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REVISTA DA ARMADA | 556
OUTROS TREINOS EQUIPA DE COMANDO à superİ cie, numa área extremamente confi nada e sem capaci-
E CONTROLO dade própria de manutenção da posição, não derive para uma
área perigosa. A celeridade na passagem dos cabos de reboque
Para coordenar todo o exercício foi criado um Posto de foi garanƟ da pelo “pessoal das fainas” e a segurança da plata-
Comando e Controlo (PCC), correspondente à sala de operações forma foi garanƟ da.
do Submarine OperaƟ ng Authority (SUBOPAUTH) nacional, onde O sucesso do exercício era moƟ vo de orgulho para os 120 mili-
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num caso real toda a operação seria coordenada e controlada. tares nele envolvidos. Nas úlƟ mas seis horas, de forma profi ssio-
Muito embora o CTG 443.10 seja a autoridade operacional dos nal, Ɵ nham contribuído para mais um marco histórico nos mais
submarinos, e como tal em caso de suspeita de acidente com um de cem anos de história da ES – o apoio ao AL de 8 militares a
submarino, sob o seu comando operacional, seja a enƟ dade res- parƟ r de um submarino assente na BNL.
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ponsável pelo Alerta e por iniciar os procedimentos previstos Tinham sido testados técnicas, táƟ cas, procedimentos e con-
para a busca e salvamento de um submarino, no caso português solidada a Doutrina de Salvamento de Submarinos residente no
a Autoridade Nacional (NaƟ onal Authority – NA) para o salva- Comando Naval. Tudo em prol da máxima efi cácia e do menor
mento de submarinos é o Comandante Naval . número de baixas (ou zero baixas) numa situação real.
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Os militares que guarnecem o PCC têm uma elevadíssima taxa O ESCAPEX 20 decorreu, por isso, como é lema da Esquadrilha
de empenhamento e esforço no período inicial, antes do salva- de Subsuperİ cie, com “Zelo, ApƟ dão e Honradez”.
mento propriamente dito. Isto porque toda a preparação, pla-
neamento e coordenação administraƟ va e operacional com as Colaboração da ESQUADRILHA DE SUBSUPERFÍCIE
estruturas de apoio nacionais e internacionais inerentes a uma
ação desta envergadura é preparada, monitorizada e supervisio-
nada pela equipa de gestão de crises especialmente criada para Notas
o salvamento de submarinos. Esta equipa mulƟ disciplinar com- 1 Os submarinos da classe Tridente possuem uma antepara resistente que permite
preende militares de diversos setores da Marinha . isolar as secções de vante e de ré, maximizando assim a probabilidade de sobre-
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Neste exercício o PCC, além de controlar as comunicações com vivência caso haja uma violação de estanqueidade. Assim caso haja violação da
todos os parƟ cipantes, realizou as tarefas necessárias à prosse- estanqueidade numa das secções, a guarnição isola-se na outra secção, onde tem
capacidade de sobrevivência de, pelo menos, 7 dias.
cução da coordenação das saídas do submarino e a condução da 2 Comando operacional dos submarinos em Portugal por delegação do Coman-
fi ta de tempo de eventos previamente aprovada. dante Naval é o Comandante da Esquadrilha de Subsuperİ cie.
Na medição da efi cácia, efi ciência e profi ciência de todos os 3 De 10 unidades diferentes – CMN, ENSUP, NRP Bérrio, NRP Álvares Cabral, NRP
envolvidos neste exercício entra a contagem do tempo. As 8 D. Carlos I, NRP Tejo, CMSH, CCF, IH e ES.
Voz de comando dada no Equipamento de Transmissão de Ordens e nas conferên-
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ascensões livres foram realizadas em cerca de 3 horas . cias internas, que ordena a entrada em imersão de um submarino.
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ÚlƟ ma barreira entre o interior do submarino e a água envolvente.
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6 Zonas de passagem de cabos elétricos que permitem ligar os equipamentos no
RETORNO À NORMALIDADE interior com os sensores exteriores do submarino, de onde podem ocorrer entra-
das de água derivadas da pressão exterior.
Com os “escapados” em segurança, havia que preparar o sub- 7 Denominação do comparƟ mento onde se realiza a ascensão livre.
marino para suspender e regressar à superİ cie, após o que 8 Porque se tratava de um exercício foi colocado um mergulhador no interior do
o Comandante deu a exclusiva voz de ”Ar a todos, vamos para tronco por forma a garanƟ r que, durante todo o processo, os militares envolvidos
cima!”. nunca estavam sós em caso de atrapalhanço.
Autoridade que detém o controlo operacional dum determinado número de sub-
As válvulas que permitem o envio de ar comprimido aos tan- 9 marinos, com especial destaque para o exercício de funções relacionadas com: evi-
ques de lastro são abertas e o submarino recupera rapidamente tar de interferências mútuas; efetuar a gestão de águas atribuídas a cada subma-
a sua reserva de fl utuabilidade, suspendendo e reaparecendo rino; conduzir e controlar as radiodifusões dedicadas aos submarinos; e coordenar
e apoiar submarinos em emergência.
à superİ cie. Também nesta manobra a rapidez de execução é 10 O CTG 443.10 é simultaneamente, face à especifi cidade e por delegação do
fundamental, para que o submarino, encontrando-se de novo Comandante Naval, a Autoridade de Alerta (AlerƟ ng Autority (AA)). Tem como fun-
ções e tarefas: responsabilidade pela coordenação
dos procedimentos de COMCHECK, o SUBLOOK, o
SUBMISS e o SUBSUNK (início e fi m de cada fase);
indicação da área mais provável de Busca e Salva-
mento ao SSRA e ao OSC de acordo com o seu con-
trolo da posição do submarino; e dar o alerta a nível
internacional através do ISMERLO.
11 Compete à NA nomear o Submarine Search and
Rescue Authority (SSRA) e realizar contactos com
outras Marinhas, agências e organizações para o
pedido de apoio, nomeadamente a aƟ vação de
meios. Tem como funções e tarefas: responsabili-
dade global a nível nacional pelas operações de recu-
peração e salvamento; atribuição de meios à SSRA
para iniciar procedimentos de Busca e Salvamento;
nomeação e/ou confi rmação do On Scene Comman-
der (OSC); e atribuição de outras Unidades de Apoio.
12 Operadores do SUBOPAUTH, Chefe do Estado-
-Maior do CTG 443.10, CTG 443.10, Médico naval,
Ofi cial SMER da ES, Chefe da Divisão de Submarinos
da Direção de Navios, Chefe do Agrupamento de
Mergulhadores, Elemento do Gabinete de Imprensa,
Chefe da sala de operações do COMAR, Chefe da
Secção MAROPS do COMNAV, Chefe do serviço de
LogísƟ ca do COMNAV, Assessor jurídico do COMNAV.
13 Numa situação real este procedimento é muito
mais expedito, reduzindo o tempo de cada AL para
cerca de 10 minutos, dependendo da profundidade
de abandono.
DisposiƟ vo montado no cais para apoio aos “escapados”.
NOVEMBRO 2020 9