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REVISTA DA ARMADA | 563
FAROL ILHÉU CHÃO
LFI (2) W 15S (LT 2S;EC 2S;LT 2S;EC 9S)
Torre cilíndrica em betão, de cor branca, com 14 metros
Estado do material após os temporais altura, encimada por lanterna vermelha, elevando-se a 112
metros acima do nível médio das águas do mar na parte
mais alta do Ilhéu Chão, parte das Ilhas Desertas do arqui-
pélago da Madeira.
O farol entrou em funcionamento em 1 de agosto de 1959;
foi então equipado com uma lanterna dióptrica de 4.ª or-
dem, utilizando como fonte luminosa a incandescência a
gás acetileno. Um conjunto de 10 garrafas de gás, em ram-
pa, estavam permanentemente ligadas ao coletor, garantin-
do assim uma certa autonomia.
Contíguo à torre foi construído um edifício anexo que al-
bergava um guincho mecânico e um pau de carga (para o
içar, não só do material que foi necessário para as constru-
ções, mas também das garrafas até ao farol) e ainda uma
reserva de 15 garrafas de gás. Na altura, sempre que se
abastecia o farol com gás, era necessário contratar cerca de
10 homens para ajudarem no transporte, vereda íngreme
acima, geralmente de 25 garrafas carregadas de gás, e vere-
da abaixo outras tantas, mas vazias.
Em 25 de Agosto de 1986 o gás foi substituído pela ener-
gia solar, com a montagem de quatro painéis solares M51,
um regulador “Arco Solar” de 30 Amperes e cinco baterias
“Tudor Solar E120”; a fonte de luz passou a ser à base de
lâmpadas de halogéneo 12V/50W. Na altura foi montado um
eclipsor Sírius, que foi substituído por um Elco 12 em janeiro
Novo material após a conclusão da montagem de 1990, data em que o farol passou também a dispor de um
conjunto de 4 baterias de reserva.
Sob o ponto de vista luminoso, carateriza-se por dois re-
lâmpagos longos de luz branca, visíveis num arco de 360º
1
(sem obstruções) em períodos de 15 segundos: Lt 2s; Ec
2s, Lt 2s; Ec 9s. Ou seja, cada flash de luz é visível durante
2 segundos, sendo o intervalo entre flashes de 2 e 9 se-
gundos respetivamente.
Dada a altura do farol e a sua potência luminosa, tem um
alcance de 13 milhas náuticas (24Km).
Além da erosão e do desgaste normal das estruturas e sis-
temas instalados num meio tão inóspito e desabrigado, os
temporais de meados de dezembro levaram à inoperacio-
nalidade do farol entre 17 de dezembro de 2020 e 5 março
de 2021.
Colaboração da DIREÇÃO DE FARÓIS
Ravina por onde se processou o transporte, pelos faroleiros e pela guarnição Notas
NRP Douro, de todo o material, desde o local de desembarque até ao farol 1 Emissão luminosa igual ou superior a 2 segundos.
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