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REVISTA DA ARMADA | 552
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LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS em sistemas de navegação eletrónicos). O assinalamento fl uvial
E HIDROGRÁFICOS ponderou ainda a largura do canal, a profundidade e as dimensões
máximas dos navios a operar, nos regimes diurno e noturno.
o âmbito dos projetos referidos, um dos pontos idenƟ fi cados
Ncomo essenciais foi o desenvolvimento de cartografi a naque- FÓLIO DE CARTAS DO DOURO
las vias. Consequentemente, foi implementada no fólio de carto-
grafi a náuƟ ca nacional, uma Série Fluvial para navegação em águas O desenvolvimento da CNf teve em conta o Ɵ po de navegação
interiores, que contempla a cobertura das vias fl uviais com cartas prevista, a extensão geográfi ca da VND, a largura do canal de nave-
em formato papel (CN) e em formato eletrónico (IENC). gação, a existência de eclusas e os desníveis na alƟ metria. O Ɵ po
A Cartografi a NáuƟ ca fl uvial (CNf) deve observar um conjunto de e forma de representação considerou um seccionamento retangu-
requisitos próprios, tanto técnicos como legais, sendo necessário lar, tendo-se projetado uma carta por albufeira (troço entre barra-
ter em consideração as caracterísƟ cas das vias fl uviais, as meto- gens) e duas para o estuário – zona compreendida entre a barra
dologias de aquisição e processamento de dados, os modelos de do Rio Douro e a barragem de Crestuma. A cada carta, consƟ tuída
dados, o processo cartográfi co, assim como os normaƟ vos nacio- por várias folhas em quanƟ dade variável conforme a extensão de
nais e internacionais em vigor. cada troço e traçado do rio, foi atribuída uma numeração seguindo
A VND, inaugurada em 1990, tem cerca de 210 Km de extensão as regras internacionais, já verƟ das nas regras do fólio nacional.
e 5 desníveis com serviço de
eclusas, permiƟ ndo a navega- COBERTURA CARTOGRÁFICA
ção desde a barra do rio Douro
até Barca de Alva, sendo consi-
derada uma das vias de comu-
nicação, de transporte e de
desenvolvimento mais impor-
tantes de Portugal.
O projeto para a defi nição da
cartografi a da VND consƟ tuiu
um desafi o tanto no que diz respeito à sua conceção, como à exe- Tecnicamente, outros desafi os se levantaram, entre os quais
cução propriamente dita e compreendeu várias etapas relaƟ vas à a idenƟ fi cação do conteúdo mínimo de objetos a representar, o
aquisição de informação, à defi nição do canal de navegação, à ela- estabelecimento e uƟ lização de vários referenciais alƟ métricos ao
boração dos projetos de assinalamento maríƟ mo e à elaboração longo da representação da VND, para reportar os valores de pro-
da CNf na sua expressão papel e eletrónica. fundidade e das alturas disponíveis (eclusas, pontes e cabos de alta
Os levantamentos topográfi cos e hidrográfi cos decorreram entre tensão), o desenho do eixo da via e respeƟ va quilometragem.
2015 e 2018, totalizando cerca de 200 dias de trabalhos de campo, O fólio da VND é consƟ tuído por 7 cartas, num total de 58 folhas
1000 horas de sondagem nos cerca de 4000 km percorridos pelas no seu formato papel e 54 células no seu formato eletrónico.
embarcações em aquisição de dados baƟ métricos, consƟ tuindo a A execução da construção/produção da cartografi a náuƟ ca fl u-
base dos restantes estudos e trabalhos. vial decorreu entre 2017 e 2018. No início de 2019 foi publicada
Para além dos levantamentos, o IH parƟ cipou na defi nição do a totalidade das cartas consƟ tuintes do fólio em papel e, no fi nal
canal de navegação e na elaboração dos projetos de assinala- desse ano, foi disponibilizada gratuitamente a correspondente ver-
mento, tendo-se considerado o Ɵ po de balizagem em função do são eletrónica em hƩ ps://www.hidrografi co.pt/vn.douro.
Ɵ po de fundo, das correntes e do risco de degradação em situa-
ções de cheia, complementada com ajudas virtuais (observáveis Colaboração do INSTITUTO HIDROGRÁFICO
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