Page 12 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA | 556


              PERCURSO HISTÓRICO DO DMS2                          elevado nível de empenhamento operacional. A unidade rea-
                                                                  liza assim, diariamente, trabalhos de assistência, manutenção e
               No âmbito da persecução das missões da Marinha, para o   reparação aos navios da esquadra, trabalhos subaquáƟ cos e de
              DMS2 decorre atualmente a realização de ações nas seguintes   salvação maríƟ ma para a Marinha e outras enƟ dades de uƟ li-
              áreas de intervenção:                               dade pública.
               •  Salvaguarda da vida humana no mar;                Também colabora em aƟ vidades cienơ fi cas da Marinha e outras
               •  Salvação MaríƟ ma e Trabalho SubaquáƟ cos;      enƟ dades de uƟ lidade pública relacionadas com o meio marí-
               •  Ações de reparação/recuperação de unidades navais;  Ɵ mo, colabora com a Proteção Civil no âmbito do apoio a catás-
               •  Apoio à invesƟ gação cienơ fi ca, nomeadamente no âmbito da   trofes, calamidades e acidentes, e realiza trabalhos de remoção
                 hidrografi a e oceanografi a.                      ou demolição de perigos e obstáculos à navegação.
               O DMS2 é a unidade de Mergulhadores Sapadores com maior   No âmbito da salvaguarda da vida humana no mar e da Busca e
              dimensão, resultante do vasto espectro de atuação e do seu   Salvamento MaríƟ mo (SAR), o DMS2 é responsável por aprontar
                                                                          e fornecer o pessoal mergulhador recuperador-salva-
                                                                          dor dos helicópteros da Marinha e o pessoal mergulha-
                                                                          dor embarcado nos navios da Marinha, por assegurar
                                                                          o apoio de socorros a náufragos no decorrer dos exer-
                                                                          cícios, treinos e formação de outras unidades da Mari-
                                                                          nha, e ainda por aprontar pessoal para realizar ações de
                                                                          salvamento de submarinos.
                                                                           Os mais anƟ gos relatos de aƟ vidades de salvação
                                                                          maríƟ ma e exploração, em Portugal, remontam a 1538,
                                                                          altura em que se uƟ lizavam sinos de mergulho rudi-
                                                                          mentares para a recuperação de objetos do leito do rio
                                                                          Tejo.
                                                                           Em 1892 surgem relatos de trabalhos subaquáƟ cos
                                                                          em navios da Armada, com o comandante da canho-
                                                                          neira Douro a mergulhar em Angola, com um escafan-
                                                                          dro improvisado, no senƟ do de realizar a inspeção de
                                                                          uma avaria nos lemes no navio.
                                                                           Embora já se viessem realizando pequenos traba-
                                                                          lhos e inspeções subaquáƟ cas, a instrução da Salvação
                                                                          MaríƟ ma fi cou fi rmada no papel em 1905, com a pro-
                                                                          mulgação dos planos de instrução de “natação práƟ ca
                                                                          – socorro a prestar a afogados”, “salvamento de náu-
                                                                          fragos”, “pesquisas de fundo, exame do casco e propul-
                                                                          sores e sua limpeza”, para além da menção a trabalhos
                                                                          mais corriqueiros (“limar, atarrachar, cortar espias de
                                                                          arame ou correntes, uso do serrote. Limpezas de ralos,
                                                                          de valvulas e fundo e sua obturação para reparações”).
                                                                           Em 1949 viria a ser criada, na “Direcção do Serviço de
                                                                          Submersíveis”, a primeira unidade de mergulhadores da
                                                                          Armada, a “Secção de Mergulhadores e de Salvação”,
                                                                          dedicada a operações de Salvação MaríƟ ma e Socorro
                                                                          a náufragos.
                                                                           Este processo viria a resultar na criação e desenvolvi-
                                                                          mento estatutário das categorias de Mergulhador Nor-
                                                                          mal (UN) e de Mergulhador Vigia, com atribuições de
                                                                          inspeção e rocega de obras-vivas de navios, assistência
                                                                          a navios e reparações, recuperação de náufragos, remo-
                                                                          ção de perigos à navegação, assistência a submersíveis,
                                                                          refl utuação de navios e outros trabalhos subaquáƟ cos.
                                                                           Nas úlƟ mas décadas o DMS2 foi várias vezes empe-
                                                                          nhado no apoio à sociedade civil após grandes catás-
                                                                          trofes ocorridas em território nacional, nomeadamente
                                                                          a queda da ponte em Entre-os-Rios em 2001, o aluvião
                                                                          na ilha da Madeira em 2010 e, mais recentemente, em
                                                                          2019, na ilha das Flores, nos Açores, aquando da pas-
                                                                          sagem do furacão Lorenzo. Paralelamente, há mergu-
                                                                          lhadores do DMS2 em todas as missões de navios da
                                                                          Armada (SAR, NATO, hidrográfi cas) onde seja primor-
                                                                          dial o seu embarque por questões de segurança e por
                                                                          requisitos operacionais.

                                                                                   Colaboração da ESQUADRILHA DE SUBSUPERFÍCIE


              12   NOVEMBRO 2020
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