáƟ ca que asseguram a
              precisa do estado em que se encontram todos os sistemas da plata-  verifi cação de um conjunto de pré-condições para a execução de
              forma, bem como a situação do próprio sistema (self-monitoring).  uma determinada ordem, garanƟ ndo que não são dados coman-
                                                                                  dos que possam comprometer a segurança
                                                                                  da instalação. É mais uma funcionalidade que
                                                                                  visa apoiar aƟ vamente a operação da instala-
                                                                                  ção em segurança, sendo que existe sempre a
                                                                                  possibilidade de efetuar a desaƟ vação destas
                                                                                  seguranças para operação em emergência.


                                                                                  INSTALAÇÃO PROPULSORA
                                                                                   A produção da energia propulsiva é realizada
                                                                                  por dois hélices de passo controlável, aciona-
                                                                                  dos por motores diesel, cada um com cerca
                                                                                  de 3900 kW, ou por motores elétricos, cada
                                                                                  um com 300 kW, numa confi guração CODELOD
                                                                                  (COmbined Diesel ELectric Or Diesel) que permi-
                                                                                  tem ao navio, em qualquer condição de deslo-
                                                                                  camento de operação, navegar a todos os regi-
                                                                                  mes, desde velocidades inferiores a 2 nós até
                                                                                  velocidades superiores a 20 nós, sem qualquer
                                                                                  limitação temporal.
                                                                                   A opção por uma solução híbrida diesel elé-
                                                                                  trica consƟ tuiu-se como uma novidade na
                                                                                  Esquadra e uma mais valia para a operação
                                                                                  destes navios. Com efeito, a propulsão acio-
                                                                                  nada por motores elétricos permite a opera-
                                                                                  ção do navio numa gama de velocidades até
                                                                                  10 nós, possibilitando obter poupanças muito
                                                                                  signifi caƟ vas de combusơ vel (quando compa-
                                                                                  rado com os motores diesel da propulsão na
                                                                                  mesma gama de velocidades), uma vez que o
                                                                                  consumo é apenas o correspondente ao fun-
                                                                                  cionamento de três motores diesel geradores
                                                                                  (já incluindo os consumos dos demais siste-
                                                                                  mas de bordo, numa situação em que o navio
                                                                                  se encontre em trânsito ou em patrulha).
                                                                                   A opção por hélices de passo controlável
                                                                                  permite também a realização de uma para-
                                                                                  gem de emergência (crash stop) do navio,
                                                                                  quando a navegar à sua velocidade máxima,
                                                                                  numa distância inferior a quatro vezes o seu
              Representação funcional e arquitetura do SIGP                       comprimento.


              20   JUNHO 2020
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