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REVISTA DA ARMADA | 562
ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS
BASE NAVAL DE LISBOA
A Base Naval de Lisboa (BNL) tem, para a gestão das águas residuais produzidas pelas unidades nela sedeadas, um sistema de bombagem
e trasfega de águas sujas (negras e cinzentas) composto por duas estações elevatórias. Estas estações estão ligadas a duas estações de
tratamento de águas residuais (ETAR) municipais.
Através deste sistema, a Marinha junta-se aos esforços camarários na proteção dos recursos hídricos e do meio-ambiente.
FUNCIONAMENTO DUMA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA urbanas dos municípios de Almada e do Seixal; funciona desde
1994 na Ponta do Mato (junto ao sapal de Corroios, no acesso à
s efluentes são recolhidos nas sarjetas e na rede de esgotos Ponta dos Corvos).
Oe, dali, conduzidos para as estações elevatórias (EE). Antes A outra é a ETAR da Mutela, que desde 2003 tem vindo a melho-
de cair no tanque de resíduos, o efluente deve passar numa gre- rar as condições de drenagem de águas residuais e pluviais da ba-
lha mecânica/raspador para remoção de resíduos sólidos. cia de Almada, contribuindo para a minimização das cheias da Cova
As EE são fabricadas em betão, o que lhes confere uma grande da Piedade e para a melhoria da qualidade ambiental da zona.
resistência e proteção química contra a corrosão provocada pelos Do lado da BNL, esta ligação permitiu interromper a prática de en-
fluidos esgotados. Cada uma das EE tem capacidade para armaze- viar as águas residuais para a bacia de manobra e dali para o rio Tejo.
nar cerca de 60m de águas residuais. Algumas EE possuem uma A ETAR da Quinta da Bomba recebe, através das EE, os efluentes
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grelha mecânica/raspador, para facilitar a remoção de resíduos gerados na ETNA e na Base de Fuzileiros BNL. Os efluentes das
sólidos, evitando o seu envio para a rede de tratamento de esgo- restantes unidades no perímetro da BNL são esgotados, pelas EE,
tos e consequentes danos nas bombas. para a ETAR da Mutela.
São utilizadas três eletrobombas de esgoto por cada EE, cada
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uma com capacidade máxima de 250m /h. As eletrobombas usa-
das nas EE são do tipo submersível, concebidas para a bomba- Colaboração do SERVIÇO DE APOIO OFICINAL DA BNL
gem de águas residuais, e são fabricadas em ferro fundido e aço
inoxidável, materiais que lhes permitem trabalhar em ambientes
especialmente ácidos.
A pilotagem das eletrobombas é feita de forma automática com
recurso a boias de nível (cinco), que medem a altura da coluna de
águas residuais dentro de cada EE, sendo duas delas de coman-
do/controlo do quadro elétrico e três para comando das eletro-
bombas. As boias de nível para comando das eletrobombas são
montadas desfasadamente em função do volume de efluentes
existente no interior do tanque de resíduos.
SISTEMA DE ENCAMINHAMENTO DE EFLUENTES
As EE são um equipamento de fundamental importância, pois
permitem o encaminhamento de efluentes sanitários e residuais,
através de bombas submersíveis, entre o ponto onde são gerados
e a Rede de Esgotos e subsequente Estação de Tratamento de
Águas Residuais (ETAR).
O sistema é composto pela Estação Elevatória n.º 4 (EE4), que se
situa em frente à Direção de Abastecimento (DA), e pela Estação
Elevatória n.º 6 (EE6), que se situa junto ao portão da Romeira, já
dentro da estação naval.
Em média, são bombeadas mensalmente, para posterior trata-
mento pelo SMAS-Almada, cerca de 1000m de águas por tratar.
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A EE6 foi recentemente alvo de obras de melhoria do parque
de eletrobombas, o que veio aumentar a sua fiabilidade; na EE4
será proximamente implementado um novo sistema de pilotagem.
Tudo em prol de um melhor serviço às unidades sedeadas na BNL.
ETAR SERVIDAS
As EE estão ligadas a duas ETAR, das quais a mais antiga é a da
Quinta da Bomba; esta estação intermunicipal é resultante de um
projeto integrado de drenagem e tratamento de águas residuais
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