Page 10 - Revista da Armada

• Apoio a buscas de naufrágios – missões
SAR para localização de navios/embarcações
afundadas (ex: Super Águia II – em Junho 2010);
• Monitorização de manchas de poluição –
com a inclusão de sensores do tipo «sniffers»
podendo seguir a evolução de manchas de
poluição;
• Monitorização de objetos no fundo do mar
em áreas sensíveis (portos/rios/estuários);
• Mapeamento de áreas para trabalhos de ín-
dole científica – possibilidade de utilização de de Investigação e Desenvolvimento estrangei­
AUV nas campanhas de extensão da
Plataforma Continental;
• Monitorização de pipelines –
possibilidade de utilização de veícu-
los de pequenas dimensões para mo-
nitorização e inspecção de oleodutos
e outras estruturas submersas.
O projeto terminou o seu desen-
volvimento em 31 Março de 2011,
tendo os sistemas sido entregues em
Julho de 2011, em cerimónia proto-
colar realizada no CITAN e presidida
pelo VALM Monteiro Montenegro,
Comandante Naval. Nesta cerimó-
nia estiveram presentes entidades e
organismos da Marinha destacando-
-se ainda a presença do Vice-Reitor
da Universidade do Porto, Prof. Dr.
Jorge Gonçalves, doVALM Pereira da
Cunha, em representação do Chefe
do Estado-Maior General das Forças
Armadas, do Prof. Dr. Nuno Louren-
ço, em representação do Secretário
de Estado do Mar e do MGEN Cham-
bel, em representação do Diretor-Ge-
ral da Direção-Geral de Armamento,
Infraestruturas e Equipamento de De-
fesa do MDN.
Após a apresentação final do pro-
jeto, seguida de uma demonstração
online das potencialidades do siste-
ma, o VALM Monteiro Montenegro
encerrou a cerimónia com uma breve
alocução, de onde se destaca:
“Esta cerimónia de entrega dos veí­
culos autónomos SEACON assinala a
conclusão de um projeto com parti­
cular importância para a Marinha e
para o Comando Naval, mas marca
também o culminar de uma articula­
ção exemplar entre os setores militar
e universitário...
... a Marinha, com a aquisição dos
veículos submarinos autónomos GAVIA e SEA­
CON, ainda que ciente de que estes não subs­
tituem aqueles, penetrou de novo no campo da
deteção de minas, estando a desenvolver méto­
dos e procedimentos que permitem assegurar
ao país uma capacidade mínima para contrariar
aquela ameaça, sempre latente, porque bara­
ta e de fácil operação por grupos extremistas.
Para tal, é imperioso dizê-lo, muito beneficiou
da empenhada assessoria dos especialistas da
FEUP aos elementos do entretanto constituído
Destacamento de Guerra de Minas...
... Tem sido realmente uma cooperação
exemplar, com frutos em dois eixos distintos:
Um, que permitiu à Marinha dela colher im­
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portantes aprendizagens, traduzidas em capa­
cidades operacionais concretas e na abertura
de novos horizontes em outros domínios da
conflitualidade naval, assim como no cum­
primento de missões de natureza não militar,
seja no âmbito da Direção-Geral da Autorida­
de Marítima, seja no do Instituto Hidrográfi­
co, para além, claro está, do seu potencial de
emprego civil.
O outro, que possibilitou aos investigadores
da FEUP e aos nossos oficiais estabelecer con­
tactos e promover colaborações com Centros
ros, criando novas oportunidades para a par­
ticipação nacional em projetos no âmbito da
Agência Europeia de Defesa e da NATO.
Curiosamente, ou talvez não, o primeiro dá
corpo ao paradigma da Marinha de Duplo
Uso, consubstanciado na acção nas esferas
militar e não militar, o segundo encontra apoio
firme num dos pilares da actuação da Marinha,
como seja o de contribuir para o desenvolvi­
mento económico e científico do país...
Termino, não sem deixar uma palavra quanto
ao futuro. Os veículos estão entregues, mas o
projeto não pode ficar-se por aqui. O seu po­
tencial, nomeadamente de integração de sen­
sores, não deve ser desperdiçado pela inacção
ou falta de ambição. Por isso, quero manifestar
o empenhamento da Marinha e do Comando
Naval na evolução deste sistema e de outros
projetos associados, bem como na continuida­
de da excelente cooperação com a Faculdade
de Engenharia da Universidade do Porto, assim
as circunstâncias o permitam..”.
RAPID ENVIRONMENTAL PICTURE
O exercício Rapid Environmental
Picture (REP) teve a sua génese na
colaboração existente com o Naval
Undersea Research Center (NURC)
da NATO, que tem testado e ava-
liado novas capacidades e tecno-
logias associadas à utilização de
veículos autónomos, submarinos
e de superfície, para caracteriza-
ção de Teatros de Operações.. Este
exercício inspirou-se também no
exercício semestral Tatical Network
Topology organizado pela Naval
Postgraduate School, da Marinha
Americana, em que novos desen-
volvimentos em veículos, sensores
e sistemas de comunicação desen-
volvidos por universidades e em-
presas são demonstrados e valida-
dos, por períodos de uma semana,
por operacionais dos vários ramos
das Forças Armadas dos Estados
Unidos da América.
O exercício “Rapid Environmen-
tal Picture 2010 – REP10”, foi pa-
trocinado pela Marinha Portuguesa
e foi realizado sob a égide do pro-
grama científico do NURC. O exer-
cício, que foi planeado pelo Naval
Undersea Warfare Center (NUWC-
-USA), contou com a participação
dos UUVs GAVIA da Marinha Portu-
guesa, e com outros veículos subma-
rinos e de superfície da marinha dos
Estados Unidos e da FEUP. Foi neste
âmbito que se realizaram os primei-
ros testes de mar do sistema SeaCon.
Com este evento, que reuniu
pela primeira vez mais de dez veí­
culos autónomos na mesma Área
de Operações, testaram-se, entre
outras capacidades, a elaboração
de mapas detalhados de fundos resultantes
da fusão dos dados recolhidos pelos diversos
veículos, assim como a constituição de uma
rede robusta de comunicações rádio e acús-
ticas que permita a interação com os veículos
em tempo real, proporcionando uma rápida
avaliação ambiental através da transmissão de
dados em redes de comunicações tolerantes
a falhas de conectividade. Este exercício teve
o NRP Bacamarte como plataforma logística
e de apoio às operações.
O exercício REP11, tendo em conta a data
adiantada de confirmação de desponibilização
de meios, envolveu apenas veículos nacionais
nomeadamente os AUVs Gávia e SeaCon­ da