Page 23 - Revista da Armada
P. 23

REVISTA DA ARMADA | 568

           previsão e orientação das actividades da Armada e que funciona,
           por delegação do chefe do Estado-Maior da Armada, sob as
           ordens de um contra-almirante com a designação de subchefe
           do Estado-Maior da Armada, responsável perante aquele pela
           execução dos serviços na sua dependência».

           Doravante, o Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), então
          com o posto de vice-almirante, passou a constituir o mais alto
          cargo  da  hierarquia  da  Armada,  em  substituição  do  cargo  de
          Comandante-Geral da Armada, que foi extinto. Foi seu primeiro
          titular o VALM José Augusto Guerreiro de Brito.
           Nos anos 60, numa época caracterizada por grandes
          transformações  no  país  e  na  Marinha,  o  trabalho  desenvolvido
          no EMA pelo Comandante Pereira Crespo esteve na origem das
          reformas  levadas  a  cabo  nesse  período.  A  organização  do  EMA
          sofreu uma primeira alteração em 1963, passando a contar
          com dois subchefes, ambos contra-almirantes, aproximando-
          se  a  sua  constituição,  com  apenas  quatro  divisões,  do  modelo
          anteriormente adotado pela NATO:
            • 1.ª Divisão (Organização)
            • 2.ª Divisão (Informações)                       organização do EMA tem sido, em grande medida, ditada pela
            • 3.ª Divisão (Operações)                         evolução da conjuntura político-militar nacional e internacional,
            • 4.ª Divisão (Logística)                         contando,  em  cada momento,  com a estrutura que melhor se
                                                              ajusta ao cumprimento daquele desígnio. Decorrida uma década
           Dois  anos  mais  tarde,  o  subchefe  mais  antigo  (1.º  Subchefe)   a DIVREC voltou a subdividir-se, dando lugar à Divisão de Pessoal
          recebia a designação de Vice-chefe do Estado-Maior da Armada   (DIVPES) e à Divisão de Material (DIVMAT), altura em que também
          (Vice-CEMA), enquanto o mais moderno (2.º Subchefe) passava a   foi criada a Divisão de Operações (DIVOPS). Em resposta à atual
          denominar-se Subchefe do Estado-Maior da Armada (SubCEMA),   dinâmica  um  ano  depois  era  instituída  a  Divisão  de  Inovação
          vincando, desta forma, a distinção entre os dois cargos.  (DIVINOV), ficando o EMA com a seguinte orgânica:
           Com a extinção do Ministério da Marinha em 1974, o cargo de    • Divisão de Planeamento (DIVPLAN)
          Chefe do Estado-Maior da Armada passou a ser desempenhado    • Divisão de Pessoal (DIVPESS)
          por um almirante, que herdou grande parte das competências    • Divisão de Material (DIVMAT)
          do Ministro da Marinha e, inclusivamente, o respetivo gabinete.    • Divisão de Relações Externas (DIVRE)
          Muito  embora  tenha  mantido  a  designação,  o  CEMA  deixava,    • Divisão de Operações (DIVOPS)
          contudo,  de  chefiar  o  Estado-Maior  da  Armada,  tendo  essa    • Divisão de Inovação (DIVINOV)
          função  sido  transferida  para  o  Vice-CEMA,  cargo  que  a  partir
          de  1976  passou  a  ser  exercido  por  um  vice-almirante,  com   Atendendo  à  irregular  evolução  da  respetiva  modularidade,
          o  VALM  Silva  Horta  a  protagonizar  essa  alteração.  No  ano   constata-se  que  o  EMA  perfilhou  a  divisa  mutatis  mutandis,
          seguinte era acrescentada ao EMA a Divisão de Comunicações   preconizando mudar o que tem de ser mudado de forma a
          e Eletrónica, ficando o Centro de Comunicações da Armada na   permanecer  na  vanguarda  e  em  linha  com  a  realidade  vigente,
          sua dependência. Em 1993 era criada a Divisão de Planeamento   com o propósito de antecipar a introdução e as consequências do
          e instituída nova organização do EMA, que passou a contar com   impacto de novas exigências na Marinha, decorrentes do progresso
          seis divisões:                                      científico, tecnológico, económico, organizacional e ambiental.
            • 1.ª Divisão (Pessoal e Organização)              Em  virtude  de  a  legislação  em  vigor  não  conferir  estandarte
            • 2.ª Divisão (Informações)                       nacional aos Ramos das Forças Armadas, o estandarte nacional
            • 3.ª Divisão (Operações)                         do EMA é o repositório das condecorações atribuídas à Marinha,
            • 4.ª Divisão (Logística)                         que  se  assume  firme  na  defesa,  empenhada  na  segurança  e
            • 5.ª Divisão (Planeamento)                       parceira no desenvolvimento.
            • 6.ª Divisão (Comunicações e Eletrónica)          É assim que o estandarte nacional do EMA ostenta, desde 2018, a
                                                              insígnia de membro honorário da Ordem Militar da Torre e Espada,
           Em  2009  entrava  em  vigor  uma  nova  organização  do  EMA   do Valor, Lealdade e Mérito, e desde 2021, em reconhecimento
          concentrada  nos  recursos,  que  agregou  Pessoal  e  Material  na   dos relevantes serviços prestados ao país durante a pandemia e
          novel  Divisão  de  Recursos.  No  mesmo  passo  era  inaugurada   consequente contributo para a soberania nacional, a insígnia de
          a  Divisão  de  Relações  Externas,  que  integrou  o  Gabinete  de   membro honorário da Ordem Militar de Cristo.
          Cooperação  criado  em  1991,  sublinhando  a  relevância  desta
          vertente para a Marinha. Comportava três divisões e perdurou
          até 2019:                                                                                António Gonçalves
            • Divisão de Planeamento (DIVPLAN)                                                               CFR
            • Divisão de Recursos (DIVREC)
            • Divisão de Relações Externas (DIVRE)              Nota
                                                                1   Comandante Henrique Alexandre da Fonseca «A Sala do Almirantado», in Nau de
           Sendo,  por  excelência,  o  órgão  multidisciplinar  de  apoio  à   Pedra – Colectânea de artigos de vários autores, Lisboa, Edição da Revista da Arma-
          decisão do CEMA no que respeita ao estudo, ao planeamento   da, 1988, pp. 59-62.
                                                                2
          lato sensu  e  identificação  dos  correspondentes  recursos,  a   Com a extinção do cargo de Ministro da Marinha.

                                                                                                 DEZEMBRO 2021  23
   18   19   20   21   22   23   24   25   26   27   28