Page 300 - Revista da Armada
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das ligações nos referidos portos adoptou a instalado no cais e por outro ao navio, directa- mente utilizados pelos navios da Marinha: 2
seguinte configuração: mente ao equipamento activo de rede através no Cais Militar do Portinho da Costa (conforme
a) No porto de Ponta Delgada: Implanta- duma ficha hermafrodita. Esta ficha também previsto no projecto), 1 no Cais do patrulha em
ção de 2 ligações físicas (um Ponto de Aces- tem uma elevada resistência. A título ilustrati- Leixões, 2 no Ponto de Apoio Naval (PAN) de
so Cais - PAC) no chamado cais de atracação vo refira-se que este tipo de fichas é utilizado Tróia, 2 no PAN Portimão e 1 no cais de atra-
das corvetas e 4 ligações físicas (2 PAC’s) no nos estúdios de cinema de Hollywood onde cação da corveta em Ponta Delgada.
cais da NATO; as condições de utilização também exigem Como estes PAC’s se iriam situar fora da
b) No Porto de Lisboa: 8 ligações físicas na uma elevada resistência. área da Base Naval de Lisboa, nalguns casos
BNL, 1 ligação física no Cais Militar do Por- A configuração dos equipamentos de bor- em cais de acesso público, foi necessário con-
tinho da Costa e 2 ligações na ceber uma estrutura de “shelter”
Doca da Marinha. mais resistente que permitisse
Devido às obras de expansão uma maior protecção periférica
da rede do Metropolitano de Lis- das caixas e tomadas. Pela sua
boa estas 2 ligações da Doca da proximidade foi decidido fazer
Marinha têm vindo a ser sucessi- a primeira instalação no Porti-
vamente adiadas até que existam nho da Costa, local com acesso
condições para as instalar. à RCM através de comunicações
asseguradas por um radiolink di-
A IMPLEMENTAÇÃO rectamente do EMGFA.
DO SISTEMA Testada e aprovada a nova
Apesar do atraso que o projec- versão dos PAC’s, procedeu-se
to teve ao nível da NATO, a Ma- à instalação dos restantes du-
rinha avançou com a sua concre- rante os meses de Março e Abril
tização, criando, para além das de 2008.
ligações previstas, um conjunto De salientar, o PAC do cais de
adicional de outras ligações, de atracação da corveta em Pon-
forma assegurar a ligação dos ta Delgada, onde já existia uma
nossos navios à RCM (Rede de caixa com um conjunto de facili-
Comunicação da Marinha). dades (energia e telefones) a qual
Assim, numa primeira fase, se encontrava bastante degradada
na sequência da criação da in- PAC “shelter” da primeira geração. e onde se efectuaram as adapta-
fra-estrutura de fibra óptica em ções e melhoramentos considera-
edificação na área da BNL (Estação Naval), do está feita de forma a não ser necessária dos necessários e essenciais para acomodar as
foram construídos 37 PAC’s, dotando todos qualquer acção da equipa de administração novas facilidades.
os cais com Pontos de Acesso e permitindo da RCM: o navio liga-se a qualquer um dos Após um conjunto coordenado de esforços,
que, finalmente, os navios atracados na BNL PAC’s e, automaticamente, fica com aces- em que muito contribuiu o apoio dado pelo
tenham, através da MAN Alfeite, acesso aos so à RCM. CZMA, foi possível tornar este PAC operacio-
mesmos serviços de rede disponíveis para as O PAC possui dois compartimentos: um de nal, permitindo a ligação à RCM da corveta
unidades em terra. acesso exclusivo às equipas de manutenção em comissão nos Açores, ajudando a reduzir,
Para isso aproveitaram-se as caixas das anti- (da DITIC-CE) e do qual só elas têm chave e desta forma, a distância entre o Continente e
gas teleimpressoras T100 e T1000 às quais fo- outro, também fechado, mas cuja chave é a Região Autónoma dos Açores.
ram acopladas as novas caixas dos PAC’s man- igual para todos navios da qual têm uma có- Aproveitou-se a passagem de fibra óptica
tendo a estrutura física já existente nos cais. pia distribuída. do Anel de Ponta Delgada, efectuada pelo
Paralelamente, foi necessá- EMGFA/DICSI no âmbito do SI-
rio preparar os navios com uma COM e conseguiu-se que fosse
infra-estrutura de bordo própria passado um troço adicional en-
e com a configuração adequada tre o Comando de Zona Marítima
para poder efectuar a ligação. dos Açores e o cais, o que permi-
Esta tarefa foi coordenada pela tiu fazer chegar as comunicações,
Direcção de Navios em estreita quer ao PAC, quer ao edifício da
colaboração com a DITIC-CE. Polícia Marítima. Aproveitando
Neste momento estão já pre- esta infra-estrutura, estabeleceu-
paradas todas as fragatas, as cor- -se, também, o acesso da Capita-
vetas, o NE Sagres, o Bérrio, o nia de Ponta Delgada ao sistema
Creoula, os navios e lanchas hi- VTS-AIS daquela região.
drográficas, a Bacamarte, uma Na sequência destes trabalhos,
parte dos navios patrulha e al- ficou ainda pendente a instalação
gumas lanchas. de dois PAC’s no cais da POLNA-
A ligação entre o navio e o cais TO em Ponta Delgada, cujos tra-
é feita usando um umbilical. Tra- balhos se encontram previstos,
ta-se de um cabo de fibra óptica, mas cuja execução está depen-
com 150m, enrolado numa in- Um PAC tipo da segunda geração (Portinho da Costa). dente da manutenção das calei-
fra-estrutura própria, que se liga ras existentes para permitir pas-
numa caixa própria a bordo do navio e que De salientar que toda esta solução foi con- sar a fibra óptica do anel de Ponta Delgada
tem uma elevada resistência à torsão e ao es- cebida e implementada pela DITIC-CE. do SICOM até ao cais da NATO, acção que
magamento, como se exige dum cabo que vai está prevista para decorrer ainda durante o
funcionar em condições tão difíceis como são SEGUNDA FASE ano de 2008.
as dum cais de atracação de navios. Na segunda fase foi prevista a instalação de No cais de Leixões foi instalado um PAC
O cabo permite ligar, por um lado, ao PAC PAC’s em vários locais fora da BNL, normal- para o navio patrulha. A fibra óptica foi passada
10 SETEMBRO/OUTUBRO 2008 U REVISTA DA ARMADA