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REVISTA DA ARMADA | 556
decorrem para o DMS1 a realiza-
ção de ações nas seguintes áreas de
intervenção:
• Sabotagem submarina, visan do
unidades ou posições inimigas,
localizadas no mar, orla marí-
Ɵ ma, acessos fl uviais e instala-
ções portuárias;
• Reconhecimento avançado de
costa;
• Demolições, limpeza e abertura
de brecha/canal e praias de
desembarque, no âmbito das
operações anİ bias (Clearance
Diving);
• Reconhecimento e InaƟ vação de
Engenhos Explosivos – EOD, con-
vencionais e improvisados.
As operações EOD da Marinha, nas
áreas sob sua jurisdição ou que lhe
tenham sido confi adas para efeitos
operacionais, são uma aƟ vidade exclusiva do Comando Naval, atra- de circuito fechado (100% O ). A parƟ r de 1954 passam a frequen-
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vés das unidades de Mergulhadores Sapadores. Neste contexto, os tar os cursos Clearance Diver e EOD, em Inglaterra, alargando-se
militares do DMS1 são frequentemente empenhados: na proteção assim o espectro das operações e passando-se a realizar mergulho
de força a meios navais e altas enƟ dades realizando vistorias para com oxigénio e misturas gasosas. Nesses cursos são treinadas as
deteção e reconhecimento de engenhos explosivos, face às amea- técnicas de EOD, minas e contramedidas, a recuperação de minas,
ças convencionais e terroristas; e na inaƟ vação de engenhos explo- as técnicas de busca de minas-lapa, a sabotagem submarina, as
sivos em ambiente terrestre ou submarino. Ainda neste âmbito, os demolições e a limpeza de obstáculos em praias de desembarque.
militares do DMS1 podem integrar equipas de segurança e equi- Todo este processo viria a culminar, em 1959, na criação e
pas de assalto, em ações de abordagem no mar, quando exista desenvolvimento estatutário da categoria de Mergulhador-Sa-
a ameaça por engenhos explosivos improvisados – Improvised pador (US), com a atribuição de missões de caráter ofensivo e
Explosive Device (IED). defensivo próprias da guerra de minas e sabotagem submarina,
Historicamente pode inferir-se que o DMS1 terá raízes nas defesa de portos, assalto e limpeza de praia e EOD.
ações de sabotagem levadas a cabo contra navios que, fundea- Estas são as missões que ainda hoje se encontram atribuídas
dos no rio Tejo, parƟ ciparam nos cercos a Lisboa em 1171 (esqua- ao DMS1.
dra Muçulmana) e 1580 (esquadra Castelhana). Desde a sua criação, o DMS 1 parƟ cipou em várias operações
À formação dos mergulhadores da Armada na área dos explo- militares de grande relevo e importância, tais como: Guerra do
sivos (1881) veio juntar-se, em 1904, a instrução de técnica de Ultramar (1962-1974), Operação Crocodilo (Guiné – 1998); Ope-
“rocega de torpedos” e de “contraminas”. ração ManaƟ m (Guiné – 2012); Standing NATO Mine Countermea-
Em 1947 os Mergulhadores realizam os primeiros exercícios de sures Group One (SNMCMG1) (Mar do Norte e BálƟ co – 2018 e
sabotagem submarina com equipamentos de mergulho autónomo 2019); e “NATO Assurance Measures Lithuania” (Lituânia – 2019).
Foto Nuno André Ferreira
NOVEMBRO 2020 11