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O Projecto “In-port Communications”
           O Projecto “In-port Communications”


               os últimos anos a DITIC-CE, para atin-  so a sistemas de informação sedeados em ter-  Simulation”, com os navios atracados nas res-
               gir o objectivo “Marinha em rede”,  ra, designadamente ao NATO General Purpose  pectivas bases navais.
         Ntem vindo a trabalhar no sentido de  Segment Communications System (NGCS) que   No final de 2003, estava a decorrer, ainda, no
         criar uma rede alargada de elevada largura de  lhes permitissem planear, coordenar e controlar  âmbito da NATO, o processo de aprovação da
         banda à qual têm já acesso a grande maioria  operações militares.     Capability Package (CP) de suporte à edificação
         das unidades em terra.               No âmbito deste projecto de comunicações  do projecto “IN-PORT COMMUNICATIONS”
           O acesso à RCM a partir de navios no mar  portuárias (“IN-PORT COMMUNICATIONS”)  e a elaboração da respectiva “Target Architectu-
         já é possível para os navios com ligações sa-  foi aprovada pela NATO uma lista de portos  re” e, ao mesmo tempo, a infra-estrutura tecno-
         télite e o GPI-MCNAV (Grupo de                                                  lógica da Base Naval de Lisboa e
         Projecto Integrado para a Moder-                                                do SICOM - Sistema Integrado de
         nização das Comunicações Na-                                                    Comunicações Militares – (com-
         vais) está a trabalhar no sentido                                               ponentes do projecto), encontra-
         de conseguir comunicações IP                                                    va-se em fase de concurso e, por
         através de canais das várias ban-                                               isso, susceptível de ser adjudicada
         das de frequência.                                                              antes da aprovação do projecto.
           Com o objectivo de permitir o                                                  Foi decidido avançar com uma
         acesso dos navios, quando atra-                                                 figura administrativa, no âmbito
         cados, às redes nacionais e da                                                  da NATO, designada declaração
         NATO, foi criado o projecto “IN-                                                de pré-financiamento para in-
         -PORT COMMUNICATIONS”.                                                          formar a Aliança das intenções
                                                                                         nacionais quanto à prossecução
         ENQUADRAMENTO                                                                   de um objectivo aprovado pela
           Em operações navais a ligação                                                 NATO e acautelar assim o pos-
         de sistemas de comando e con-                                                   terior ressarcimento das verbas
         trolo entre navios e entre estes e                                              dispendidas.
         os seus Comandos Operacionais                                                    Esta declaração foi notada em
         é assegurada através de sistemas                                                Dezembro desse ano pelo Co-
         de radiocomunicações.      A corveta NRP “Jacinto Cândido” em comissão na ZMA atracada em Ponta Delgada   mité de Infra-estruturas da NATO
                                    e ligada ao IN-PORT.
           Contudo, quando os navios                                                     com o grau de “minimal warning”
         se encontram atracados, as restrições à uti-  das várias nações a dotar com esta facilidade,  o que era uma indicação de boas perspectivas
         lização destes sistemas, devido às acções de  entre os quais figuravam os portos nacionais de  para a comparticipação daquela organização.
         manutenção dos sistemas, fainas de munições  Lisboa e Ponta Delgada.
         ou outros constrangimentos de compatibili-  Com a ligação “IN-PORT COMMUNICA-  O “IN-PORT” NACIONAL
         dade electromagnética, limitam muito signi-  TIONS” será possível aos navios aceder a servi-  Tendo-se verificado que a infra-estrutura
         ficativamente a capacidade dos                                                   do SICOM em implementação
         comandos se manterem ligados                                                    pelo EMGFA-DICSI, iria asse-
         às forças que integram ou às au-                                                gurar a totalidade das compo-
         toridades operacionais de que                                                   nentes do projecto, foi decidi-
         dependem. Os navios atracados                                                   do que seria aquela entidade a
         tornam-se desta forma incapa-                                                   responsável pela concretização
         zes de obter informações tácti-                                                 do projecto “IN-PORT COM-
         cas, como a “Common Opera-                                                      MUNICATIONS” em Portugal,
         tional Picture” ou de se ligar a                                                nos portos de Lisboa e Ponta
         sensores não orgânicos.                                                         Delgada. A condução técnica
           Ao mesmo tempo, o acesso à                                                    da sua implementação seria as-
         informação corporativa e aos ser-                                               segurada pela DITIC-CE.
         viços existentes nas redes internas                                               Uma vez que, à data, ain-
         das Marinhas, é essencial para o                                                da não havia sido aprovada
         bom desempenho dos navios,                                                      a “Target Architecture” para
         na medida em que potenciam a                                                    o “IN-PORT COMMUNICA-
         utilização de aplicações e outras                                               TIONS”, a Marinha decidiu
         ferramentas colaborativas que                                                   avançar com a componente
         permitem obter ganhos de produ-                                                 do projecto para a qual havia
         tividade e uma melhor utilização                                                orientações técnicas precisas,
         dos recursos que contribuem de-                                                 por parte da NC3A, isto é, a
         cisivamente para uma maior efi-                                                  componente física (camada
         cácia na sua condução.                                                          física do modelo OSI), cabos,
                                    Pormenor de um PAC da BNL onde se podem ver os 2 compartimentos: um onde   fibras, fichas, etc. Comple-
         A GÉNESE DO PROJECTO       o navio liga o umbilical e o outro a área técnica.   mentarmente, avançou tam-

           Em Março de 2001 foi estabelecido pela  ços tão variados como as comunicações de voz,  bém o designado “IN-PORT” NACIONAL,
         NATO o requisito operacional de disponibili-  videoconferência, correio electrónico, mensa-  projecto equivalente de suporte aos meios
         zar uma infra-estrutura tecnológica de comu-  gens militares formais (MMHS ou ACP127),  navais nacionais
         nicações portuárias a fim de assegurar que, em  acessos a intranets e Internet, etc. Este conceito   A Arquitectura para a edificação da infra-
         dois portos por nação NATO a identificar, os  permite ainda a possibilidade de execução de  estrutura tecnológica inerente a este projec-
         navios atracados ou fundeados tivessem aces-  exercícios internacionais do tipo “War Game  to foi aprovada nessa altura e a distribuição
                                                                               REVISTA DA ARMADA U SETEMBRO/OUTUBRO 2008  9
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