Page 301 - Revista da Armada
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desde o Centro de Comunicações de Leixões,  mitem estabelecer um circuito ACP127 e assim   A instalação em Olhão já se encontra em
         tendo havido algumas dificuldades que foram  disponibilizar o serviço de mensagens directa-  fase de projecto e em consulta ao mercado
         ultrapassadas em estreita colaboração com a  mente entre o navio e o CCM (ETARM).  para posterior adjudicação pelo que se prevê
         Administração Portuária de Leixões.  Do lado do CCM existe um equipamento  que o PAC venha a ser instalado durante o se-
           Esta fibra óptica passa junto às instalações do  semelhante que funciona como agregador e  gundo semestre de 2008.
         Instituto de Socorros a Náufragos, o que per-  distribuidor de canais série que se liga às má-  Aguarda-se, o desenvolvimento do projecto
         mitiu, com uma pequena extensão, dotar essa  quinas de cifra, criando um canal seguro para  “IN-PORT COMMUNICATIONS” NATO, cuja
         estação salva-vidas com comunicações.  a transmissão/recepção de mensagens.  “Target Architecture” foi recentemente aprova-
           Ao mesmo tempo foi também passado um   É de sublinhar que esta solução técnica Se-  da, mas cuja fonte de financiamento (CP) ain-
         cabo de cobre para assegurar o serviço tele-  rial Over IP, na qual a Marinha Portuguesa é  da carece de aprovação. Ainda assim, estão
         fónico às unidades navais através da Central  pioneira, foi conseguida com o empenho da  reunidas as condições para prosseguirem os
         Telefónica do Comando de Zona Marítima  própria empresa Cisco que, para permitir esta  trabalhos de edificação do projecto “IN-PORT
         do Norte.                          implementação, teve de desenvolver um sis-  COMMUNICATIONS”, nas suas componen-
           No Ponto de Apoio Naval de Tróia foram  tema operativo próprio para os seus equipa-  tes subsequentes (camadas do modelo OSI,
         instalados 2 PAC’s e passada a fibra óptica  mentos, o qual pensa vir a difundir por outras  acima da camada física), designadamente os
         em condutas abertas para o efeito, uma vez  Marinhas. A própria NATO, após ter visitado as  aspectos relacionados com a interligação de
         que não existiam no local.         implementações da BNL, irá adoptar a solução  todos os PAC’s ao National-Point-of-Presence
           A ligação à RCM chega ao PAN Tróia atra-  para a configuração do modelo comum.   e à NATO SECRET WAN.
         vés de um radiolink do SICOM,                                                    O que se pretende no futuro
         estabelecido desde a Serra da                                                  é que qualquer navio duma na-
         Arrábida. A torre que suporta a                                                ção da NATO ao atracar num
         antena aqui instalada foi apro-                                                porto dotado da infra-estrutura
         veitada da antiga Estação Radio-                                               “IN-PORT”, em qualquer país
         naval da Apúlia.                                                               da Aliança, possa aceder à sua
           Por último, no Ponto de Apoio                                                National Defense Network, bem
         Naval de Portimão foram insta-                                                 como à NSWAN.
         lados 2 PAC’s. A fibra óptica foi                                                 Este projecto deverá incorporar
         passada através das condutas já                                                uma componente wireless, pre-
         existentes no local, com comu-                                                 vista para a área do Mar da Palha
         nicações asseguradas através do                                                e para Ponta Delgada (que será
         acesso à RCM já disponível.                                                    extensível a outros locais a iden-
                                                                                        tificar). Porém esta facilidade só
         AS VANTAGENS DAS CO-                                                           poderá ser implementada quando
         MUNICAÇÕES “IN-PORT”                                                           existirem os adequados meios de
           Como já foi dito, uma unida-                                                 cifra para as comunicações uma
         de naval ligada à infra-estrutura                                              vez que, até este momento, não
         “IN-PORT” tem acesso à RCM a                                                   existem standards acreditáveis
         “gigabit”, como qualquer unida-                                                para as comunicações wireless.
