Page 18 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA | 554

              “indesejados”. Durante a II Guerra Mundial   8dciVXidh Xdb V :hiVd KIH YZ @aVc\ edg eVgiZ YZ cVk^dh Xdb bV^h
                                                                                                                   DR
              os ingleses minaram essa zona, numa tenta-  YZ (%% <GI  VgfjZVd WgjiV  VigVkZhhVcYd d :higZ^id YZ BVaVXV

              Ɵva de negar o acesso, por parte de potên-
              cias opositoras, ao estreito de Malaca.
               Em 2017 transitaram mais de 84 mil    ɿɶɶɶɶ
              cargueiros e petroleiros pelo estreito de                                                      ɾɹɽɺɶ ɾɺɺɻɼ
              Malaca – uma média de quase 10 grandes   ɾɻɶɶɶ                                              ɾɶɿɼɶ
              navios por hora . Aí passa 30% de todo o                                               ɽɽɿɽɹ    ɸɶɷɼ  ɸɶɷɽ
                          2
                                                                                                       ɽɿɹɺɺ

              comércio mundial maríƟmo e também      ɾɶɶɶɶ                          ɽɼɹɾɷ        ɽɻɺɽɽ     ɸɶɷɻ
              um terço do petróleo transportado por via   ɽɻɶɶɶ                           ɽɺɷɹɹ ɽɹɻɹɾ  ɸɶɷɹ  ɸɶɷɺ
              maríƟma – cerca de 15 milhões de barris                          ɽɶɽɷɾ  ɸɶɶɾ ɽɷɹɻɿ  ɸɶɷɶ  ɸɶɷɸ

              por dia. Mais de 90% do petróleo impor-  ɽɶɶɶɶ                                   ɸɶɷɷ
              tado pelo Japão e pela Coreia e parte muito                  ɼɻɼɺɿ  ɸɶɶɽ  ɸɶɶɿ

              signifi caƟva do abastecimento energéƟ co   ɼɻɶɶɶ     ɼɸɹɹɺ  ɼɹɼɹɼ ɼɸɼɸɷ
              da China segue por essa rota. O encerra-         ɼɶɶɹɺ    ɸɶɶɺ  ɸɶɶɼ
                                                            ɻɿɹɷɺ

              mento do estreito significaria o caos na   CĀ •› ‚ó¯ÈÜ  ɼɶɶɶɶ  ɻɻɿɻɽ  ɸɶɶɹ  ɸɶɶɻ
              economia asiáƟca e grandes perturbações         ɸɶɶɷ  ɸɶɶɸ

              na economia mundial. É, pois, um local de   ɻɻɶɶɶ  ɸɶɶɶ
              primeira importância no xadrez geopolíƟ co    ÂÈ                   )RQWH  0DULQH 'HSDUWPHQW 3HQLQVXODU 0DOD\VLD
              mundial.

                O estreito de Malaca é parƟlhado por dois Estados muçulmanos,   A Indonésia enfrentou ou enfrenta movimentos rebeldes em
              a Indonésia e a Malásia, e por uma pequena, mas rica e poderosa   Aceh (que pretendem criar uma república independente), em
              cidade estado – Singapura. Na entrada ocidental do estreito há   Kalimantan (que pretendem incorporar o território, e o Brunei, na
              ainda que contar com Tailândia, através da sua ilha de Phuket. Mas   Malásia), nas Molucas do Sul (que também pretendem a indepen-
              as potências controladoras/dominantes são os EUA e seus aliados   dência), em Minahasa (predominantemente católica), na Papua
              ingleses e australianos, que aí mantém forças militares robustas.  Ocidental (para unificação da ilha) e em Riau (movimento inde-

                                                                  pendenƟ sta).
              AMERICANOS HERDAM CONTROLO MILITAR                    A Malásia ainda tem de fazer frente a movimentos independen-

              DOS INGLESES                                        Ɵstas em Sarawak e em Sabah. A Tailândia está a braços com o


                                                                  separaƟsmo da região de PaƩani, onde um movimento islâmico


               Os quatro Estados do sudeste asiáƟco que bordejam o estreito   armado conƟnua a atuar.
              de Malaca têm enfrentado, não só problemas de ordem interna,   Não obstante as sérias divergências entre os três estados, Singa-
              mas também de ordem externa  por vezes tensos, entre si. Recor-  pura, Malásia e Indonésia, em termos de segurança tem sido pos-
              de-se o período da Konfrontasi entre a Indonésia e a Malásia,   sível alguma cooperação. Para além do patrulhamento conjunto

              com a primeira a treinar guerrilheiros contrários ao Governo   do estreito, da luta contra a pirataria e da parƟlha de informação,
              malaio, mas também a insurgência comunista malaia que ope-  estas nações puseram de pé um sistema de controlo eletrónico de
              rava a parƟr de bases na Tailândia.                 navegação no estreito – o STRAITREP .
                                                                                              3

                                                                                                                   DR





























               Pincipais corredores de navegação no Estreito de Malaca.



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