Page 202 - Revista da Armada
P. 202
pérolas de música, como são o “Summertime” de Gershwin, a “Avé
Maria” de Bach/Gounod e o “Brindisi: libiamo ne’lieti calici” de Verdi.
A pedido do público a Banda da Armada tocou ainda o tema “Can-
ção da Figueira” popularizado, em tempos, pela voz de Maria Cla-
ra, da autoria de Nóbrega e Sousa e António Sousa Freitas. Fechou a
apresentação, naturalmente, a Marcha dos Marinheiros.
Deve realçar-se que ao êxito desta apresentação da nossa Banda
não foi estranha a colaboração da magnífica voz da soprano Ma-
nuela Moniz, que teve ocasião de actuar na peça de Jorge Salguei-
ro e nas três “pérolas” (como lhe chamei) de Gershwin, Bach/Gou-
nod e Verdi.
Antes de dar início ao concerto, o Almirante Chefe do Estado-Maior
da Armada teve ocasião de condecorar o Presidente da Câmara Mu-
nicipal da Figueira da Foz, Eng. Duarte Silva, com a Medalha da Cruz
Naval de 1ª Classe, recebendo por sua vez das mãos deste, a Chave
de Honra da Cidade da Figueira da Foz.
O DIA 20 DE MAIO
O dia 20 de Maio começou com um ofício religioso em sufrágio
dos militares, militarizados e civis da Marinha, celebrado por sua Ex-
celência Reverendíssima o Bispo das Forças Armadas e de Seguran-
ça, D. Januário Torgal Ferreira, conjuntamente com o Vigário Geral
Castrense, Capelão Manuel Amorim, o Capelão Chefe da Marinha,
António Beltrão, e os capelães Ilídio Costa, António Borges e Licí-
nio Silva. A celebração teve lugar na igreja matriz de S. Julião – que
deu continuidade à velha capela mandada erigir pelo Abade Pedro,
no tempo de Sesnando Davides (ci. 1080) – sendo de destacar a ho-
milia proferida por D. Januário, adequada ao que é a actividade da
Marinha, a quem desejou que “continue a sua rota, mais animada
pela esperança do que oprimida pelas decepções. Que as pessoas,
que robustecem a família naval, sejam e se sintam pessoas. Que na
sua navegação haja sempre espaço para a humanidade de maneiras
e para o acolhimento de tudo o que é verdadeiro, bom e belo.”
Cerca das 11h00 dava-se início à cerimónia militar, presidida pelo
Ministro da Defesa Nacional, Dr. Luís Filipe Marques Amado.
As Forças em Parada, comandadas pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra
Luís Filipe Correia Andrade, eram constituídas pela Banda e Fanfar-
ra da Armada, Bloco de Estandartes, uma companhia de cadetes da
Escola Naval, uma companhia da Escola de Tecnologias Navais e o
Batalhão nº 2 de Fuzileiros.
À chegada, o Ministro da Defesa Nacional foi recebido pelo Al-
mirante Vidal Abreu, Chefe do Estado-Maior da Armada, sendo-lhe
prestadas as honras devidas que incluíram a revista às Forças em
Parada, formadas na Praça da Europa, junto ao rio Mondego. Se-
guiu-se a integração dos estandartes nacionais, sendo hino nacional
cantado pelos militares e por toda a assistência. Falou de seguida o
Almirante CEMA. As suas primeiras palavras foram de homenagem
à Figueira da Foz, relembrando a forma como cresceu a partir de
uma pequena aldeia piscatória até à cidade hoje existente, local de
acolhimento de notáveis marinheiros, como foram o Vice-Almirante
Pereira da Silva e o seu filho, Comandante Baldaque da Silva. A co-
memoração do Dia da Marinha naquele local “É o reconhecimento
da Marinha pelo trabalho dos homens e mulheres desta cidade cujo
nome percorrerá muitos mares [...]” – e acrescentou – “A Figuei-
20 JUNHO 2005 U REVISTA DA ARMADA