         de em terra.                                                                     Deverá, também, permitir o
           A Intranet da Marinha é uma   Um umbilical e vários detalhes das ligações internas do PAC.  estabelecimento automático de
         infra-estrutura que organiza, de                                               redes IP em UHF/VHF, quando
         forma coerente e sustentada, todo o proces-  CONCLUSÃO                esta facilidade for possível, uma vez que a
         so de recolha, processamento, guarda e dis-                           infra-estrutura a bordo dos navios já está pre-
         seminação da informação relevante para a   Este projecto de comunicações portuárias  parada. Isso implicará a migração de IPV4
         organização, englobando o hardware e o sof-  é uma infra-estrutura essencial para permitir  para IPV6 (ao nível da Marinha e ao nível da
         tware que suportam a sua manipulação auto-  o acesso dos navios à RCM, garantindo, atra-  NATO) para poder cumprir o requisito de au-
         matizada.                          vés destas ligações, o seu acesso, quer na BNL  to-detecção e auto-configuração exigidos para
           Assim, os navios têm acesso a toda a infor-  quer nos principais portos praticados em Por-  esta solução.
         mação com interesse para a comunidade de  tugal, aos mesmos serviços de rede de uma
         utilizadores da Marinha, da qual são parte inte-  unidade em terra, nomeadamente à Intranet,   O DESAFIO FUTURO
         grante e os principais destinatários, potencian-  Internet, serviço de voz, mensagens militares,   O próximo desafio que espera a DITIC-CE
         do a melhoria da produtividade e do processo  correio electrónico.    na área dos navios é a sua integração no do-
         de tomada de decisão.                Ele representa um enorme potencial, quer ao  mínio “marinha.pt”.
           A ligação “IN-PORT” permitirá ter acesso de  nível dos Sistemas de Informação (SI), quer ao   Esta integração permitirá obter, entre outras,
         banda larga à Intranet, Internet, Serviço de Voz  nível dos Sistemas de Comunicação, uma vez  as seguintes vantagens:
         (VoIP e tradicional), MMHS, ACP127, Video-  que permite disponibilizar aos navios atraca-  s 5MA VISÎO ÞNICA E ACTUALIZADA DOS RECUR-
         conferência, Correio Electrónico, etc.  dos todos os serviços de rede com boa quali-  sos da RCM disponíveis;
           Concretamente o serviço ACP127 é entre-  dade de serviço, como acontece com as uni-  s #RIA ÎO E GESTÎO DE UTILIZADORES CENTRA-
         gue directamente a bordo evitando que, mui-  dades em terra.          lizada com credenciais válidas em qualquer
         tas vezes, o CCM tenha de fazê-lo chegar a   Está a decorrer um processo de selecção de  ponto da rede;
         cada navio, contribuindo para a eficácia do  outros locais onde instalar novos PAC’s.   s 5NIFORMIZA ÎO DAS POLÓTICAS DE SEGURAN-
         serviço e tendo como vantagem directa a pou-  Foram já identificados o Cais de Olhão  ça da rede, e
         pança de papel.                    e o Cais da Praia da Vitória, na ilha Tercei-  s 2EDU ÎO DO ESFOR O DE ADMINISTRA ÎO PARA
           Os routers instalados a bordo dos navios,  ra, Açores, e o cais do Funchal na Madeira,  as equipas de bordo.
         dada a sua construção modular, permitem con-  locais onde atracam com regularidade na-  Sem pôr em causa, como não poderia deixar
         figurar os acessos a todos os serviços da RCM.  vios da Marinha, como possíveis candida-  de ser, a capacidade de funcionamento autó-
         Através da utilização de módulos CEIP (módu-  tos a considerar numa terceira fase de im-  nomo que é exigida a um navio de guerra.
         los de emulação de circuitos série), que imple-  plementação de infra-estruturas do âmbito            Z
         mentam a funcionalidade Serial Over IP e per-  deste projecto.                       (Colaboração da DITIC-CE)
                                                                              REVISTA DA ARMADA U SETEMBRO/OUTUBRO 2008  11
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