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REVISTA DA ARMADA | 570
guerra antissubmarina, devido à sua capacidade de lançamento
de torpedos MK46 e de operar um sonar de profundidade
variável para deteção de submarinos, permitiu à fragata afirmar-
-se como um verdadeiro navio ASW . Durante os trinta anos de
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empenhamento operacional, embarcaram no NRP Corte-Real seis
destacamentos de helicópteros , permitindo que o navio pudesse
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realizar operações de busca e salvamento (SAR ), de transporte de
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passageiros e carga, de inserção rápida de equipas de operações
especiais em outros navios em ações de abordagem e vistoria,
evacuação de feridos (MEDEVAC ) e de compilação de panorama
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de superfície para ataques com mísseis de longo alcance para lá
do horizonte visual e radar (OTHT ).
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A primeira vez que a Fragata Corte-Real operou com um meio
1991
orgânico de forma consistente, em cenário de alta intensidade
operacional, foi durante a sua integração na STANAVFORLANT de
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1994, em que os helicópteros foram postos à prova em ações de
monitorização de unidades navais sérvias e controlo do tráfico
de armas pela via marítima durante o conflito nos Balcãs. Ainda
na mesma missão o navio operou com helicópteros SeaKing
canadianos, o que comprovou a sua compatibilidade e crescente
capacidade de realizar operações de voo com outras aeronaves.
O embarque neste navio, em 2020, durante a integração na Força
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Naval Permanente SNMG1 , de um destacamento de helicópteros
alemão com um Lynx MK 88 comprovou que, independentemente
do país de origem do helicóptero, de sistemas e sensores, a
capacidade da fragata Corte-Real para operar com helicópteros
continua igual à que se verificou em novembro de 1992.
MISSÕES REALIZADAS
1995 Do vasto leque de missões realizadas pelo NRP Corte-Real desde
a sua entrada ao serviço da Marinha, destacam-se as quatro
participações na STANAVFORLANT (1994, 1996, 1999 e 2002), as
cinco participações na SNMG1 (2005, 2009, 2012, 2018, 2020 e
2021) e uma participação na EUNAVFOR Somália em 2012.
Durante estes empenhamentos operacionais, o navio assumiu
as funções de navio-almirante em quatro ocasiões distintas
(1996, 2002, 2009 e 2020), embarcando o Comandante da Força
e respetivo staff.
Participou, também, nas mais relevantes operações militares da
Aliança Atlântica, designadamente:
– Na operação Sharp Guard (1994 e 1996), que consistiu num
bloqueio naval no mar Adriático à ex-Jugoslávia;
– Na operação Active Endeavour (2001 e 2002), de reforço à
2010 segurança da navegação em todo o Mediterrâneo, num esforço
internacional de luta contra o terrorismo pós 11 de setembro de
2001; e
– Na operação Allied Protector (2009), ação militar realizada
2011 no golfo de Áden e no oceano Índico para combate à pirataria
oriunda da Somália.
Quanto a operações da União Europeia, há a referir a
participação, em 2012, na Atalanta – combate à pirataria,
proteção da navegação mercante e dos navios do World Food
Program na área marítima confinante com o Corno de África.
Foram também várias as missões diplomáticas nas quais o navio
foi empenhado, como a presença naval em Angola em 1996 e
2006, missões essas no âmbito da política externa do Estado,
de cooperação técnico-militar e para normalização de relações
económicas com países africanos.
O NRP Corte-Real foi empenhado operacionalmente na Guiné-
Bissau, na operação Falcão (1998), tendo tido um papel essencial
numa missão de evacuação de não combatentes, para além de
ter sido o navio escolhido para a assinatura do acordo de paz
entre as duas fações em conflito. Voltou novamente a esta área
2020 de África em 1999 (operação pré-Tarrafo) e em 2004.
FEVEREIRO 2022 19